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Atletico Madrid also-rans GFXGetty/GOAL

Como o Atlético de Madrid de Diego Simeone foi do sonho da Tríplice Coroa a mais um fracasso

Quando Antonio Rudiger correu para comemorar com seus companheiros após converter o pênalti decisivo na vitória do Real Madrid no dérbi contra o Atlético de Madrid, Diego Simeone foi direto ao encontro de seus jogadores desanimados. A mensagem era clara: mantenham a cabeça erguida, vocês fizeram um ótimo trabalho por si mesmos e pelo clube. Em seguida, o técnico se voltou para os torcedores e os incentivou a aplaudir um time que deu tudo de si, mas que, mais uma vez, ficou dolorosamente perto de avançar em um mata-mata da Champions League contra seus vizinhos da capital espanhola.

Foi uma derrota particularmente amarga para o Atleti engolir, já que uma decisão extremamente controversa acabou sendo decisiva. O árbitro assistente de vídeo (VAR) anulou o pênalti convertido por Julián Álvarez na disputa de pênaltis por um "duplo toque" — um lance que não foi intencional nem claro, mesmo após várias repetições em vídeo. Consequentemente, apesar dos esforços de Simeone para animar seus jogadores, o zagueiro Clément Lenglet admitiu que todos ainda estavam em um "estado de choque" no vestiário.

"Fizemos uma grande partida do início ao fim", disse o técnico argentino ao portal Movistar Plus, depois que o Atleti venceu por 1 a 0 no tempo normal, empatando o confronto em 2 a 2 no agregado. "Acho que merecíamos a vitória como equipe, como clube, pelos torcedores e pelo apoio deles, que nos ajudou muito. Mas vamos lidar com esse baque nos próximos dias. Temos muito trabalho pela frente, ainda temos coisas importantes para disputar, a temporada não acaba hoje."

O baque, no entanto, não foi lidado nos dias seguintes. O Atlético, de fato, não superou sua eliminação dolorosa na Champions League em 12 de março, culminando em mais uma eliminação nesta quarta-feira (2), desta vez para o Barcelona, na semifinal da Copa do Rei.

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  • Atletico de Madrid v FC Barcelona - La Liga EA SportsGetty Images Sport

    Derrota para o Barcelona em LaLiga

    Apenas quatro dias após mais uma derrota dolorosa para o Real Madrid, o Atlético de Madrid recebeu o Barcelona em um jogo crucial pelo Campeonato Espanhol na briga pelo título. Os Rojiblancos já haviam desperdiçado a chance de assumir a liderança no fim de semana anterior, quando sofreram dois gols após Ángel Correa ser expulso com um cartão vermelho direto aos 88 minutos, resultando na derrota por 2 a 1 para o Getafe. Mas o colapso contra os catalães foi ainda mais devastador.

    Inicialmente, o Atleti não mostrou sinais de abatimento pela derrota no clássico e vencia por 2 a 0 aos 70 minutos no Metropolitano, graças aos gols dos atacantes Julián Álvarez e Alexander Sorloth. No entanto, assim que Robert Lewandowski descontou para o Barça, os donos da casa desmoronaram e acabaram perdendo por 4 a 2. Ferran Torres empatou a partida e, nos acréscimos, Lamine Yamal teve um chute desviado que colocou o time de Hansi Flick na frente, antes de Ferran marcar novamente para selar a virada.

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  • alvarez Getty Images

    Críticas de Simeone

    Simeone foi obviamente questionado sobre suas opiniões ao perder dois jogos tão importantes de maneira tão desmoralizante, mas ele estava ansioso para traçar uma linha entre as derrotas para Real e Barça e, ao fazer isso, ilustrou que não superou o pênalti anulado de Álvarez.

    "Fizemos muito bem na Liga dos Campeões," disse o técnico. "Competimos bem, vencemos o segundo jogo, mas [a partida] terminou como a UEFA já havia decidido. Ganhamos, mas fomos eliminados. Então, não considero um golpe. O que aconteceu foi muito claro...

    "Contra o Barcelona, foi uma situação diferente. Estávamos expostos a uma equipe muito perigosa, e eles marcaram quatro gols em 20 minutos."

    A frustração de Simeone com a natureza da saída de sua equipe da Champions era certamente compreensível. A regra dos 'dois toques' é ridícula e agora está sendo corretamente revista pelos legisladores do jogo, com uma mudança de interpretação aparentemente inevitável.

  • FBL-EUR-C1-ATLETICO-REAL MADRIDAFP

    "Sensação de paz"

    Também não ajudou o fato de o incidente ter ocorrido em um jogo contra o Real Madrid, clube que, na última década, se beneficiou de um grande número de decisões controversas e tem sido sinônimo de sofrimento para o Atlético sempre que as equipes se enfrentam em competições continentais sob o comando de Simeone.

