Copa do Mundo 2026 Power Ranking: Brasil encontra velhos problemas, e Noruega se apresenta ao planeta

A decisão da FIFA de conceder à Oceania uma vaga garantida na Copa do Mundo de 2026 tornou a classificação da Nova Zelândia pela primeira vez desde 2010 praticamente uma formalidade, já que eles não têm nada que remotamente se pareça com rivais à altura na OFC. Como disse o defensor Michael Boxall após os All Whites avançarem com uma vitória por 3 a 0 sobre a Nova Caledônia: “Já passamos por decepções em campanhas anteriores, mas, com a expansão do torneio, passamos a esperar isso de nós mesmos.”

A questão agora é saber se eles conseguirão causar algum impacto na América do Norte no ano que vem. Muito dependerá, obviamente, dos adversários na fase de grupos, e um empate recente com a Noruega deu algum motivo para otimismo — mas é difícil ter confiança nas chances de uma equipe que caiu para o 86º lugar no ranking mundial após uma sequência de sete jogos sem vencer.

Na verdade, eles ainda venceram apenas 11 partidas contra seleções de fora da OFC nos últimos 15 anos, e o atacante do Nottingham Forest, Chris Wood, é o único jogador realmente de alto nível no elenco neozelandês.

Depois de decepcionar a todos em sua estreia em Copas do Mundo como anfitriã em 2022, o Catar tentará deixar uma impressão muito mais positiva no torneio quatro anos depois. No entanto, sua classificação veio cercada de controvérsia: os bicampeões asiáticos foram inexplicavelmente autorizados a disputar ambas as partidas da quarta fase em casa e, depois de segurarem Omã em um empate sem gols em Al Rayyan, venceram os Emirados Árabes Unidos por 2 a 1 no mesmo estádio para garantir o primeiro lugar em seu grupo de três seleções.

Ex-treinador do Real Madrid e da seleção espanhola, Julen Lopetegui comandou a reta final da campanha após assumir o cargo em maio e fez um bom trabalho ao fortalecer uma defesa que havia sofrido 24 gols em 10 jogos durante a terceira fase das Eliminatórias. No atacante Almoez Ali, Lopetegui também conta com um centroavante matador, que marcou mais gols (12) do que qualquer outro jogador na etapa asiática.

Ainda assim, avançar de fase na América do Norte provavelmente será uma tarefa difícil para o Catar, que perdeu um amistoso para o Zimbábue em Doha no mês passado e atualmente enfrenta dificuldades em casa na Copa Árabe.

A Jordânia fez história em 5 de junho ao se classificar para a Copa do Mundo pela primeira vez, desencadeando cenas intensas de comemoração por todo o país. A vitória por 3 a 0 sobre Omã, graças a um hat-trick de Ali Olwan, deixou Al Nashama muito perto de garantir vaga no torneio, e a classificação entre os dois primeiros do Grupo B da AFC foi confirmada mais tarde, graças à vitória da Coreia do Sul por 2 a 0 sobre o Iraque, terceiro colocado.

Obviamente, não se espera muito da Jordânia na Copa do Mundo. A maior parte do time de Jamal Sellami atua no próprio país, embora o ponta Mousa Tamari tenha passado grande parte da carreira na Europa e tenha deixado o Montpellier rumo ao Rennes no início deste ano.

A Jordânia, que ocupa o 66º lugar no ranking mundial, também vem evoluindo de forma constante nos últimos anos e chegou até a surpreender a Coreia do Sul no caminho até o vice-campeonato da Copa da Ásia de 2023, no Catar. No entanto, derrotas recentes em amistosos para Bolívia, Albânia e Tunísia mostram que a campanha no Mundial provavelmente será bastante árdua.

Curaçao melhorou enormemente nos últimos 10 anos, subindo da 150ª para a 82ª posição no ranking mundial, mas sua classificação para a Copa do Mundo é, ainda assim, surpreendente. Na verdade, ela ainda parecia improvável durante o jogo decisivo contra a muito favorita Jamaica, que acertou a trave três vezes no confronto do mês passado em Kingston e ainda teve um pênalti nos acréscimos anulado pelo VAR.

No entanto, mesmo sem o técnico Dick Advocaat, que perdeu o jogo por motivos pessoais, Curaçao se manteve firme para conquistar o ponto de que precisava para se tornar a menor nação — tanto em território quanto em população — a se classificar para uma Copa do Mundo. Portanto, embora seja improvável que a Onda Azul cause grande impacto na América do Norte com um grupo de jogadores de perfil discreto (o ex-jogador da base do Manchester United, Tahith Chong, será o rosto mais conhecido para quem acompanha a Premier League), isso importa pouco. Curaçao já fez história.

A classificação do Haiti para sua segunda Copa do Mundo, 52 anos depois de sua estreia no torneio, é simplesmente milagrosa. A ausência das três seleções mais fortes das Eliminatórias da Concacaf (os anfitriões EUA, México e Canadá) obviamente ajudou, mas ninguém acreditava que Les Grenadiers pudessem liderar um grupo que continha Costa Rica e Honduras — especialmente porque a equipe de Sébastien Migné foi obrigada a mandar todos os seus jogos em Curaçao devido ao conflito que assola o Haiti desde que o país foi devastado por um terremoto em 2010.

O técnico Sébastien Migné, que ainda não conseguiu visitar a ilha caribenha e precisou depender de dirigentes da federação haitiana para obter informações sobre jogadores locais, não tem um elenco particularmente forte à disposição. No entanto, depois de convencer o meio-campista do Wolverhampton, Jean-Ricner Bellegarde — nascido na França — a se declarar pelo Haiti, a esperança é que o atacante do Sunderland, Wilson Isidor, siga o mesmo caminho em breve — o que certamente aumentaria as chances da equipe de surpreender pelo menos uma vez no Mundial.

Depois de conquistar corações na Copa do Mundo de 2018, na Rússia, os fantásticos torcedores do Panamá farão um retorno muito bem-vindo ao torneio no próximo ano, após a seleção garantir uma vaga direta na última rodada das Eliminatórias da Concacaf. A Maré Vermelha atropelou El Salvador, já eliminado, com uma vitória por 3 a 0 na Cidade do Panamá e, com a derrota do Suriname por 3 a 1 para a Guatemala, a equipe de Thomas Christiansen terminou em primeiro no Grupo A.

