Jorge Sampaoli Argentina Croatia Press Conference 20062018Gabriel Rossi/Getty Images

Os cinco grandes erros de Jorge Sampaoli na seleção argentina

O ciclo de Jorge Sampaoli com a seleção argentina chegou ao fim. Pouco mais de um ano após sua contratação, rodeada de grandes expectativas, o argentino deixou a Albiceleste sem poder conquistar nada do que havia proposto, e com uma atuação decepcionante na Rússia durante a Copa do Mundo.

Ao rever os 15 duelos que a Argentina disputou nos 13 meses em que esteve no comando, são poucas as ocasiões em que se pode encontrar uma atuação positiva da equipe. Os erros, no entanto, são facilmente detectados e geraram um problema cada vez maior ao técnico: não há uma base estabelecida para começar a renovação da equipe. Algo que o futuro treinador deve construir praticamente do zero.

Mais artigos abaixo

Veja os erros do técnico com a seleção argentina:


Guinadas e improvisações


Algo que caracterizou as equipes de Sampaoli, especialmente durante sua passagem pelo Chile, era que elas sabiam o que estavam jogando. No entanto, na sua passagem pela Argentina, o técnico não somente deixou de estabelecer sua ideia principal, como também fez mudanças drásticas e improvisou jogadores em lugares que não lhe pertenciam. Nas 15 partidas em que dirigiu a seleção, o treinador fez 15 escalações diferentes.

Jogou com linha de três e trocou para quatro, para depois trocar de novo. Jogadores que pareciam titulares na prática, saíam da equipe de um dia para o outro. Mascherano era defensor central, passou a ser o único meio-campista de recuperação do Mundial e depois jogou ao lado de Bigilia e, mais tarde, de Enzo Pérez.

Lionel Messi, Argentina(Foto: Getty Images)

Muitos nomes, nenhuma base


Ao longo de sua estadia na seleção, Sampaoli testou pelo menos 57 jogadores e, quando chegou o momento da verdade, não quis recorrer ao histórico do time. A única aposta do técnico foi Maximiliano Meza, o meio-campista do Independiente que custou muito para chegar ao Mundial, e sua titularidade acima de Dybala e Higuaín pareceu mais um capricho do treinador.

A única contribuição de Sampaoli com a base titular da equipe foi Nicolás Tagliafico, algo escasso para um time que chegou à Rússia com o plantel com a maior média de idade, e que deve ser reelaborado para o futuro.


Astros esquecidos


Mauro Icardi Inter 2017-18Getty Images(Foto: Getty Images)

O técnico argentino começou seu ciclo tomando decisões que foram muito bem vistas: convocou Mauro Icardi após quatro anos ausente da seleção, e elegeu Paulo Dybala como companheiro de Messi no ataque.

No entanto, apesar de os craques de Barcelona e Juventus serem astros indiscutíveis, Sampaoli praticamente não deu chances para que eles jogassem juntos.

O capitão da Inter, Icardi, foi o titular nas duas primeiras partidas da Argentina nas Eliminatórias, mas não marcou gols e perdeu seu posto. Após ficar apenas alguns minutos em campo no último duelo antes da Copa, contra o Equador, não foi mais convocado.

No final, Dybala foi à Rússia e jogou por apenas 20 minutos.


Sem lugar para jovens


Entre os muitos nomes que provou, o técnico argentino mostrou que daria uma posição aos jovens talentos que poderiam vir a ser o futuro da seleção argentina. Entretanto, o que acabou acontecendo pareceu um tanto desnecessário.

Giovani Lo Celso ArgentinaGetty(Foto: Getty Images)

O melhor exemplo é o de Lo Celso, que integrou a lista dos 23 convocados para o Mundial, e nas semanas antes da estreia parecia ter um lugar reservado entre os 11 titulares. Porém, além de não estar em nenhuma partida como titular, não entrou em campo nem por um minuto sequer na Rússia.

Cristian Pavón, em contrapartida, parecia ter conseguido minutos a mais em campo mais por pressão popular do que por vontade do próprio técnico. Outro exemplo é Lautaro Martinéz, que foi convocado para os amistosos de março e o técnico só lhe concedeu alguns minutos em campo contra a Espanha, quando estavam perdendo por 6 a 1. Depois, o deixou de fora do Mundial.


Preso ao seu discurso


Sampaoli nunca foi agradável perante a imprensa, que o atacou antes mesmo da Argentina disputar sua primeira partida, criando uma rivalidade a partir de questões que não tem nada a ver com o futebol, como gostos musicais e suas tatuagens.

Jorge Sampaoli Argentina Francia Rusia 2018 300618Getty(Foto: Getty Images)

Embora o técnico nunca tenha entrado nesses assuntos, ele fez com que suas coletivas de imprensa se tornassem mais confusas, com frases longas e sem sentido. Meses antes da Copa do Mundo, um livro mostrava declarações de Sampaoli dizendo que não planejava os seus confrontos. Embora seja uma questão menor, ajudou a depreciar mais a sua imagem.

Publicidade