“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Uma das interpretações da frase, escrita por Fernando Pessoa, foca na resiliência, força e otimismo para encarar a vida mesmo após grandes adversidades. E se a música “sujeito de sorte”, de Belchior, vem embalando a conquista do Botafogo na Libertadores de 2024, as palavras do poeta português também encaixam como uma luva no emaranhado de histórias que se encontram na libertação alvinegra do agora eterno 30 de novembro.
O Botafogo, não é segredo para ninguém que acompanha futebol, viveu uma longa e penosa caminhada no deserto sem os grandes títulos que merece. Foram 29 anos entre o brasileiro de 1995 e a Libertadores em 2024, e ainda que o clube tenha comemorado taças como um Rio-São Paulo em 1998 ou cinco outros Cariocas (1997, 2006, 2010, 2013 e 2018), foram troféus levantados no contexto de queda de importância de tais campeonatos em relação às décadas anteriores.
Entre estas quase três décadas, a instituição derreteu e ficou impraticável. O Botafogo morreu e renasceu das cinzas, sob o formato de SAF. Não demorou a colher os resultados, mas dentro da narrativa do futebol o seu valor só é exaltado quando uma taça é levantada.