Analisando a força do elenco, chegar ao mata-mata talvez seja demais para Los Canaleros, mas Aníbal Godoy continua firme no meio-campo ao lado do talentoso Adalberto Carrasquilla, enquanto a dupla veterana José Fajardo e Cecilio Waterman segue representando uma boa ameaça de gol. Assim, depois de não somarem nenhum ponto na Rússia, eles miram sua primeira vitória em Copas do Mundo no ano que vem.

A Austrália confirmou sua participação na Copa do Mundo de 2026 de maneira enfática ao vencer a Arábia Saudita fora de casa no dia 10 de junho (quando apenas evitar uma derrota por cinco gols já seria suficiente) — mas foi a vitória por 1 a 0 sobre o Japão, cinco dias antes, que efetivamente garantiu a classificação. Se o time de Tony Popovic não tivesse derrotado os Samurais Azuis, a missão em Jedá teria sido muito mais difícil — e eles já haviam tido dificuldade até para manter a posse de bola em Perth. Porém, o golaço de Aziz Behich aos 45 minutos do segundo tempo acabou sendo decisivo em todos os sentidos.

Os Socceroos agora se preparam para a sexta participação consecutiva em Copas do Mundo mas, no momento, este elenco sem grandes estrelas não parece capaz de repetir as oitavas de final alcançadas em 2006 e 2022. O desempenho definitivamente melhorou desde que Popovic substituiu Graham Arnold no comando em setembro passado, e o surgimento de jovens promissores como Mohamed Toure, Nestory Irankunda e Alessandro Circati aponta para um futuro mais brilhante para o futebol no país. No entanto, as derrotas recentes para os EUA e para a Venezuela sugerem que os Socceroos devem enfrentar dificuldades no próximo ano.

De volta à Copa do Mundo pela oitava vez desde sua estreia no torneio, nos Estados Unidos, em 1994, a Arábia Saudita teve de seguir um caminho longo até finalmente garantir sua vaga em outubro.

Roberto Mancini pediu demissão após pouco mais de um ano no cargo, depois de uma campanha fraca na Copa da Ásia e de um início decepcionante nas Eliminatórias em outubro de 2024, o que levou à volta de seu antecessor, Hervé Renard. E embora o desempenho da equipe sob o comando do técnico francês não tenha sido consistente, os sauditas conseguiram superar o Iraque pelo critério de gols marcados na quarta fase das Eliminatórias asiáticas para assegurar seu lugar no sorteio — embora tenham sido significativamente beneficiados por poder disputar as duas partidas em casa.

Parece que a chegada de estrelas estrangeiras à Saudi Pro League teve um efeito prejudicial sobre a seleção, já que vários jogadores perderam espaço em seus clubes, e repetir a surpreendente vitória sobre a Argentina em 2022 parece hoje algo distante para uma equipe que perdeu por 2 a 0 em casa para a Argélia no mês passado.

O Irã garantiu sua vaga na Copa do Mundo de 2026 ao buscar o empate por 2 a 2 duas vezes contra o Uzbequistão, segundo colocado, em Teerã, em março — resultado que assegurou à equipe da casa um lugar entre os dois primeiros do Grupo A da AFC. Mehdi Taremi, como era de se esperar, foi decisivo: o atacante do Olympiacos marcou os dois gols do país, novamente bem acompanhado por Sardar Azmoun.

O Irã não dispõe de um elenco particularmente profundo — algo evidenciado pelo fraco desempenho na decepcionante derrota para o Uzbequistão na CAFA Nations Cup de 2025 —, mas certamente não lhe falta experiência, e uma equipe atualmente em 21º no ranking mundial não deve ser subestimada. Esta será sua quarta participação consecutiva em Copas e, com um sorteio favorável, eles podem até avançar da fase de grupos pela primeira vez na sétima tentativa.

Vale destacar, porém, que talvez não contem com torcedores nos Estados Unidos, já que o presidente americano Donald Trump instituiu um veto migratório que inclui o Irã. Uma exceção foi feita para jogadores, comissão técnica e familiares, mas ela não se aplica ao torcedor comum, o que lançou uma sombra significativa sobre a classificação iraniana.

Cabo Verde se tornará o terceiro menor participante de uma Copa do Mundo em população depois de manter a calma e garantir sua vaga na competição do próximo ano. Após deixar escapar a classificação em um dramático empate por 3 a 3 com a Líbia, os Tubarões Azuis asseguraram sua estreia em Mundiais graças a uma vitória por 3 a 0 sobre Eswatini, em outubro, que garantiu o primeiro lugar em seu grupo — terminando, de forma impressionante, quatro pontos à frente da tradicional potência africana Camarões.

A pequena nação arquipelágica do Atlântico se recuperou de um início pouco promissor e emendou uma sequência de cinco vitórias consecutivas, garantindo sua presença nos EUA, Canadá e México com uma campanha de sete vitórias, dois empates e apenas uma derrota — um feito totalmente oposto ao fracasso em chegar à Copa Africana de Nações de 2025.

Não é, certamente, uma seleção repleta de grandes nomes ou apoiada por uma federação rica. Pico Lopes, do Shamrock Rovers, foi recrutado por meio do LinkedIn, e o time tem se beneficiado do interesse de jogadores elegíveis que decidiram representá-los desde a campanha até as quartas de final da Copa Africana de Nações em 2023. No próximo ano, entrarão como grandes azarões, mas os cabo-verdianos não vão se importar nem um pouco — e os empates no mês passado com Irã e Egito na Al Ain International Cup mostraram que eles não estarão na América do Norte apenas para “participar”. Se o sorteio ajudar, eles mirarão ao menos uma vitória.

Jaime Lozano levou o México ao título da Copa Ouro em 2023, mas foi demitido após a péssima campanha na Copa América do ano passado, em que a seleção fracassou miseravelmente em avançar de um grupo considerado muito acessível, com Jamaica, Venezuela e Equador. Consequentemente, Javier Aguirre está de volta ao comando e, desta vez, conta com a ajuda do lendário Rafael Márquez, que está previsto para assumir como técnico após a Copa do Mundo.

