Mas mesmo um meio-campo bagunçado é capaz de prosperar. Há momentos em que a qualidade técnica individual de um camisa 10 é capaz de, se talvez não exatamente endireitar os entraves na proteção do setor, pelo menos oferecer alguns momentos pontuais de maior criatividade e do tal 'inesperado'. E o São Paulo tem um jogador com essa característica - ou deveria ter.
Giuliano Galoppo viveu uma temporada completamente aquém do esperado. Problemas físicos, consequente falta de ritmo e atuações apagadas... Pacote completo. E some a isso os diversos rumores de uma transferência - seja para a Europa, seja para o Boca Juniors, seja para o Rosario Central -, que basicamente foram o que mais chamou a atenção no 2025 do argentino. James Rodríguez também poderia ser esse cara. Mas, bem, não funcionou - e parece seguir sem funcionar, agora no Rayo Vallecano, da Espanha.
Na falta de um camisa 10, restou a Zubeldía improvisar. Claro, a carta na manga utilizada desde a época de Rogério Ceni era literal: Luciano, o próprio camisa 10. Mas a oscilação do atacante levou ao técnico a fazer outros experimentos, muitas vezes optando por Lucas Moura. Houve momentos em que deu certo (sobretudo antes das lesões de Maia e Alisson), mas em outros o time careceu de criatividade, como na dupla eliminação nas copas, por pouca diferença no agregado.
E se formos falar das eliminações, não há como escapar de Jonathan Calleri. Sendo bem sucinto, o atacante desperdiçou duas chances claríssimas contra o Botafogo - uma na ida, outra na volta -, antes de marcar o belo gol de cabeça no final do jogo de volta. Qualquer redenção, porém, foi freada com a bola na trave na disputa de pênaltis. Verdade seja dita, porém, ele não foi o único a decepcionar - Lucas também perdeu pênalti, no final do primeiro tempo; Luiz Gustavo perdeu a bola de maneira infantil na construção da jogada do gol de Thiago Almada; Rafinha teve dificuldades na direita e precisou ser substituído no 2° tempo; Rafael, herói da Supercopa do Brasil, não pegou nenhuma cobrança botafoguense...
Evidente que esta é só uma dentre tantas partidas, apesar de ter sido uma das mais importantes da temporada. Ainda assim, serve como certa representação da temporada tricolor. Fato é que vários outros jogadores poderiam entrar nessa lista. Arboleda talvez seja o principal deles, até chegando a perder a titularidade na reta final do Brasileirão, em meio a uma sequência de falhas - a principal delas, no empate em 1 a 1 contra o Criciúma, quando uma tentativa de afastar o perigo da área própria acabou se tornando em uma baita furada na construção da jogada do gol adversário.