A atuação da seleção argentina na Copa do Mundo feminina da França já ficou marcada para a história.
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A equipe marcou o seu primeiro ponto (na história da seleção) no torneio logo na primeira rodada da fase de grupos, segurando um empate sem gols contra o Japão e, nesta sexta-feira (14), realizou uma partida de alto nível contra a seleção da Inglaterra, mesmo sendo derrotadas por 1 a 0.
A pouca quantidade de gols pelo time britânico foi resultado de uma sequência de bloqueios da goleira Vanina Correa, que atua pela equipe do Rosario Central, na Argentina.
Uma seleção que sofre por falta de recursos e que pede a paridade de investimentos no futebol feminino em seu país, só tem mostrado que o desempenho em campo está valendo cada centavo. Antigamente, as jogadoras da Argentina só recebiam pagamento para refeições e transporte. Os esforços de cada uma para chegar aos treinos após um dia árduo de trabalho, ou um dia sem almoçar para poder guardar aquela pequena quantia, são somados à vontade de estar em campo e exigir o seu reconhecimento.
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A luta das argentinas começou pela ex-jogadora Macarena Sánchez, que criou ações em prol das jogadores exigindo reconhecimento pela Associação do Futebol Argentino. Após Macarena receber diversas ameaças de morte por ter intimado a entidade, a AFA tomou medidas e, além dos vestiários femininos (pasmem, não existiam), também se iniciará a Copa Argentina feminina, que será um gancho para a inclusão de cidades do interior do país que não participam do torneio atual.
Além da ex-jogadora, a seleção argentina brigou para que as mulheres conquistassem seu espaço no futebol mundial e, após doze anos, a equipe conseguiu a classificação para a Copa do Mundo na França, onde já enfrentaram o Japão, e agora a Inglaterra. Mesmo com apenas um ponto na tabela, as argentinas podem sonhar com a classificação às oitavas, pois ainda enfrentam a Escócia na próxima rodada. Caso vençam, precisam apenas torcer para um tropeço das japonesas contra a Inglaterra.
Mesmo com a derrota desta sexta-feira, a partida contra uma seleção tão bem estruturada e formada por jogadoras de ponta como a da Inglaterra, foi uma vitória e um alívio para as sul-americanas. Cada passe, drible e chance de gol são válidas para respirar o futebol de verdade, que reconhece e aplaude suas mulheres em campo.
Esta, sem sombra de dúvidas, pode ser considerada a melhor Copa do Mundo da equipe feminina da Argentina. Primeiramente pelo ponto conquistado, por ter menos gols sofridos, e por mostrar um futebol que está, enfim, recebendo o reconhecimento e o investimento que merece.
