
Por Tauan Ambrosio 
Se a contratação de Neymar surpreendeu o mundo, a chegada de Kylian Mbappé ao Paris Saint-Germain já era algo esperado. Nos últimos dias, a equipe parisiense até vinha brincando com a expectativa de seus torcedores ao indicar a chegada do atacante de 18 anos, sensação europeia da última temporada.
A confirmação veio na quinta-feira (31), último dia na janela francesa. Mbappé chega por empréstimo junto ao Monaco – uma clara tentativa de driblar o Fair Play Financeiro da UEFA, que virou piada neste início de temporada europeia. No entanto, o acordo obriga o PSG a pagar € 180 milhões [cerca de R$ 674,7 mi] em junho de 2018, além de bonificações que podem transformar o jovem no segundo jogador mais caro da história, atrás de Neymar.
O Paris Saint-Germain já havia mandado um recado para o mundo ao ter convencido Neymar a sair do Barcelona – onde já fazia história. A equipe parisiense está disposta a tudo para mudar de patamar, e na maneira como olha para o continente europeu se inspira na política de contratações ‘galácticas’ do Real Madrid.
Neymar, Cavani e Mbappé: a Europa espera o nascimento de um novo trio espetacular
Ao longo da última quinta-feira, as comparações entre Nasser Al-Khelaïfi, o bilionário por trás do PSG, e Florentino Pérez, mandatário madridista, foram constantes. Os parisienses buscaram os maiores astros possíveis no sonho de tocar as estrelas: imagine um mundo sem Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. Neymar é um herdeiro provável no trono da megalomania individual que dá uma importância exagerada a ‘The Best’s’ e ‘Bolas de Ouro’, e Mbappé é a esperança para também ser um dos grandes.
Mas se o exemplo que o PSG segue, na busca pelas estrelas dentro do cenário europeu, é o Real Madrid Galáctico, dentro de casa a similaridade maior é com a tradição do Bayern e a realidade mais recente da Juventus. Tanto o gigante da Bavária quanto o de Turim encontraram seus principais reforços dentro de suas ligas. Ou seja: ao mesmo tempo em que se fortaleceram, deixaram seus principais concorrentes na briga pelo título nacional mais fracos.
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GettyLewandowski e GOtze brilharam no BVB... seguiram para o Bayern (Foto: Getty Images)
Para ficarmos apenas com os jogadores mais reconhecidos mundialmente: o Bayern já tirou Mario Gotze, Robert Lewandowski e Mats Hummels do Borussia Dortmund, seu principal oponente na briga pelo título alemão. E se Gotze voltou à velha casa na temporada passada, foi em baixa. Já a Juventus trouxe Gonzalo Higuaín do Napoli e Pjanic da Roma, duas das equipes que nos últimos anos sonharam em tirar a Velha Senhora do topo.
No Campeonato Francês, o Monaco treinado pelo português Leonardo Jardim surpreendeu ao conquistar a taça [ao mesmo tempo em que o vice-campeonato foi a materialização do fracasso parisiense, que tem obrigação de estar no topo da Ligue 1 pelo investimento e jogadores contratados]. Além disso, a equipe do principado também roubou o protagonismo do PSG ao ter chegado mais longe na Champions League, sendo eliminado apenas na semifinal.
GettyMbappé virou sensação europeia ao brilhat no Monaco (Foto: Getty Images)
A história do Monaco da última temporada teve como principal personagem Kylian Mbappé, o menino que mal completou maioridade e foi artilheiro do time na belíssima campanha de Champions League [sendo artilheiro da equipe, com 6 gols] e contribuiu, no título francês, com 8 assistências e 15 bolas na rede.
Se Mbappé tivesse escolhido outro lugar que não fosse Paris, o título já ficaria mais próximo da capital pelo simples motivo de ver o maior concorrente enfraquecido. O PSG ainda se fortaleceu, e inspirado por gigantes que estão à sua frente em tradição e títulos mostra que vai lutar, com favoritismo, por todos os troféus que for disputar. O seu estádio pode ser o Parque dos Príncipes, mas o Paris Saint-Germain quer ser rei em todas as praças que puder.