O início da terceira passagem de Aguirre certamente tem sido movimentado: o México se recuperou de uma surpreendente derrota no jogo de ida contra Honduras (durante a qual o treinador foi atingido por uma lata de cerveja jogada por um torcedor!) para conquistar a Nations League em março — e depois ergueu outro troféu em junho, ao vencer os EUA por 2 a 1 na final da Copa Ouro em Houston.

No entanto, a seleção mexicana não vence desde então, e a derrota por 2 a 1 para o Paraguai, em novembro, ampliou a má fase para seis jogos, aumentando ainda mais as dúvidas sobre as chances do país de chegar às quartas de final de uma Copa do Mundo pela primeira vez desde que sediou o torneio, lá em 1986.

Depois de inúmeros quase-acertos e muita frustração, o Uzbequistão finalmente fará sua primeira participação em uma Copa do Mundo no próximo ano. A classificação esteve longe de ser simples: Srecko Katanec precisou deixar o cargo em janeiro por motivos de saúde, e o ex-meio-campista Timur Kapadze concluiu o trabalho iniciado pelo esloveno ao garantir um tenso empate por 0 a 0 com os Emirados Árabes Unidos no dia 5 de junho, resultado que assegurou a equipe entre as duas primeiras do Grupo A da AFC.

No entanto, o estreante uzbeque no Mundial será comandado por uma lenda italiana: Fabio Cannavaro, que terá Kapadze como assistente. A passagem do campeão do mundo começou de forma promissora, com os Lobos Brancos conquistando a Al Ain International Cup (torneio amistoso) no mês passado, derrotando o Egito na semifinal e superando o Irã, nos pênaltis, na final.

O que já está claro, porém, é que as esperanças — inegavelmente reduzidas — do Uzbequistão de chegar ao mata-mata vão depender de uma defesa sólida liderada pelo zagueiro do Manchester City, Abdukodir Khusanov, mesmo que também haja talento no ataque. O capitão Eldor Shomurodov pertence à Roma e hoje joga pelo Istanbul Basaksehir, que também contratou recentemente o empolgante ponta de 21 anos, Abbosbek Fayzullaev.

Veterana em quatro das últimas cinco Copas do Mundo, Gana se firmou como uma das principais forças do futebol africano desde o início do século. No entanto, os Estrelas Negras chegaram ao fundo do poço em novembro de 2024 quando, após não vencerem nenhum de seus seis jogos das Eliminatórias, ficaram fora da próxima Copa Africana de Nações. O técnico Otto Addo, naturalmente, passou a ser muito pressionado, mas ele e sua equipe reagiram de forma impressionante ao longo do último ano.

Dos seis jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo disputados em 2025, Gana venceu cinco, com um agregado de 16 a 1 para liderar o seu grupo — e o time realmente tem talento para brigar por uma vaga no mata-mata no próximo ano. Se o início de temporada servir de indicação, Antoine Semenyo e Mohammed Kudus chegarão ao torneio embalados por campanhas destacadas na Premier League, enquanto Jordan Ayew segue contribuindo com gols importantes, mesmo aos 34 anos.

Exibições preocupantemente ineficazes nos amistosos de novembro contra Japão e Coreia do Sul reacenderam dúvidas sobre a real força de Gana, mas ao menos a equipe não terá de lidar com o desgaste físico e mental de disputar dois grandes torneios em um intervalo de apenas sete meses — ao contrário da maioria das outras seleções africanas.

O Canadá é uma equipe em ascensão sob o comando de Jesse Marsch — prova disso é a escalada do país do 40º para o 27º lugar no ranking mundial ao longo deste ano. Claro, nem tudo tem sido simples. A eliminação nas quartas de final da Copa Ouro da CONCACAF, em junho, para a Guatemala, foi um grande constrangimento — e a derrota em amistoso para a Austrália também não deixou boas perspectivas. Ainda assim, empates recentes contra Colômbia e Equador, ambos classificados para a Copa, mostraram que os Canucks conseguem competir em alto nível.

Vale lembrar que, pouco depois de assumir o cargo em maio do ano passado, Marsch conduziu o Canadá ao quarto lugar na Copa América de 2024 — conquista que, possivelmente, figura entre as maiores da história do futebol do país. O desafio agora, claro, é causar um impacto ainda maior na Copa do Mundo de 2026. O Canadá se classificou para o torneio apenas duas vezes (1986 e 2022) e perdeu todas as suas partidas da fase de grupos nas duas ocasiões.

A condição física do capitão Alphonso Davies — que rompeu o ligamento cruzado anterior na vitória sobre os EUA pela Nations League da CONCACAF, em março — será obviamente decisiva. Mas talvez seja ainda mais importante que o astro Jonathan David recupere o faro de gol, algo que perdeu desde que chegou à Juventus durante a última janela.

Para uma equipe tão bem-sucedida dentro do futebol africano, o histórico do Egito em Copas do Mundo é bastante decepcionante. Os Faraós chegaram a cinco das últimas 10 finais da Copa Africana de Nações, vencendo três delas, mas 2026 marcará apenas a segunda vez que disputarão o torneio global desde 1990. A campanha anterior também deixou muito a desejar: eles perderam as três partidas em um grupo que parecia pouco intimidador em 2018. Por isso, os jogadores egípcios estarão determinados a causar um grande impacto no torneio do próximo ano na América do Norte — e ninguém mais do que Mohamed Salah.

A vaga do ponta como titular do Liverpool pode até ser tema de debate na Inglaterra neste momento, mas Salah continua sendo o talismã do país, tendo marcado nove gols nas Eliminatórias. Ele terá a companhia de Omar Marmoush, atacante versátil do Manchester City, formando uma linha ofensiva perigosa. O técnico Hossam Hassan também conta com uma defesa bem treinada, que sofreu apenas dois gols em 10 jogos das Eliminatórias, mas a derrota por 2 a 0 para o Uzbequistão em novembro, somada à vitória nos pênaltis sobre Cabo Verde logo depois, diminuiu um pouco as expectativas em torno desta seleção egípcia.

