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Título da Libertadores 2024 para o Botafogo expõe lados opostos do conceito “time pronto para ser campeão”

O que faz um time de futebol estar pronto para ser campeão? Qualidade da equipe, do elenco, do treinador e força da instituição são quesitos quase que obrigatórios. Mas geralmente quando se chega a uma final de competições como a Libertadores, as margens ficam ainda mais finas. Afinal de contas, é bem provável que ambos os lados tenham preenchido todos os itens desta receita.

É o caso de Atlético-MG e Botafogo, que fizeram a grande final da Libertadores 2024 no estádio Más Monumental. As diferenças estavam nos estágios em que cada equipe se encontrava: o Galo ainda conta com muitas peças importantes que fizeram história em 2021, nos títulos da Copa do Brasil e Brasileirão. Hulk e o goleiro Everson, ambos ainda grandes protagonistas da atual temporada, sabem o que é ser campeão pelo Atlético.

Pelo lado do Botafogo, o clube conquistou a Libertadores e pôs fim a um longo jejum sem grandes taças. O último título botafoguense além das fronteiras do estado do Rio de Janeiro fora o Brasileirão de 1995, aquele conquistado através dos muitos gols de Túlio Maravilha e com defesas milagrosas do goleiro Wagner na final contra o Santos. Muita coisa aconteceu no Glorioso de lá para cá, mas não há dúvidas de que o time de 2024 é um dos melhores que o clube já teve.

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    O feito inédito

    Em seu terceiro ano como SAF, sob o comando de John Textor, o Botafogo investiu em grandes jogadores, que apesar de jovens chegaram ao clube já carregando grande expectativa do que poderiam deixar em campo: foram os casos de Luiz Henrique e Thiago Almada, as duas contratações mais caras da história do futebol brasileiro em valores absolutos.

    Mas nem só de contratações milionárias/badaladas se constrói um time forte. O departamento de scout ajudou a encontrar e trazer, a preço comum para os outros times brasileiros, outros dos grandes destaques do Botafogo em 2024: Savarino, Gregore, Igor Jesus e tantos outros. Ou seja, foi uma mistura de ter a capacidade de gastar, mas também saber fazer isso com responsabilidade e escolher um comandante competente, como Artur Jorge, para guiar o barco rumo ao título.

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    A joia que faltava

    Contudo, no elenco botafoguense o jogador mais conhecido por grandes títulos anteriores, Jefferson Savarino, coincidentemente teve suas conquistas naquele time de 2021 do Atlético-MG até deixar o clube em 2022. Após sua temporada histórica com a dobradinha Brasileirão + Copa do Brasil, o Galo também seguiu investindo bem.

    A contratação de Paulinho, em 2023, foi o principal investimento. E trouxe resultados rápidos: 31 gols e oito assistências em sua primeira temporada e um futebol de alto nível mantido nesta sua segunda campanha, além do ótimo entendimento no ataque ao lado de Hulk – que por sua vez é um dos jogadores mais decisivos do futebol brasileiro desde que chegou ao Galo em 2021. A contratação de Deyverson, então afastado no Cuiabá, representou o bom olho para oportunidades de mercado. Essa estratégia levou o Atlético a duas finais contando também com a Copa do Brasil, ainda que não tenha resultado em título.

  • Luiz Henrique, BotafogoGetty Images

    Um novo Botafogo

    O investimento deu resultado. Se há poucos anos o clube alvinegro tinha como missão se manter algumas temporadas em sequência na primeira divisão, a era John Textor fez renascer a esperança de glórias na torcida. Se o Brasileirão de 2023 foi traumático, a Libertadores de 2024 mostra que certas coisas boas também acontecem com o Botafogo.

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