O ano de 2018 sem dúvida foi um dos mais importantes na carreira de Maurício Barbieri. O treinador, que chegou ao Flamengo em janeiro para ser auxiliar de Paulo César Carpegiani, acabou assumindo o comando da equipe poucos meses depois e até viveu boa fase à frente do Rubro-Negro.
Foi sob o comando de Barbieri que o Flamengo assumiu a ponta do Brasileirão com folga e até sonhou com o título, foi também com o treinador no banco de reservas que o clube finalmente conseguiu passar para as oitavas de final da Copa Libertadores da América após anos sendo eliminado na fase de grupos.
"Eu acho que foi positivo, as pessoas tendem olhar só para questão do resultado em função de título mas esse não é o único resultado que um treinador entrega. A gente liderou o Brasileiro por um número grande de rodadas, não fazia isso há muitos anos, classificou a equipe para a segunda fase da Libertadores, que também não acontencia há mais de oito anos, chegou numa semifinal de Copa do Brasil", analisou Barbieri em entrevista exclusiva à Goal Brasil.
O treinador ainda fez questão de frisar o trabalho desenvolvido com os atletas oriundos da base, que ganharam mais espaço sob o seu comando.
"E tem os resultados que as pessoas não podem mensurar que é o Vinicius Júnior jogando como títular, o Paquetá que muda de posição e alcança a Seleção Brasileira, o Léo Duarte que hoje é titular da equipe fora uma gama de jogadores jovens que tiveram a oportunidade de mostrar seu trabalho e tudo isso é um trabalho que o torcedor desenvolve, deixa um legado para o clube, para a equipe para os próximos anos e acho que nesse sentido o trabalho foi muito bem desenvolvido".
(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo / Divulgação)
No entanto, em um ano de investimento alto e pressão para que finalmente os títulos chegassem, nem mesmo os 61,5% de aproveitamento sob o comando da equipe foram suficientes para que Maurício Barbieri tivesse sequência no trabalho, interrompido após eliminação para o Corinthians na semifinal da Copa do Brasil.
E para o treinador, a falta de continuidade de trabalho é justamente o detalhe que tem faltado ao Flamengo na hora de conquistar títulos.
"Eu acho que o Flamengo tem alcançado nos últimos anos um patamar que nos anos anteriores ele não vinha tendo. Ele está sempre brigando por títulos, são os detlahes que fazem a diferença. Sem dúvida está faltando continuidade, de trabalho, de elenco, porque isso faz a diferença. O Cruzeiro é um bom exemplo, tem o mesmo treinador há dois anos, quase o mesmo elenco, o Palmeiras trocou recentemente mas vem investindo e mantendo a base e eu acho que esse é o segredo do sucesso".
Flamengo/Divulgação
(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo / Divulgação)
De olho em 2019, Barbieri deixou claro que não pretende voltar a ser auxiliar, algo que até foi cogitado pela diretoria Rubro-Negra antes de demiti-lo e ressaltou a importância de participar da montagem de elenco para potencializar o desempenho do trabalho.
"Não, não penso(voltar a ser auxiliar). As coisas aconteceram mais rápido do que eu imaginava mas é um ciclo que se encerrou, eu já era treinador antes de vir trabalhar no Flamengo, aceitei porque era uma grande oportunidade, num grande clube. Mas agora volto definitivamente ao mercado como treinador e pretende seguir assim. Planejo voltar ao mercado, esperando aparecer as novas oportunidades. Acho importante conseguir uma oportunidade de trabalho onde eu tenha tempo para desenvolver o trabalho, se possível participar da montagem do elenco, são coisas que influenciam diretamente no trabalho e ajudam o treinador a ter continuidade".