Zagueira
Capitã da seleção brasileira
Medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004
Vice-campeã Mundial em 2007
Medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro em 2007
Supervisora Técnica de Futebol Feminino no Corinthians
Diretora de Futebol Feminino na Federação Paulista de Futebol
Coordenadora de Competições Femininas na CBF
Coordenadora de Seleções Femininas e de Competições Femininas na CBF
Gerente de Competições na CBF
O currículo de Aline Pellegrino só aumenta. A ex-zagueira da seleção brasileira voou alto mais uma vez, assumindo a gerência de competições na Confederação Brasileira de Futebol, tanto masculinas quanto femininas. Isso representa um passo enorme, não só para Aline, pessoalmente, como também para o futebol feminino.
Confesso que ainda tenho minhas dúvidas sobre o que isso representa para o atual momento do futebol feminino no Brasil. Com pouco anos de CBF, Aline - e Duda Luizelli, que foi demitida da Confederação em fevereiro - conseguiu efetuar mudanças importantes em como a modalidade é gerida lá dentro. Ainda assim, o futebol feminino não recebe as atenções devidas por parte da entidade.
No dia 2 de junho, a CBF divulgou as tabelas detalhadas e regulamentos específicos das séries A2 e A3 do Campeonato Brasileiro. As competições têm início previsto para o próximo dia 11 - nove dias após a divulgação da tabela. Sem contar os problemas que já foram relatados aqui com relação às transmissões e organização dos torneios de categorias de base.
Não dá para dizer que uma andorinha só faz verão. Especialmente uma que, no fim das contas, não tem um poder de decisão dentro da entidade e depende de outros para exercer o seu trabalho. Quem acompanha o futebol feminino com certeza vê Aline como o exemplo de quem deveria - há muito tempo - estar à frente da modalidade. Quem acompanha futebol já deveria saber, também, que ela é extremamente qualificada para assumir cargos mais altos, tanto no masculino quanto no feminino.
Por isso, mesmo sentindo um certo receio com relação a mais uma mudança de estrutura no futebol feminino dentro da CBF, não tenho dúvidas de que ela fará o seu melhor e levará com ela as melhores pessoas para desenvolver o futebol brasileiro. E que esse é mais um degrau na escadinha que, se esse mundo ainda for um lugar minimamente justo, vai levar Aline Pellegrino muito além.
E sim, pode até não parecer, mas esse avanço de Aline é, também, um avanço para o futebol feminino. É um exemplo para que jogadoras não precisem ver o futebol apenas como o gramado ou a área técnica e almejem cargos de gestão. Mesmo com todos os avanços da modalidade nos últimos anos, o mercado pós-carreira como jogadora ainda é extremamente escasso.
Dados da CBF Academy mostram que, em cursos diversos da entidade, o número de mulheres capacitadas saltou de 62 em 2019 para 420 em 2021. Há programas e bolsas que incentivam que ex-jogadoras se capacitem para um possível cargo como treinadoras ou assistentes técnicas, mas a organização também oferece cursos de psicologia do esporte, gestão, marketing, entre outros.
Apesar do maior interesse e do crescimento de mulheres capacitadas, no entanto, a dificuldade ainda está na contratação e na gestão destes espaços. Hoje em dia, ter Aline Pellegrino na gestão de futebol masculino torna esse mais um sonho possível para as atletas que precisam planejar o próprio futuro.
Como eu disse antes, uma andorinha só não faz verão. Mas estou curiosa pra ver os próximos passos no currículo de Aline Pellegrino.