Pela primeira vez desde que sediaram o torneio em 2010 — e apenas pela terceira vez por mérito próprio — a África do Sul garantiu vaga na Copa do Mundo, embora quase tenha deixado a classificação escapar apesar de uma campanha sólida no Grupo C das Eliminatórias da CAF. A escalação de um jogador inelegível contra o Lesoto, em setembro, custou três pontos à equipe, e por isso eles precisaram vencer Ruanda na rodada final — além de contar com uma ajuda da Nigéria — para carimbar o passaporte para o próximo ano.

A campanha até as semifinais da Copa Africana de Nações de 2023 indicou que os Bafana Bafana estavam se reencontrando após cerca de uma década em relativa irrelevância, e o técnico Hugo Broos conseguiu manter esse ímpeto com uma equipe que se apoia fortemente no Mamelodi Sundowns, gigante do futebol local. O goleiro Ronwen Williams é um dos melhores da posição fora da Europa, enquanto o atacante Lyle Foster, do Burnley, será encarregado de levar perigo ao gol adversário.

Ainda assim, sair da fase de grupos na América do Norte provavelmente será difícil para a África do Sul, mas a confiança está em alta graças a uma sequência de oito jogos sem derrota — e eles podem surpreender.

A Costa do Marfim está de volta à Copa do Mundo após ficar de fora das duas últimas edições — e garantiu a vaga de maneira impressionante. A atual campeã africana não sofreu um único gol no Grupo F das Eliminatórias da CAF e venceu oito de suas 10 partidas, empatando as outras duas, contra Gabão e Quênia. Sob o comando de Emerse Faé, que assumiu a equipe no meio da campanha vitoriosa na Copa Africana de Nações, a seleção marfinense reúne jogadores de qualidade como Franck Kessié, Amad Diallo, Nicolas Pépé, Sébastien Haller e Simon Adingra, além do muito bem avaliado zagueiro do Sporting, Ousmane Diomande.

Portanto, embora os Elefantes talvez não tenham tantos nomes de grande apelo como nas três classificações consecutivas entre 2006 e 2014 — e apesar de terem mostrado fragilidade na derrota para a Arábia Saudita no mês passado — eles ainda têm um nível de organização capaz de torná-los um adversário muito difícil de ser batido no próximo ano.

Após 12 anos de ausência, a Argélia voltará à Copa do Mundo em 2026, garantindo sua vaga com uma rodada de antecedência nas Eliminatórias Africanas. O período intermediário foi irregular para os Fenecos, que venceram a Copa Africana de Nações em 2019, mas também foram eliminados na fase de grupos da mesma competição em outras três ocasiões sem vencer um único jogo. Por isso, é difícil prever qual versão da seleção argelina aparecerá na América do Norte no próximo ano.

Certamente, o desempenho do veterano capitão Riyad Mahrez terá grande impacto em seu destino, já que o ex-ponta do Manchester City continua ditando o ritmo do time às vésperas de completar 35 anos. O atacante Mohamed Amoura, por sua vez, teve uma campanha de eliminatórias excelente, terminando como artilheiro da África com 10 gols. O centroavante do Wolfsburg pode até se tornar uma das revelações do torneio se tudo correr bem para a Argélia, que chega invicta há sete jogos — cinco deles com vitória.

Nunca houve realmente qualquer dúvida sobre a Tunísia chegar à sua terceira Copa do Mundo consecutiva. Ainda assim, a classificação não foi isenta de drama: as Águias de Cartago garantiram o topo do Grupo H das Eliminatórias Africanas com um gol de Mohamed Ali Ben Romdhane aos 49 minutos do segundo tempo, na Guiné Equatorial, em setembro.

Claro, o técnico Sami Trabelsi — que reassumiu o cargo em fevereiro, mais de uma década após o fim de sua passagem anterior — terá ficado ainda mais satisfeito com o fato de sua equipe ter conseguido carimbar a vaga na América do Norte sem sofrer um único gol, marca que mantiveram ao fazer 9 a 0 somado contra São Tomé e Príncipe e Namíbia, em outubro.

Apesar das estatísticas defensivas impressionantes, a Tunísia terá uma tarefa difícil para alcançar as oitavas de final de uma Copa do Mundo pela primeira vez, por causa da limitação técnica no ataque. Mesmo assim, o empate por 1 a 1 com o Brasil, em amistoso no mês passado, certamente deu ao time enorme confiança para levar ao próximo ano.

O Paraguai percorreu um longo, longo caminho no último ano — e o técnico Gustavo Alfaro é o principal motivo. A Albirroja caiu na primeira fase da Copa América de 2024, perdendo os três jogos da fase de grupos, o que resultou na demissão de Daniel Garnero. Alfaro fez maravilhas desde que assumiu, com o Paraguai garantindo a classificação para a Copa do Mundo graças, sobretudo, a uma mudança imediata de forma que incluiu vitórias sobre Brasil, Argentina e Uruguai durante uma sequência de 10 jogos sem derrota.

O progresso foi freado pela derrota por 1 a 0 para o Brasil em São Paulo, em junho, mas o Paraguai assegurou uma vaga no Mundial pela primeira vez desde 2010 com um empate sem gols contra o Equador, em setembro. Assim, embora Alfaro não tenha atacantes do mais alto nível à sua disposição, ele conta com uma defesa excelente, liderada por Gustavo Gómez, e muito difícil de ser vazada — pelo menos em partidas competitivas.

O Paraguai não conseguiu manter um único clean sheet nos quatro amistosos disputados desde que garantiu vaga no Mundial, mas a vitória sobre o México no mês passado ao menos marcou o retorno aos triunfos, depois de um empate merecido com o Japão seguido por derrotas consecutivas para a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

Marcelo Bielsa está levando o Uruguai para a Copa do Mundo — e isso é uma notícia maravilhosa para qualquer pessoa que ame personagens únicos e futebol ofensivo. El Loco é um dos técnicos mais icônicos da história e ninguém nunca sabe o que ele vai fazer a seguir.

Além de eliminar o Brasil no caminho até as semifinais da Copa América de 2024, o Uruguai também somou quatro pontos contra a Amarelinha nas Eliminatórias e ainda surpreendeu a Argentina em Buenos Aires. Contudo, os bicampeões mundiais tiveram dificuldade para manter consistência e fluidez em 2025, e a goleada por 5 a 1 sofrida contra os Estados Unidos soou o alarme — levando Bielsa a refletir sobre sua personalidade e seus métodos em uma coletiva extraordinária dias depois.

