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VAR tem novo capítulo com gol após o apito final. E a decisão foi acertada

Um ditado antigo do futebol dizia que “o jogo só acaba quando termina”, mas a chegada do VAR coloca até mesmo esta verdade, antes aparentemente absoluta, em cheque. Imagine só um árbitro soprando o apito final de uma partida antes de um novo gol acontecer e decidir a contenda. Pois foi exatamente o que aconteceu na vitória por 3 a 2 do Manchester United, fora de casa, sobre o Brighton, em duelo válido pela terceira rodada da Premier League inglesa.

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Antes de qualquer coisa, é importante salientar que a decisão, motivada pelo VAR, foi acertada e dentro das regras. O Brighton tinha acabado de arrancar o empate por 2 a 2 nos acréscimos do segundo tempo, mas no lance seguinte o zagueiro Harry Maguire, do United, cabeceou a bola na mão do atacante Maupay. O árbitro Chris Kavanagh soou o apito final, em meio a protestos dos Red Devils, e logo depois recebeu o aviso de que precisaria revisar o lance: foi ao VAR, viu a mão na bola, apitou o pênalti e Bruno Fernandes converteu a batida para dar ao time treinado por Ole-Gunnar Solskjaer sua primeira vitória em dois jogos realizados neste Campeonato Inglês.

Sorte do United foi muito além da ressureição pelo VAR

Brighton Manchester UnitedGetty Images(Foto: Getty Images)

Um pênalti apitado após o apito final pode ser considerado um golpe de sorte, evidentemente, com o VAR salvando um erro que anos atrás teria passado despercebido. Mas a sorte do United foi muito além. O Brighton, afinal de contas, amassou os mancunianos: teve mais posse de bola (53.3%) e, mais importante ainda, levou muito mais perigo no volume de ataque.

Atacante dos Seagulls (como o Brighton é apelidado), Leandro Trossard carimbou a trave em três ocasiões. Desde 2006, quando um jovem Cristiano Ronaldo dava os seus primeiros passos no Manchester United, um jogador não acertava o poste três vezes em um duelo de Premier League.

Um retrato estatístico do azar do Brighton – e por consequência da sorte do United – está nos gols esperados (Expected Goals, em inglês) do encontro. Esta estatística retrata a qualidade, e não apenas a quantidade, das chances de gols que uma equipe cria, e vem sendo cada vez mais utilizada para auxiliar na leitura de partidas de futebol. E o placar dos gols esperados deu Brighton 3.03 x 1.91 Manchester United.

Lamentos pelo azar, não pelo VAR

Neal Maupay Brighton 2020Getty(Foto: Getty Images)

A sensação de que, por mais que tentasse, o gol da vitória não sairia, ficou evidente no discurso do Brighton após a partida. A frase “hoje não era dia” resume muito bem o sentimento dos Seagulls, que não fizeram grandes reclamações contra a tecnologia do árbitro assistente de vídeo: protestaram mais com o acréscimo de tempo dado pelo árbitro.

“É inacreditável, eu não consigo descrever o que estou sentindo. Hoje nós fomos o melhor time em campo, merecíamos pelo menos um ponto. É uma pena. Foi dado cinco minutos de acréscimo, mas nós jogamos pelo menos sete. Às vezes, simplesmente não é o seu dia. Nós criamos muitas chances, e perder desta forma é a pior sensação que você pode ter em um jogo. Nós jogamos muito, muito bem”, disse Trossard em entrevista ao BT Sport.

“O nosso nível de performance foi incrível, estou muito orgulhoso dos nossos jogadores”, avaliou o técnico do Brighton, Graham Potter, para a BBC Sport. “Fica uma sensação azeda, para dizer o mínimo. Às vezes a vida não é justa, e a sensação é essa neste momento”, completou.

Vinte e seis de setembro de 2020, o dia em que o jogo não acabou depois de terminar, se transformou em um marco deste novo futebol com o VAR. A tecnologia apareceu para fazer justiça em um lance específico no fim, mas com revisão na telinha ou não, o que fica evidente é que o futebol continua sendo o esporte onde nem sempre o time que é melhor em campo consegue uma vitória.

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