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Jose Mourinho Pep Guardiola Manchester United CityGetty Images

O erro de Mourinho, que diante do City foi punido pelo próprio veneno e ainda levou um baile

Header Tauan Ambrosio

A expectativa envolvendo o Derby de Manchester, realizado domingo (10) pela 16ª rodada da Premier League inglesa, era gigante por várias razões. Três delas, em especial: o clássico em si, o encontro do líder City contra o vice-líder United e por mais um embate filosófico na maneira de ver futebol.

Mourinho, do United, representa o pragmatismo que tem o resultado como objetivo maior, enquanto Guardiola, ainda que deseje os bons resultados (é claro), busca isso através de uma construção mais profunda. É o cara que já deixou a sua marca, e não se cansa. O duelo entre ambos ganhou contornos épicos nos duelos entre Real Madrid e Barcelona, entre 2010 e 13, mas quem não sabia disso viu no primeiro tempo, em Old Trafford, um resumo de suas maiores características.

Como a diferença do City em relação ao United era de oito pontos, poderíamos imaginar uma postura menos pragmática de Jose Mourinho, já que a desvantagem na pontuação era do seu time. Também pelo fato de jogar em casa. Isso não quer dizer que os mandantes teriam mais posse de bola em relação aos rivais, que nas 15 rodadas anteriores dominaram todos os seus adversários neste quesito.

GFX United City 1o tempo 10 12 2017Supremacia do City, empurrando o United no 1º tempo (Foto: Opta Sports)

“Nós demos a bola”, reconheceu Mourinho, após o jogo, para a ESPN Brasil. Mesmo assim, a superioridade dos visitantes no primeiro tempo foi algo para a história do confronto: 75% de posse, 258 passes a mais [com 88% de aproveitamento] e nove finalizações contra três. Com uma postura covarde em campo, o United irritou o seu torcedor e trocou míseros dois toques dentro da área rival.

A estratégia de apostar no erro do adversário – utilizando a velocidade dos jovens Martial, Lingard e Rashford, além da profundidade de Lukaku - deu certo para o time de Mourinho nos acréscimos do primeiro tempo, quando Rashford aproveitou a falha ridícula do lateral improvisado Delph para estufar as redes. A ironia é que antes o City havia aberto o placar após escanteio, com David Silva empurrando a bola para o gol contando com falha defensiva do atacante Romelu Lukaku.

GFX City United 10 12 2017

O Manchester United voltou melhor para o segundo tempo, inclusive na tentativa [inexistente na etapa anterior] de pressionar a saída de bola do rival azul. Mas se havia pecado pela postura covarde antes, o time de Mourinho sofreu com o seu próprio veneno no lance que deu números finais ao confronto: Lukaku voltou a errar dentro de sua área, em jogada de bola parada, e o zagueiro Otamendi fez o 2 a 1 que deixa os Citizens com 11 pontos de vantagem na ponta da tabela.

GFX Mourinho City United

Fica a lição para o competente José Mourinho, que demonstrou ter entendido um pouco disso do primeiro para o segundo tempo – quando de fato o United cresceu no jogo, fazendo com que o goleiro Ederson também brilhasse. Talvez tenha sido tarde para quem buscava, na teoria, vencer. Mas em partidas de alto nível, não dá para apostar todas as fichas no erro de um adversário bom de bola e que tem as mesmas condições de aproveitar os vacilos que possam aparecer. Ainda mais se você está em um clube de DNA ofensivo como o United, porque você ainda irrita o seu torcedor.

Guardiola não deu um show em seu duelo particular com o português por causa do resultado, e nem em como ele foi construído – lances de bolas paradas e erros defensivos. A metade final da partida demonstrou que até mesmo um empate seria possível. Mas a abordagem do catalão no confronto, mesmo ciente de que uma igualdade seria um bom resultado, encantou quem gosta do futebol bem jogado. E ainda que tenha provado o seu ponto, deu um golpe cruel para o rival de área técnica: levou os três pontos aproveitando os erros que apareceram de quem apenas esperou aproveitá-los.

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