Por ora, tudo indica que Bielsa seguirá até a Copa, mas — assim como acontece com o astro Darwin Núñez — é impossível prever exatamente o que esperar do Uruguai.

A Escócia está a caminho de sua primeira Copa do Mundo em 28 anos após se classificar da maneira mais dramática possível, com a equipe de Steve Clarke marcando duas vezes nos acréscimos na partida decisiva contra a Dinamarca, no Hampden Park. A verdade é que os dinamarqueses foram superiores — mesmo com um jogador a menos —, mas os escoceses exibiram uma notável força mental e muita qualidade. Aliás, os gols de Scott McTominay, Kieran Tierney e Kenny McLean na já famosa vitória por 4 a 2 foram todos sensacionais.

Se a Escócia realmente tem qualidade suficiente para avançar pela primeira vez na fase de grupos de uma Copa do Mundo ainda é discutível. Vale lembrar que essa equipe impressionou nas Eliminatórias para a Euro 2024, mas foi péssima na Alemanha. Ainda assim, com o apoio magnificente da Tartan Army, Andy Robertson e companhia podem muito bem fazer história na América do Norte.

Quem acompanhou a Euro 2024 certamente ficou animado ao ver a Áustria garantir vaga na Copa do Mundo, já que o time de Ralf Rangnick foi um dos mais empolgantes de assistir na Alemanha graças a um estilo de jogo extremamente positivo e dinâmico, que os levou a liderar um dos grupos mais difíceis do torneio. Desde então, tiveram alguns resultados decepcionantes — especialmente a derrota por 1 a 0 para a Romênia, em outubro, que acabou com a campanha perfeita no Grupo H das Eliminatórias —, mas confirmaram o primeiro lugar na última rodada ao buscarem o empate contra a vice-líder Bósnia-Herzegovina.

A Áustria conta com jogadores de qualidade, como Christoph Baumgartner e Konrad Laimer, mas a grande preocupação é que o artilheiro mais confiável da equipe ainda seja Marko Arnautovic, de 36 anos, enquanto Marcel Sabitzer e Michael Gregoritsch também já passaram dos 30 — algo que pode dificultar manter o ritmo intenso de pressão característico do time quando chegarem à América do Norte no próximo ano.

Ninguém vai querer enfrentar o Equador na Copa do Mundo. A Tri foi um verdadeiro pesadelo nas Eliminatórias Sul-Americanas — o que talvez nem seja tão surpreendente, dado que a defesa é comandada pelo zagueiro do Paris Saint-Germain, Willian Pacho, e protegida pela máquina de desarmes do Chelsea, Moisés Caicedo. Nenhuma seleção sul-americana sofreu menos gols (apenas cinco em 18 partidas) na campanha e eles ainda somaram incríveis 12 jogos sem sofrer gols. As únicas duas derrotas vieram fora de casa, contra Brasil e Argentina — seleções que o Equador, aliás, venceu como mandante na última rodada para garantir o segundo lugar na tabela.

Assim, embora o técnico Sebastián Beccacece não conte com uma grande variedade de talentos no ataque (o veterano Enner Valencia, de 35 anos, ainda é sua principal fonte de gols) e o time empate demais por causa disso, o Equador está muito bem preparado para frustrar seus adversários na Copa e tentar compensar a eliminação na fase de grupos em 2022.

Senegal continua sendo uma das seleções mais fortes da África, como ficou evidente na vitória dominante sobre a Inglaterra em junho. Ainda assim, os Leões de Teranga estiveram perigosamente perto de ficar fora da vaga direta para a Copa do Mundo: precisavam vencer a República Democrática do Congo em setembro, chegaram a estar perdendo por 2 a 0, mas viraram o jogo no segundo tempo para 3 a 2 — resultado que abriu caminho para confirmarem a classificação no mês seguinte.

Pape Thiaw ainda conta com os veteranos Sadio Mané, Kalidou Koulibaly e Idrissa Gana Gueye, enquanto o bom desempenho de Ismaila Sarr, Iliman Ndiaye e Nicolas Jackson nos últimos anos indica que Senegal chegará à América do Norte com um ataque dinâmico, menos dependente de Mané do que em torneios recentes.

Assim, embora a derrota por 2 a 0 para o Brasil em um amistoso quente em Londres, em novembro, tenha exposto algumas limitações, os campeões da Copa Africana de Nações de 2021 têm qualidade suficiente para alcançar novamente as oitavas de final da Copa do Mundo, como fizeram no Catar em 2022.

A tão aguardada escolha de Mauricio Pochettino como novo técnico da seleção dos EUA foi anunciada há um ano com grande alarde e, após alguns testes e tribulações seriamente desconfortáveis, o argentino finalmente começa a fazer progresso de verdade.

Os americanos agora estão invictos nos últimos cinco amistosos, vencendo quatro deles, e a goleada por 5 a 1 sobre o Uruguai no mês passado foi o tipo de vitória emblemática que os torcedores, cansados de sofrer, estavam esperando. O fato de ter sido alcançada sem vários jogadores importantes, incluindo Christian Pulisic e Weston McKennie, apenas reforça a sensação de que Pochettino está construindo um elenco capaz de deixar os EUA orgulhosos no próximo ano.

Kevin De Bruyne admitiu já em 2022 que a melhor chance de a Bélgica conquistar um grande título com sua “Geração Dourada” já havia passado — e nada aconteceu desde então para mudar essa percepção. A Euro 2024 foi um desastre para os Diabos Vermelhos, com De Bruyne entrando em conflito com os torcedores que viajaram para apoiá-los — e isso antes mesmo de serem eliminados nas oitavas de final. Eles ao menos conseguiram se classificar para a Copa do Mundo sem perder nenhum jogo, mas era um grupo fraco e até o ponta do Manchester City, Jérémy Doku, admitiu após o empate por 1 a 1 com o Cazaquistão, na semana passada, que a Bélgica “deixou escapar muitos pontos” e “não foi boa o suficiente em um grande número de partidas”.

Portanto, embora Rudi Garcia ainda tenha algum tempo para mudar o rumo e conte com muitos jogadores atuando nas cinco grandes ligas da Europa, é difícil apresentar um argumento convincente de que os belgas finalmente encerrarão seu jejum de títulos no próximo ano.

