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Cérebro e bola são os aliados de um cansado Raphael Veiga no Palmeiras

O empate sem gols entre Palmeiras e Flamengo, pela terceira rodada do Brasileirão 2024, ficou marcado pela anulação mútua da criatividade pela segurança defensiva das equipes. Do lado alviverde, foi uma nova oportunidade para falar sobre um elefante na sala: a fase ruim de Raphael Veiga, um dos grandes nomes desta era vitoriosa do clube paulista.

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Veiga, de fato, participou muito pouco até ser substituído por Lázaro, quando o jogo começava a entrar em sua reta final. Ao comentar sobre o momento de seu camisa 23, o técnico Abel Ferreira reconheceu que Raphael Veiga não tem sido aquele que o torcedor palmeirense se acostumou a ver nos últimos anos. E o motivo é simples: cansaço pelo acúmulo de jogos.

“A culpa é minha, porque eu já deveria ter tirado ele há uns dois ou três jogos. Nós sabemos o que o Veiga pode nos dar coisas e decidir jogos. E o problema é o treinador que sempre o escala, mas ele precisa descansar. Há dois dias eu achava que ele não ia jogar, de acordo com a análise que fizemos e a dor que sentia. Mas a vontade dele de jogar e nos ajudar é tanta...”, disse Abel.

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  • Raphael Veiga, Palmeiras x Flamengo Brasileirão 2024Cesar Greco/Palmeiras

    Queda de rendimento após título Paulista

    A queda de desempenho de Raphael Veiga começou a ficar mais evidente a partir deste mês de abril. Em relação a participação ofensiva, o empate contra o Flamengo talvez tenha sido sua pior apresentação no ano e no compromisso anterior, contra o Vitória, o meia também esteve longe do seu melhor. Mas é muito pouco tempo para tanto alarde.

    As atuações nas finais do Paulista vencido contra o Santos também estiveram longe de qualquer toque espetacular, apesar do gol de pênalti na decisão. Mas volte os “três jogos atrás”, citados por Abel Ferreira como tempo em que Veiga deveria ter descansado, e teremos três assistências contra o Liverpool de Montevidéu, pela Libertadores.

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  • Raphael Veiga, Palmeiras 2024Cesar Greco/Palmeiras

    Muito abaixo da média?

    Em relação a profissionais como Raphael Veiga, vale a máxima do Tio Ben: grandes poderes trazem grandes responsabilidades. Em outras palavras, o Veiga de hoje será sempre comparado ao Veiga protagonista de títulos brasileiros e de Libertadores dos últimos anos. E é difícil seguir sempre neste ritmo.

    A intensidade pode estar menor nestes últimos jogos, retrato do cansaço citado por Abel, mas Raphael Veiga não faz até aqui uma temporada abaixo de sua média no Palmeiras. Os números nem sempre são a resposta para tudo, mas ajudam a ilustrar coisas que a emoção pode encobrir. Em sua história no clube, Veiga tem média de 0,35 participações esperadas em gols e/ou assistências por partida. A estatística não informa apenas o número bruto, mas sim a qualidade das oportunidades. Nesta temporada 2024, sua média até aqui é de 0,5.

    Ao mesmo tempo em que vale a contextualização de estaduais, com adversários mais frágeis e de divisões inferiores (apesar de o Paulista ser o mais forte do Brasil), também mostra que é preciso ter calma antes de encher o pulmão para soprar a corneta – ou, no caso palmeirense, jogar amendoins.

  • Raphael VeigaJhony Inácio, Renato Pizzutto e Rebeca Reios/Ag. Paulistão

    O cérebro do time

    Outra coisa que os números mostram é que Raphael Veiga segue sendo o grande cérebro do time. Em 2024 é quem mais cria oportunidades de gol, seja no total ou na qualidade destas chances. Somente Marcos Rocha deu mais assistências (5 a 4) do que o meia, e apenas Flaco López balançou mais as redes (11 a 7) do que o camisa 23.

  • O vilão e a ajuda

    Apesar de Abel Ferreira ter assumido a culpa pelo momento ruim de Veiga, pelo fato de seguir escalando o meia insistentemente e sem rotação, é possível apontar dois grandes vilões nesta história: a ausência de um substituto à altura no elenco, e o calendário de futebol da CBF.

    Uma destas questões será solucionada daqui alguns meses, quando Felipe Anderson chegar para fazer parceria com Veiga ou revezar. Independente de ser ou não o reserva do camisa 23, não há dúvidas de que será um nome para dividir a responsabilidade.

    Já o calendário da CBF, que faz um jogador chegar na terceira rodada de seu campeonato nacional com mais de 1365 minutos disputados, muitos deles por causa de longos estaduais, aí é outra história. Como não cansar? De qualquer forma, enquanto busca recuperar o fôlego e reconhece o momento ruim, Raphael Veiga segue com dois aliados importantes para decidir jogos: sua visão de jogo, o cérebro futebolístico, e o que pode fazer quando a bola chega em seu pé.