Maghnes Akliouche - Talentos Escondidos FC: o artista talentoso que quer chegar no topo com o Monaco

Akliouche nasceu em 25 de fevereiro de 2002, em uma família argelina de Tremblay-en-France. Aos seis anos, seus pais o matricularam no Villemomble Sports e, mais tarde, ele foi para o US Torcy. Foi justamente no Torcy que, aos 15, o seu talento chamou atenção e acabou sendo recrutado pelo Monaco para a temporada seguinte. Depois de apenas um ano no sub-19, os treinadores perceberam que o garoto era aplicado, aprendia rápido e estava pronto para desafios maiores.

Na temporada 2020/21, ele foi promovido ao time B do Monaco, que disputa a quarta divisão francesa, a National 2. Suas atuações chamaram atenção da comissão técnica e dos companheiros. O bom desempenho lhe rendeu a primeira chance na elite: ele estreou na Ligue 1 em outubro de 2021 contra o Lyon, entrando no fim do jogo no lugar de Gelson Martins.

Na temporada de estreia, ele ainda era oficialmente jogador do time B, mas acumulou 48 minutos em campo, divididos entre sete jogos pela equipe principal. Não marcou gols naquele campeonato. Também passou em branco na temporada seguinte, embora tenha começado a receber mais minutos no time profissional.

"Eu era um menino franzino e magro, vivia sendo atropelado [pelos marcadores]. Foi difícil, mas às vezes o melhor é não pensar muito e simplesmente trabalhar duro. No fim, vale a pena", contou Akliouche a jovens do Monaco, relembrando essa fase de transição.

Foi na temporada 2023/24 que o esforço começou a se refletir nos números: em 28 jogos de Ligue 1, ele marcou sete gols e deu quatro assistências. Ganhou status de titular e foi peça fundamental na classificação do Monaco para a Champions League. E manteve o nível alto ao longo dos 12 meses seguintes, provando que não foi um acaso.

Akliouche é um verdadeiro armador, capaz de atuar tanto aberto pela ponta quanto como meia centralizado. É um jogador elegante, de ótimo drible e que prioriza o passe em vez da finalização. Tem leitura de jogo apurada, distribui bem a bola e ainda se destaca pela marcação — algo raro entre pontas.

Sua força na combinação também chama atenção. Um bom exemplo disso foi o gol marcado contra o Brest, após linda troca de passes com Eliesse Ben Seghir. Os dois, inclusive, têm encantado os torcedores do Monaco e começam a provocar comparações — ainda que tímidas — com a dupla Henry e Trézeguet. Ainda há um longo caminho, mas o potencial é visível.

O próprio Akliouche contou que se inspira em ídolos como Zidane, Iniesta e Özil. “Vi muitos vídeos deles. Passar por um marcador me dá uma satisfação enorme, por isso gosto de driblar. E também de servir meus companheiros com assistências”, contou ao Téléfoot.

Sete gols por temporada não é exatamente uma marca impressionante para um ponta. A eficiência ainda é um ponto a melhorar. Mas se todos fossem como o golaço que marcou contra o Rennes — uma bicicleta de esquerda após cruzamento vindo da direita — ele não precisaria de muito mais.

Apesar das boas atuações, Akliouche ainda precisa ganhar regularidade e se tornar mais eficiente para alcançar o topo da elite europeia. Lances como o da bicicleta são os que vêm atraindo olheiros dos principais clubes ao estádio Louis II.

O diretor-geral do clube, Thiago Scuro, entende o interesse crescente. “É normal que os clubes estejam de olho nele, mas ele ainda é jogador do Monaco, e não será fácil tirá-lo daqui”, afirmou também à Téléfoot.

Mas talento puro não se esconde, e os gigantes da Europa sabem disso. O meia-atacante já foi ligado a Liverpool, Manchester United, Manchester City, Tottenham e Paris Saint-Germain. O Real Madrid também monitora a situação — segundo o L’Équipe, Xabi Alonso já admirava Akliouche desde seus tempos como técnico no Bayer Leverkusen.

O contrato do jogador com os Rouge et Blancs vai até 2028, sem cláusula de rescisão — algo que a legislação francesa proíbe. Até o momento, não há proposta concreta, mas o L’Équipe estima seu valor de mercado entre 70 e 80 milhões de euros.

Se Akliouche vai ou não alcançar o mais alto nível, só o tempo dirá. No futebol atual, os números são cada vez mais decisivos. Mas, se conseguir aliar sua genialidade técnica à eficiência, seu futuro será brilhante.