A participação da Coreia do Sul na Copa do Mundo do próximo ano não surpreende absolutamente ninguém, já que os Taeguk Warriors disputaram as últimas 10 edições do torneio. Desta vez, a classificação foi selada com uma campanha invicta, concluída com uma goleada por 4 a 0 sobre o Kuwait na rodada final.

Não foi tudo um mar de rosas, porém: eles ficaram presos em três empates consecutivos antes de resolverem a situação contra o Iraque, enquanto vários jogadores importantes já estão ficando mais velhos — incluindo o lendário capitão Son Heung-min. Ainda assim, o técnico Hong Myung-bo colocou a equipe de volta nos trilhos após a surpreendente eliminação para a Jordânia na semifinal da Copa da Ásia de 2023, que resultou na demissão de Jürgen Klinsmann, e o novo treinador já começou a tentar rejuvenescê-la para o torneio do próximo ano na América do Norte.

A derrota por 5 a 0 para o Brasil em um amistoso em outubro significa que ninguém vai apostar que a Coreia do Sul chegará perto de repetir o quarto lugar alcançado no Mundial de 2002 — mas a equipe reagiu bem a esse choque de realidade, emendando três vitórias seguidas (contra Paraguai, Bolívia e Gana) sem sofrer um gol sequer. E claramente não deve ser subestimada, especialmente porque Son já está colhendo os efeitos regenerativos de jogar em Los Angeles.

A Suíça é uma especialista discreta em se classificar para grandes torneios. Eles não perdem uma Copa do Mundo desde 2006 e quase sempre podem ser considerados presença garantida nas oitavas de final. Desta vez, precisaram esperar até a última rodada para confirmar oficialmente a vaga no Mundial de 2026, com um empate por 1 a 1 contra Kosovo. No entanto, os suíços já haviam, na prática, assegurado o primeiro lugar do Grupo B das Eliminatórias Europeias com uma convincente goleada por 4 a 1 sobre a Suécia, em Genebra — uma partida que ilustrou perfeitamente por que o time de Murat Yakin costuma ser um adversário tão complicado.

O elenco pode não estar repleto de superestrelas, mas Breel Embolo é um goleador comprovado nesse nível, Dan Ndoye é capaz de incendiar jogos quando está em um bom dia, Johan Manzambi é um prospecto muito empolgante e, acima de tudo, o veterano meio-campista Granit Xhaka está, talvez, jogando o melhor futebol de sua carreira. Em suma, a Suíça não deve ser subestimada.

Achávamos que já tivéssemos visto Luka Modric pela última vez no futebol se de seleções após a eliminação devastadora da Croácia na fase de grupos da Euro 2024, mas o veterano agora está prestes a capitanear seu país na Copa do Mundo aos 40 anos de idade. A equipe de Zlatko Dalic praticamente passeou pelas Eliminatórias, garantindo a vaga com uma rodada de antecedência graças a uma vitória por 3 a 1 sobre as Ilhas Faroe, em Rijeka. Ainda assim, como sempre parece acontecer com a Croácia, fica a dúvida se eles realmente podem causar grande impacto em um torneio continuando a depender de tantas estrelas veteranas. Afinal, Modric não é o único desafiando a passagem do tempo: Ivan Perisic (36) e Andrej Kramaric (34) também tiveram contribuições cruciais na campanha.

No entanto, Petar Sucic e Franjo Ivanovic (ambos de 22 anos) surgiram como jovens talentos empolgantes, enquanto a defesa é liderada por Josko Gvardiol (23), que só evoluiu desde que se afirmou como um dos zagueiros jovens mais talentosos do mundo na última Copa. Além disso, se há algo que sabemos sobre os terceiros colocados no Catar, é que a Croácia de Modric adora desafiar todas as previsões antes de grandes torneios.

A CBF finalmente conseguiu contratar seu homem em maio, mas será que um ano é realmente tempo suficiente para Carlo Ancelotti transformar a seleção em campeã mundial? O Brasil certamente tem talento para conquistar o hexa, mas terminou em quinto nas Eliminatórias depois de perder um terço de seus jogos, e há muito tempo existe uma preocupante falta de coesão na equipe, que caiu nas quartas de final tanto na Rússia 2018 quanto no Catar 2022.

Por outro lado, Ancelotti já tem uma excelente relação com a dupla ofensiva Vinicius Junior e Rodrygo desde o período em que comandou o Real Madrid. Casemiro vive um ressurgimento oportuno e a vitória sobre Senegal, em ótima fase, mostrou que Estêvão é realmente um jogador empolgante. No entanto, o empate por 1 a 1 com a Tunísia logo depois deixou claro que Ancelotti precisa que um de seus camisas 9 entre em grande forma nos próximos meses (Matheus Cunha talvez seja a melhor aposta), já que a última coisa que o Brasil quer é voltar a depender de Richarlison para fazer gols!

Néstor Lorenzo vem fazendo um ótimo trabalho desde que assumiu a Colômbia em junho de 2022, levando os Cafeteros à final da Copa América do ano passado antes de garantir a vaga na Copa do Mundo com uma rodada de antecedência. James Rodríguez foi fundamental na classificação, com o astro revelação do Mundial de 2014 abrindo o placar na vitória por 3 a 0 sobre a Bolívia que assegurou ao país um lugar no top-6 das Eliminatórias — algo bastante simbólico. Mas o craque do Bayern de Munique Luis Díaz também teve atuações enormes.

Como mostraram na atual sequência de cinco vitórias nos últimos seis jogos, é pouco provável que a Colômbia tenha dificuldades para marcar gols no Mundial: Jhon Arias, Richard Ríos e Daniel Muñoz são jogadores de muito talento, enquanto Jhon Durán é um verdadeiro elemento surpresa. No entanto, apostadores certamente ficarão com um pé atrás ao avaliar uma equipe extremamente irregular, que ficou seis partidas sem vencer antes de finalmente confirmar a classificação contra a Bolívia.

