Leila Pereira Mauricio Galiotte Palmeiras Crefisa 2017Divulgação/Palmeiras

Como funciona a parceria entre Palmeiras e Crefisa

O Palmeiras vive uma época de glórias desde 2015, quando assinou contrato para ser patrocinado pela Crefisa, empresa de crédito financeiro que viu no clube a possibilidade de entrar forte no futebol brasileiro. Em um misto de patrocínio e parceria, que teve uma importante mudança em 2018, o sucesso já rendeu dois títulos do Campeonato Brasileiro e um da Copa do Brasil.

Hoje centrada também na efervescente política do clube, que deve ter Leila Pereira, principal figura da Crefisa, como candadidata à presidência em 2022, a parceria tem como objetivo claro chegar ao título da Libertadores da América, "obsessão" palmeirense.

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Para que isso aconteça, o último aporte financeiro acertado entre clube e Crefisa foi de R$ 81 milhões anuais, válidos pelo espaço principal da camisa, na frente, a parte de cima do número, nas costas, e as mangas, que recebem a exposição da marca FAM, da Faculdade das Américas.

De acordo com o último anúncio, em 2019, ainda seriam pagos R$ 6,8 milhões em propriedades de marketing e mais quase R$ 35 milhões de acordo com metas atrelada ao contrato, válido até o final de 2021.

Mas o patrocínio não é a única relação entre as duas partes. A Crefisa foi além por quatro anos e investiu dinheiro na contratação de jogadores, vistos como um ativo para o clube.

Inicialmente, o acordo previa que a Crefisa assumiria o prejuízo se o atleta contratado fosse vendido por um valor menor que o aporte inicial. O Palmeiras ficaria com o lucro se o atleta saísse por mais dinheiro do que o investido nele.

O entendimento de que o dinheiro investido era apenas um aporte a mais no clube, já que a Crefisa colocava no seu balanço essa quantia como "despesas", porém, não convenceu a Receita Federal. Em 2018, foi determinado que todo o montante que entrou para esse fim se transformasse em empréstimo da Crefisa ao Alviverde.

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Ou seja, todo valor investido pela Crefisa precisaria ser devolvido à empresa, com o Palmeiras assumindo o risco a cada investimento. Dessa forma, a dívida do clube com a empresa chegou à casa dos R$ 172 milhões. Foi isso que cessou a série de contratações vista entre 2015 e 2018.

Neste período, dentre os principais nomes que tiveram participação da Crefisa na contratação, destacam-se Barrios, Borja, Guerra e Dudu, cujo os valores somados ultrapassam os R$ 100 milhões. A dívida é corrigida mensalmente pela mesma taxa de juros do CDI.

Os reforços mais recentes, como o atacante Luiz Adriano e o ponta Rony, chegaram ao Verdão com aporte totalmente proveniente do clube. Nesse montante, obviamente, ajuda o dinheiro adquirido com o patrocínio da Crefisa. Empréstimos diretamente feitos para compras, porém, não devem mais acontecer.

Uma das únicas exceções foi o atacante Carlos Eduardo, comprado em 2019. O jogador, que custou R$ 25 milhões, foi negociado com o Athletico e há expectativa de recuperação do valor investido para abater o valor devido.

Há no clube algumas críticas ao que seria uma co-gestão entre Crefisa e Palmeiras, principalmente da ala opositora a Maurício Galiotte, hoje capitaneada justamente pelo ex-presidente Paulo Nobre. Com o contrato assinado por mais dois anos e a grande ajuda financeira registrada até aqui, no entanto, é praticamente impossível ver a parceria se dissociar no futuro próximo.

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