    No entanto, o treinador argentino adotou um tom desafiador, em vez de derrotado, em sua coletiva de imprensa pós-jogo. "Quando você é eliminado, não é fácil de digerir, mas este time deu tudo de si e mereceu aplausos no final", disse aos repórteres. "Jogamos uma partida incrível, com muita energia, intensidade, esforço e trabalho em equipe. Conseguimos controlar um time com jogadores de altíssimo nível."

    "Estou orgulhoso dos meus jogadores. Estou satisfeito porque competimos de maneira exemplar. Sim, não conseguimos vencer o Real Madrid na Champions League, mas todas as vezes eles tiveram dificuldades contra nós. Infelizmente, não conseguimos avançar desta vez, mas saio com uma sensação de paz."

    Não durou muito, porém...

  • Diego SimeoneGetty Images Sport

    A ira de Simeone

    Simeone não resistiu em mencionar a polêmica do pênalti antes do grande jogo contra o Barça em LaLiga - no dia 16 de março, retrasado à semifinal da Copa do Rei. "Geralmente, sempre falo sobre o outro time, mas, desta vez, a situação exige que eu expresse meus sentimentos", explicou. "É raiva, indignação, injustiça... Mas, da minha posição, a única coisa que posso fazer é trabalhar para que o time continue competindo como sempre faz. Entendemos nossos torcedores e, obviamente, todos nós no Atlético sentimos essa mesma raiva, indignação e injustiça."

    Novamente, compreensível, mas também inútil. De fato, agora é difícil escapar da sensação de que o ex-meio-campista deveria ter focado mais nas dificuldades da equipe nos minutos finais dos jogos, em vez de seguir lamentando a decisão da anulação por dois toques — porque isso, sim, é algo que ele pode controlar.

    A esperança era de que a Data Fifa tivesse ajudado o comandante e o Atleti não apenas a superar o caso Álvarez, mas também a corrigir sua preocupante e custosa tendência de cair de rendimento no fim das partidas. No entanto, no sábado (29), o problema voltou a aparecer. Com o gol de Javier Puado, o empate em 1 a 1 contra o Espanyol significou que o time de Simeone já sofreu sete gols nos últimos 20 minutos de seus últimos três jogos pelo Campeonato Espanhol — o que resultou na perda de oito pontos e os fez cair para a terceira posição na tabela, seis pontos atrás do Real e nove do Barça.

    Considerando a fase das duas equipes à frente, a briga pelo título do Atleti está praticamente encerrada a nove rodadas do fim. Além disso, há uma inegável atmosfera de incerteza no Metropolitano, especialmente após Andrea Berta — dirigente próximo de Simeone e arquiteto do time campeão de 2021 — ser confirmado nesta semana como o novo diretor esportivo do Arsenal.

  • RCD Espanyol de Barcelona v Atletico de Madrid - La Liga EA SportsGetty Images Sport

    Decretando o fracasso na Copa do Rei

    As esperanças do Atlético de Madrid de conquistar um título nesta temporada morreram, por fim, nesta quarta-feira (2). O duelo pela semifinal da Copa do Rei, contra o mesmo Barcelona, oferecia a Simeone e seus comandados a chance de salvar uma campanha que prometia tanto. Nada feito.

    Após um 4 a 4 movimentado no jogo de ida, no Estádio Olímpico Lluís Companys, as últimas cartas do Atleti na busca por um troféu estavam direcionadas a este duelo. No entanto, mesmo jogando com sua torcida no Metropolitano, a equipe foi derrotada por 1 a 0, com gol de Ferran Torres.

    Vale ressaltar que os Rojiblancos foram os maiores gastadores fora do Campeonato Inglês na última janela de transferências, investindo um total de 183,5 milhões de euros (R$ 1,1 bilhão) em reforços como Julián Álvarez, Conor Gallagher, Robin Le Normand e Alexander Sorloth. No geral, os investimentos têm se justificado, mas a rápida mudança de realidade de candidatos à tríplice coroa a coadjuvantes nas três frentes colocaram o clube em uma posição nada confortável em relação aos gastos.

    Na coletiva de imprensa antes da semi contra o Barça, Simeone foi questionado se, com uma então possível eliminação na Copa do Rei, a temporada do Atleti não poderia ser considerada um "fracasso".

    "Bem," respondeu Simeone, "fracasso é uma palavra ampla. Quem não tenta, falha; quem tenta, não falha. A temporada tem sido muito boa. Talvez você não tenha ouvido isso, então vou repetir: tem sido uma temporada muito boa. O que os próximos jogos vão definir é se ela será muito boa, extraordinária ou apenas mediana."

    Pois bem, a derrota de quarta-feira pôs na prática uma das possibilidades citadas por Simeone. O rumo da temporada do Atleti terminou longe das glórias nas copas e, com a larga distância no Campeonato Espanhol, o decreto de uma temporada "apenas mediana" está muito, muito próximo.