O Japão se tornou a primeira seleção a efetivamente se classificar para a Copa do Mundo, em 20 de março, ao vencer o Bahrein com gols de Daichi Kamada e do empolgante Takefusa Kubo. Será a oitava participação consecutiva dos Samurais Azuis, que foram uma das revelações da edição anterior, no Catar, quando derrotaram Alemanha e Espanha rumo às oitavas de final antes de caírem para a Croácia nos pênaltis.

O objetivo declarado agora é chegar às quartas de final pela primeira vez, mas a discussão sobre se isso é possível está intensa no país. O técnico Hajime Moriyasu conta com um time titular forte e bem definido, liderado de forma exemplar por Wataru Endo, do Liverpool, mas já havia dúvidas sobre a profundidade do elenco mesmo antes de uma equipe experimental perder para os Estados Unidos em um amistoso em setembro.

Ainda assim, muitas das potências tradicionais do futebol certamente vão querer evitar encarar um time dinâmico e equilibrado que marcou 30 gols nas Eliminatórias e sofreu apenas três. A histórica virada sobre o Brasil em outubro deixou claro que o Japão pode vencer qualquer adversário em um grande dia, e as vitórias de novembro sobre Gana (2 a 0) e Bolívia (3 a 0) indicam que a equipe chegará ao Mundial de 2026 embalada.

Fora Lionel Messi conduzindo a Argentina ao título mundial, Marrocos foi a grande história da Copa de 2022, se tornando a primeira seleção africana a chegar às semifinais do torneio. E, ao que tudo indica, os Leões do Atlas também parecem ser a melhor esperança do continente para 2026.

O time goleador de Walid Regragui perdeu apenas duas partidas desde o quarto lugar no Catar e atualmente ostenta uma sequência de 19 vitórias — período no qual garantiu com facilidade a vaga para sua terceira Copa seguida, um feito inédito para o país. Com Brahim Díaz, do Real Madrid, plenamente integrado a um elenco forte e experiente capitaneado por Achraf Hakimi, do Paris Saint-Germain, Marrocos não carece nem de qualidade nem de confiança — sobretudo se conquistar a Copa Africana de Nações em casa seis meses antes do Mundial.

A participação da Noruega na Copa do Mundo, a primeira desde 1998, foi praticamente confirmada com a vitória por 4 a 1 sobre a Estônia, resultado que significava que eles poderiam ter perdido por 8 a 0 para a Itália na última rodada das Eliminatórias e ainda assim terminariam no topo do grupo. No entanto, a Noruega não diminuiu o ritmo e foi a Milão fazer uma declaração com mais uma vitória por três gols sobre os italianos, selando uma campanha de classificação perfeita.

Não surpreendentemente, Erling Haaland esteve entre os marcadores, anotando duas vezes em uma segunda etapa sensacional no San Siro, mas há mais na equipe de Stale Solbakken do que seu excepcional camisa 9, como evidenciado pelo impacto de Oscar Bobb e Jorgen Strand Larsen saindo do banco contra a Azzurra. Se todos estiverem totalmente saudáveis (lembre-se de que o capitão Martin Odegaard não jogou a vitória sobre a Itália devido a lesão), a Noruega pode causar grandes estragos na América do Norte no próximo ano.

O consenso geral era de que a Alemanha teve bastante azar ao enfrentar a Espanha nas quartas de final da Euro 2024, especialmente porque a equipe de Julian Nagelsmann teve um papel de destaque em um confronto épico em Stuttgart, que teria sido digno de uma final. No entanto, a capacidade do técnico de extrair o melhor de um grupo talentoso foi questionada após derrotas consecutivas em casa na fase final da Nations League de 2025, seguidas de uma derrota constrangedora por 2 a 0 para a Eslováquia na primeira partida das Eliminatórias para a Copa do Mundo.

Desde então, Nagelsmann reverteu a situação, com a Alemanha garantindo o primeiro lugar no Grupo A com uma satisfatória goleada de 6 a 0 sobre os eslovacos — sua quinta vitória consecutiva. De repente, os quatro vezes campeões parecem uma equipe a ser temida na América do Norte — especialmente porque Jamal Musiala deve voltar à ação muito antes do início do torneio, reforçando um ataque empolgante que provavelmente também contará com Florian Wirtz, um renovado Leroy Sané e Nick Woltemade, que se apresenta como a solução para o problema da camisa 9 da Alemanha.

A Holanda é uma das seleções mais curiosas do futebol. Por exemplo, não convenceu muito na Euro 2024, mas após terminar em terceiro no grupo, avançou até as semifinais, onde perdeu por pouco para a Inglaterra.

Frustrantemente, ainda é difícil saber como avaliar a equipe de Ronald Koeman. Os números da campanha de classificação para a Copa do Mundo são impressionantes: seis vitórias, dois empates, nenhuma derrota, 27 gols marcados e apenas quatro sofridos. No entanto, não conseguiram vencer a Polônia, que ficou em segundo lugar, nem em casa nem fora. O que podemos afirmar sobre os holandeses é que eles são perigosos.

Virgil van Dijk lidera uma defesa que também conta com Mathijs de Ligt e Jurrien Timber, o meio-campo é tão forte que Ryan Gravenberch nem sempre é titular, e diga o que disser sobre Memphis Depay, ele sabe marcar gols pela seleção — especialmente quando apoiado por jogadores como Xavi Simons e Cody Gakpo. Em resumo: a Holanda é uma candidata surpresa.

Poucos torcedores dão muita importância à Nations League, mas ela se mostrou um verdadeiro salva-vidas para Cristiano Ronaldo e Roberto Martínez. Ambos sofreram enorme pressão para deixar a seleção portuguesa após a campanha extremamente constrangedora na Euro 2024. No entanto, o título da Nations fortaleceu suas posições como capitão e treinador, o que significa que o camisa 7 quase certamente liderará Portugal de Martínez na Copa do Mundo de 2026 aos 41 anos. Mas isso é necessariamente algo bom?

Cristiano Ronaldo marcou 13 vezes desde a Eurocopa, mas, quando a pressão aumentou para Portugal na derrota por 2 a 0 para a Irlanda no mês passado, o capitão cedeu, sendo expulso em uma típica demonstração de petulância. Além disso, com Martínez tendo que se virar sem seu craque no último jogo de grupo, Portugal apresentou sua atuação mais coesa da campanha, goleando a Armênia por 9 a 1 para garantir a vaga no Mundial — reforçando o argumento de que a equipe seria ainda mais forte com um atacante mais móvel em uma linha de frente fluida.

