Diego Flamengo 2019Buda Mendes/Getty

Abaixo das expectativas, Diego ainda simboliza decepções no Flamengo

Diego – que entrou para a história apenas com o primeiro nome, mas hoje também vem acompanhado pelo sobrenome Ribas – chegou ao Flamengo, em 2016, nos braços do torcedor. O campeão brasileiro mais jovem de sempre, com passagens por seleção brasileira e grandes clubes da Europa, foi contratado sem custos de transferência e mostrava a mudança de patamar pretendida pelo Rubro-Negro, que vinha de eliminação vergonhosa para o Fortaleza, na segunda fase da Copa do Brasil.

Três anos depois, a realidade é muito abaixo da expectativa. Ao invés de já ser lembrado por grandes feitos, Diego Ribas é o símbolo maior de boa parte dos insucessos que os cariocas somaram desde então. Sem considerar o estadual, hoje mais do que nunca uma obrigação para o clube, o meia teve exibições decepcionantes em momentos decisivos de Brasileirão, Libertadores, mas acima de tudo na Copa do Brasil: desperdiçou a sua cobrança na final perdida para o Cruzeiro, em 2017, esteve sumido na derrota de semifinal para o Corinthians no ano passado e, nesta quarta-feira (17), escreveu o seu pior capítulo no revés para o Athletico-PR, nas quartas.

Os rubro-negros de Rio de Janeiro e Paraná vinham de empate por 1 a 1 na ida, e o resultado se repetiu no Maracanã mais cheio de 2019 – com mais de 69 mil torcedores. Durante o tempo regulamentar, a camisa 10 de Diego até teve seus momentos: fez o seu papel como meio-campista que recua, mas também aparecendo para criar no 4-1-3-2 montado recentemente por Jorge Jesus. Desta forma, logo nos minutos iniciais, conseguiu recuperar uma bola e serviu o jovem Lincoln [escalado no lugar do lesionado Bruno Henrique], que arrematou mal. Mas depois repetiu o enredo constante de não decidir nos momentos mais difíceis. A sua equipe abriu o placar com Gabigol arrematando após assistência de Everton Ribeiro, que recebeu cruzamento de Vitinho após bela jogada individual na ponta. O Athletico igualou no segundo tempo.

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Com a insistência do empate, vieram os pênaltis. É importante destacar que as cobranças de Vitinho [por cima da trave] e Everton Ribeiro [chute fraco entre o canto esquerdo e o meio, defendido pelo goleiro Santos] também foram péssimas. O Flamengo perdeu por 3 a 1. Mas o erro de Diego, logo no primeiro chute, é o que mais será lembrado nesta eliminação de Copa do Brasil. Pelo seu histórico ruim no Flamengo e pela forma como aconteceu. O camisa 10 demorou, correu e bateu no meio do gol. A imagem de qualquer goleiro parado no meio do gol, defendendo aparentemente da forma mais fácil possível - como se fosse alguém querendo acabar logo com a brincadeira de um ser inferior – ajuda no ímpeto de criticar impiedosamente.

Quase três anos após a sua chegada no aeroporto, carregado nos braços dos seus, Diego entrou no túnel do Maracanã cabisbaixo e foi alvo da ira dos torcedores – que inclusive também erraram ao terem atirado, segundo relatos, objetos em sua direção. Depois, explicou que havia treinado a batida. Garantiu ter tomado, segundo o seu juízo, a melhor decisão possível para o momento: “Ontem eu treinei exatamente igual esta batida. Ele [Santos, goleiro] estava saindo muito antes”, disse na zona mista do estádio.

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Muitas das batidas no meio do gol dão certo, e Diego também fugiu do rótulo de displicente ao não ter, por exemplo, dado uma ‘cavadinha’. O seu chute, nem forte nem fraco, sem muita vida, simbolizou perfeitamente o que é a sua passagem pelo Flamengo até agora: decepcionante. O camisa 10 também falou sobre a dor pela derrota e reconheceu o aproveitamento ruim em batidas desde a marca da cal no Rubro-Negro [um retrospecto péssimo, na verdade, com cinco desperdiçados de um total de 13]. Focou no futuro, que ainda reserva disputas de Libertadores e Brasileirão.

“Dor no peito muito grande. Não vou esconder, mas tenho que seguir em frente”, disse.

Foi melhor falando, passando a impressão de alguém que não foge dos questionamentos, do que com a bola no pé. Infelizmente para o torcedor, ser o porta-voz de decepções, prometendo sempre uma recuperação que ainda não veio, foi uma das coisas que Diego mais fez dentro do Flamengo.

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