A decepção de Messi jogando pela Argentina é tão grande quanto o seu futebol

Pouco depois do empate entre Argentina e Venezuela, um vídeo circulou na internet mostrando pelo menos 4 grandes oportunidades criadas por Lionel Messi e desperdiçadas por seus companheiros de seleção. O recado ficava claro: as chances saíam dos pés do camisa 10, mas os outros não ajudavam.

Na última quinta-feira (05), dentro da Bombonera, o cenário voltou a se repetir. E foi ainda mais impressionante. Um total de 6 grandes oportunidades forjadas por Messi que não foram aproveitadas por seus compatriotas.

Em nenhuma outra de suas 9 partidas nestas Eliminatórias o jogador nascido em Rosário criou tantas chances de gols para os seus companheiros de time. Foram oportunidades claríssimas para estufar as redes, como duas desperdiçadas por Benedetto e outra por Rigoni – tudo dentro da área, com boas condições de arremate.

Messi também levou perigo, sozinho, em três lances específicos: após escanteio teve um chute desviado pela defesa peruana, outro que raspou a trave no primeiro tempo e, na etapa derradeira, acertou o poste do goleiro Gallese.

Ainda que o lado científico do futebol esteja mais em alta do que nunca, o Esporte Bretão também é apaixonante por seu aspecto um tanto quanto místico: sabe-se lá por que, tem dias que a bola resolve não encontrar as redes. Para Messi, especificamente, foi o caso no empate sem gols contra o Peru: os seus arremates mais perigosos poderiam muito bem ter entrado no gol – e salvado a Argentina – em um dia comum.

Não foi o que aconteceu. Faltou sorte ao camisa 10.

Mas também é importante lembrar a bagunça que se tornou esta Seleção Argentina, com sequência de trabalhos antagônicos por parte de seus treinadores. Até mesmo o excelente Jorge Sampaoli parece mais perdido do que cego em tiroteio, na indecisão de aplicar o seu método complexo e eficiente, mas que exige o tempo que a Albiceleste não tem.

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Di María está em péssima fase, e os jogadores não escondem a confiança minada. O time que mais empata nas Eliminatórias [7], e só fez mais gols do que a Bolívia [apenas 16 em 17 rodadas], não merece participar da Copa do Mundo. Mas o peso de uma Seleção Argentina, e de um jogador como Messi, são essenciais para qualquer grande campeonato que se dispute.

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Lionel Messi seguirá cobrado pelos resultados. Caso a Argentina não vá para a Rússia, ele será a cara do fracasso da mesma maneira que seria do sucesso. É o ônus que vem por ser um dos maiores da história, e que fica ainda mais pesado pela sua personalidade não transparecer o futebol que ele é capaz de jogar.

É claro que as exibições de Neymar pelo Brasil, ou de Cristiano Ronaldo pela Seleção Portuguesa, são melhores em relação ao que vemos de Messi na Argentina – tanto na bola quanto na atitude que agrada a maioria. Mas não caia na conversa barata de culpar exclusivamente o camisa 10 pelo fracasso retumbante de uma Albiceleste perdida dentro e fora de campo. O grande problema é que a história de Messi vestindo as cores de seu país é uma decepção tão grande quanto o tamanho de seu futebol. Ao menos até aqui.