Neste ponto, realmente parece que uma seleção portuguesa repleta de talentos não precisa mais de Cristiano Ronaldo tanto quanto ele precisa deles. Ainda assim, com o astro inexplicavelmente — mas inevitavelmente — evitando uma suspensão de três jogos pela expulsão em Dublin, Roberto Martínez provavelmente continuará com seu plano de jogo centrado em CR7 na Copa do Mundo, o que significa que tudo provavelmente terminará novamente em lágrimas e birras.

Diga o que quiser sobre Didier Deschamps, mas o homem é resiliente. O treinador dolorosamente pragmático parecia vulnerável após a derrota da França para a Itália na Nations League do ano passado, na primeira partida de Les Bleus após uma campanha incrivelmente entediante até as semifinais da Euro 2024. No entanto, não houve nada monótono na campanha da França até as semifinais da Nations, onde foram derrotados por 5 a 4 pela Espanha em um confronto eletrizante.

O retorno de Kylian Mbappé à forma foi obviamente fundamental para a mini-recuperação da França, mas também foram ajudados por Michael Olise, que elevou seu futebol a outro nível desde que se juntou ao Bayern de Munique, e Ousmane Dembélé finalmente acertando seu desempenho. Consequentemente, Deschamps tem de fato uma chance de encerrar seu mandato com êxito no próximo ano, porque, embora persista a sensação de que a França não é tão boa quanto deveria por conta do conservadorismo do treinador, eles conquistaram 16 dos 18 pontos possíveis em seu grupo das Eliminatórias para a Copa do Mundo, sofrendo apenas quatro gols em seis partidas.

No entanto, o aumento do já impressionante leque de opções ofensivas de Deschamps foi ainda mais significativo do que seu recorde defensivo. Hugo Ekitike, Rayan Cherki, Maghnes Akliouche e Jean-Philippe Mateta tiveram inícios encorajadores em suas respectivas trajetórias pela seleção ao longo do último ano, o que significa que a França não carecerá de profundidade em uma Copa do Mundo que pode muito bem ser decidida por substitutos de impacto devido ao calor desgastante.

A Espanha foi excepcional na Euro 2024 - mas pode ser ainda melhor na Copa do Mundo de 2026. Lamine Yamal continua evoluindo, assim como seu companheiro de equipe no Barcelona, Pedri, enquanto Dean Huijsen se encaixou perfeitamente na defesa.

La Roja, claro, não é imbatível. Portugal provou isso ao vencê-los nos pênaltis na final da Nations League em junho, e há crescentes preocupações de que Yamal possa sofrer desgaste. No entanto, as dúvidas sobre a ausência de um verdadeiro camisa 9 estão diminuindo, pois não têm problemas para marcar gols, principalmente graças aos dois Mikels, Merino e Oyarzabal, que marcaram seis vezes nas Eliminatórias.

Assim, embora o empate descuidado por 2 a 2 com a Turquia tenha arruinado as chances da Espanha de imitar a Inglaterra vencendo todas as suas partidas da campanha sem sofrer gols, o time de Luis de la Fuente estará extremamente confiante em adicionar um título mundial à sua coroa europeia.

Vai ou não vai? Lionel Messi poderia ter se aposentado após levar a Argentina ao título na Copa do Mundo de 2022 com suas performances mágicas, ao estilo Diego Maradona, no Catar, mas, como ainda estava se divertindo muito com a Albiceleste, continuou para vencer mais uma Copa América. A questão permanece, no entanto, se ele seguirá até 2026.

A boa notícia é que o time de Lionel Scaloni está se tornando menos dependente de Messi, como ficou claramente demonstrado na goleada sobre o Brasil em março sem seu capitão lesionado, e, independentemente da decisão do craque argentino, a equipe certamente não ficará sem opções de gols no próximo ano — especialmente com jogadores como Julián Alvarez e Lautaro Martínez à disposição. Garantir a vaga na Copa em março também permitiu a Scaloni promover a próxima geração de camisas 10, com Nico Paz e Franco Mastantuono já mostrando potencial de se tornarem estrelas.

O fato é que, se Messi continuar jogando, a Argentina estaria ainda mais confiante em defender o título. Ele diz que não quer ser um “fardo”, mas parece que sua simples presença continua sendo uma bênção para um grupo de jogadores disposto a atravessar paredes por seu capitão inspirador — e, mais importante, ele ainda está entregando resultados. Seu gol na vitória amistosa sobre Angola no mês passado elevou seus números na seleção para 115 gols em 196 partidas!

Falando estatisticamente, Sir Gareth Southgate foi o técnico mais bem-sucedido da Inglaterra desde Sir Alf Ramsey, mas não conseguiu encerrar a mais infame seca de títulos do futebol de seleções, com o país mais uma vez ficando aquém na Euro 2024, sendo superado na final pela Espanha. A Federaação Inglesa, portanto, recorreu a Thomas Tuchel para liderar o país na Copa do Mundo de 2026 — e quais são as chances do alemão finalmente levar a Inglaterra a conquistar um grande torneio? Bastante boas, com base no que vimos até agora.

É verdade que a Inglaterra sofreu em alguns momentos contra equipes defensivamente fechadas em um grupo de Eliminatórias consideravelmente fraco — os jogos contra Andorra foram particularmente difíceis de assistir —, mas o time de Tuchel deixou claro seu objetivo na vitória por 5 a 0 sobre a Sérvia, tornando-se a primeira seleção europeia a vencer todos os jogos sem sofrer um único gol.

A grande questão na mídia, é claro, é como Jude Bellingham reagirá ao ser, efetivamente, convidado a provar seu valor à Inglaterra. De certa forma, isso é um ponto positivo, porque mostra que Tuchel está totalmente focado em colocar o melhor time em campo — em vez de tentar acomodar todas as estrelas em uma única formação titular. O futebol realmente pode voltar para casa para os torcedores ingleses no próximo ano, já que talvez não haja uma equipe mais forte no torneio, enquanto o capitão Harry Kane é, possivelmente, o centroavante mais completo do futebol mundial atualmente.