Rúben Amorim já tem a 'primeira dor de cabeça' no Manchester United - escalar Amad Diallo e resolver situação de Marcus Rashford

Diallo tem uma posição curiosa no United: parece um talento jovem em ascensão, mas, na verdade, é um dos jogadores mais antigos do elenco. Apenas cinco jogadores ainda estão no clube desde quando ele chegou, vindo da Atalanta, em 2021. No domingo, ele fez sua 10ª partida como titular na Premier League, o Campeonato Inglês, sendo a 13ª em jogos competitivos, e rapidamente mostrou que deveria ter jogado mais.

Em poucos minutos, ele desmontou a defesa do Leicester, arrastando o volante do Leicester pela direita e ganhando uma falta. Depois, correu atrás de uma bola longa e, com muita determinação, ganhou um arremesso lateral, que resultou na assistência para o gol de Bruno Fernandes. Ainda no primeiro tempo, driblou quatro jogadores e quase marcou um gol sensacional.

Cada vez que tocava na bola, a torcida se empolgava. Amad havia liderado o time à vitória contra o PAOK, sua primeira partida como titular após mais de um mês fora por lesão. Mesmo com dúvidas sobre sua condição física, o técnico Van Nistelrooy apostou nele, e o atacante retribuiu a confiança com uma grande performance.

Amad Diallo é conhecido por sua dedicação e trabalho duro, como destacou o técnico interino após sua atuação decisiva contra o PAOK: “Ele é um grande personagem e trabalhador. Faz treinos extras todos os dias, seja finalização, cruzamento, ou como melhorar seus chutes e cabeceios. Ele está sempre buscando aprender e se aperfeiçoar.”

Na Europa League, Amad mostrou frustração ao ser deixado de fora da escalação inicial contra o Fenerbahçe por Ten Hag, que preferiu colocar Antony em campo. Quando Antony se machucou, Amad, nada contente, entrou somente nos minutos finais.

Ten Hag explicou a escolha afirmando que Antony vinha bem nos treinos, mas o brasileiro não rendeu em campo, justificando a frustração de Diallo, que já estava atrás de Rashford e Garnacho na preferência do treinador. “Esta temporada eu tive azar”, disse Diallo, mas a sorte parece estar mudando.

Paul Scholes, na TNT Sports, elogiou o costa-marfinense após a vitória sobre o PAOK: “Foi uma grande noite para ele. Precisa consolidar seu lugar, e hoje ele deu um grande passo para isso. Foi excelente e fez uma verdadeira reivindicação por essa posição.”

Amad foi titular na direita contra o Leicester, superando Garnacho, que vive uma temporada irregular. Após falhas recentes e um início complicado no domingo, Garnacho respondeu com um belo gol que calou a torcida adversária. Ele já mostrou talento em momentos decisivos, como a bicicleta contra o Everton e gols nas finas da Copa e Supercopa da Inglaterra, contra o City.

Mesmo assim, busca consistência e parecia abatido ao marcar. Bruno Fernandes comentou: "Ele fez um golaço, mas não comemorou como devia, achando que perdeu a confiança de alguns torcedores. Eu disse que muitos apreciam o que ele faz."

Van Nistelrooy justificou começar com Garnacho no banco: "Queria que entrasse e fizesse a diferença." Amorim deve gerenciar bem od minutos do jovem, que tem talento e precisa de cuidado com seu ego.

Enquanto Garnacho brilhou com um gol decisivo, Rashford teve mais uma atuação apagada, sendo substituído aos 57 minutos sem contribuir para nenhum gol pela quinta partida seguida. Ele não finalizou e seus cruzamentos pararam na defesa. No primeiro tempo, perdeu a bola ao tentar driblar Soumaré, e no segundo, deixou um passe de Ugarte escapar pela lateral, frustrando o uruguaio.

Rashford, que costuma começar bem os jogos antes de cair de rendimento, foi o menos efetivo entre os pontas do United, ficando atrás de Diallo e Garnacho, mas ainda à frente de Antony. Ele teve apoio de Ten Hag após uma grande temporada em 2023, mas Amorim não deve oferecer a mesma proteção. Rashford precisará provar seu valor para manter a titularidade, esperando que a nova fase com Amorim o revitalize, assim como ocorreu na chegada de Ten Hag.

Rashford, Garnacho e Diallo precisarão se adaptar aos métodos do novo técnico Ruben Amorim, que deve manter sua formação 3-4-3. Diferente do 4-2-3-1 de Ten Hag e Van Nistelrooy, essa configuração exige que os atacantes joguem mais centralizados.

No Sporting, Amorim formou um ataque com Pedro Gonçalves e Francisco Trincão atuando como meias ofensivos e Viktor Gyökeres no comando de ataque. Essa estratégia permitiu movimentação fluida e rendeu muitos gols, com Pote e Trincão somando 19 participações em gols e Gyökeres marcando 16 vezes.

Essa tática pode beneficiar Bruno Fernandes, que deve ocupar uma das posições no trio de ataque, enquanto Rasmus Hojlund lidera o setor ofensivo. O ex-atacante Theo Walcott comentou na BBC que será um "choque cultural" para os pontas, que agora terão que atuar mais por dentro. Amad pode se destacar, driblando os zagueiros e conseguindo faltas perigosas.

Amad Diallo tem a inteligência e habilidade para atuar em espaços menores, como mostrou com seu passe de calcanhar para Bruno Fernandes. Já Garnacho parece mais confortável jogando aberto, aproveitando sua velocidade. Se Amad ganhar a disputa para formar o trio de ataque com o português, Garnacho pode voltar a ser um super-substituto, como em sua temporada de estreia.

Uma alternativa para Garnacho seria se reinventar como um lateral. Ele melhorou muito na defesa desde que se firmou no time, e sua habilidade com os dois pés permite que jogue em qualquer lado, algo útil para um elenco com poucas opções.

Os laterais-esquerdos Luke Shaw e Tyrell Malacia ainda não jogaram nesta temporada por lesão, enquanto Dalot e Mazraoui preferem atuar pela direita. Dalot, destaque na última temporada, começou mal a atual, enquanto Mazraoui ainda se adapta após chegada do Bayern.

Pensar em Garnacho como lateral é difícil, mas imaginar Rashford nessa posição parece ainda mais improvável. O inglês poderia tentar se reinventar como centroavante, função em que teve sucesso no início da carreira, mas perdeu interesse pelo trabalho defensivo necessário.

Em 2023, Rashford disse a Gary Neville: "Como centroavante, você tem menos distância para marcar gols simples, mas prefiro jogar pela esquerda. Na ponta, fico mais envolvido no jogo, mas como centroavante é preciso paciência. Às vezes, você fica 20 minutos sem tocar na bola e precisa estar mentalmente pronto para aproveitar a primeira chance que surgir."

Nos últimos tempos, Rashford tem mostrado pouca estabilidade psicológica, mas pode se beneficiar do novo esquema de Amorim se ajustar seu estilo e competir com Hojlund pela vaga de centroavante. Com a ascensão de jogadores mais jovens, ele precisa se adaptar para continuar relevante. A mudança no United é clara: quem não se adaptar, ficará para trás.