Foi uma caminhada difícil, dramática e que colocou muitas dúvidas em cima de Lionel Messi. Mas para a felicidade de muitos, e temor de outros tantos, o alívio se antecipou ao vexame na última rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo: a Argentina garantiu a sua passagem para a Rússia, e claro, com uma atuação de gala do craque, com direito a hat-trick em Quito.
Além de ganhar mais uma oportunidade de conquistar um título pelo seu país, o camisa 10 se livra da vergonha de fazer parte de um elenco marcado por um fracasso histórico.
Getty ImagesColocando o aspecto técnico de lado, caso não conseguisse disputar a Copa do Mundo de 2018 Messi muito provavelmente perderia a chance de ser lembrado como melhor jogador de todos os tempos. Entretanto, a certeza de estar na Rússia no ano que vem levanta outras perguntas sobre o maior craque da história barcelonista no Mundial.
É MELHOR PARA QUEM?
A primeira delas é sobre quem ganha mais com a presença na Copa do Mundo: o torneio ou o craque argentino?
O questionamento é relevante em dois pontos principais, que se completam: os aspectos técnico e econômico. Qualquer torneio sentiria a falta de um dos maiores expoentes esportivos de seu tempo: isso deixaria patrocinadores menos felizes, e também diminuiria a beleza do futebol jogado. Afinal de contas, Messi é um dos melhores do mundo.
Getty Images
(Fotos: Getty Images)
Mas a história das Copas é maior do que Messi. Infinitamente. E o certame da FIFA também contaria com alguns outros craques. Para o jogador nascido em Rosário, ficaria uma mancha tatuada na sua carreira. Lionel perderia muito mais se não fosse à Copa. Por isso [e pelas razões citadas neste parágrafo], a presença é melhor para o jogador do que para o torneio. Mas vamos deixar claro a obviedade: todo mundo ganha com isso.
FOI O SEU GRANDE FEITO?
A presença de Lionel Messi faz a diferença para a Argentina, uma seleção vitoriosa que decepciona seus torcedores há mais de 20 anos - o último título da equipe principal foi a Copa América de 1993. Daí a considerar a classificação para o Mundial da Rússia o seu grande feito pela Albiceleste, é um absurdo.
Para isso bastam três informações: a obrigação da Argentina jogar Copas do Mundo; o ouro olímpico conquistado por Messi em 2008, e o fato de o rosarino ser o maior artilheiro do selecionado nacional [61 gols].
VEJA TAMBÉM:
ABALADA OU EMBALADA?
E a Seleção Argentina, como chega para a Copa do Mundo: abalada pelo drama vivido ou com gás para brigar pelo título? Mais uma vez, são coisas que se complementam. O alívio existe, mas agora a Albiceleste poderá ter mais calma para assimilar o trabalho de Jorge Sampaoli e mostrar um futebol melhor na Rússia.
Neste caso, vale lembrar o Brasil campeão em 2002: sofreu nas Eliminatórias, mas chegou forte e cresceu dentro da Copa do Mundo. O principal torneio do futebol é especial por várias razões, e uma delas é o seu caráter único: em apenas 7 jogos, um time pode encontrar um encaixe e fazer história. Depois de escaparem do vexame, os argentinos podem sonhar com a máxima glória.
