Por Ignasi Oliva

O futebol é tão caprichoso quanto é irônico. Sandro Ramírez, o atacante que só fez três gols na última temporada com a camisa blaugraná, afundou as aspirações de liderança do Barcelona em La Liga. Um Barça que foi a campo contra o Málaga sem mexer um milímetro sequer nos planos iniciais de Luis Enrique, que poupou Andrés Iniesta para o duelo contra a Juventus, nas quartas-de-final da Champions League, na próxima semana. E que vai pagar caro por isso.
Depois de entregar a dianteira em La Coruña há três semanas, os catalães não souberam aproveitar o tropeço do Real Madrid no dérbi da capital - que, no fim das contas, só fez bem para os Blancos.
Os comandados de Zinedine Zidane conseguiram ampliar sua vantagem em mais um ponto, e já são três de diferença com relação ao Barcelona. De quebra, ainda terão um 'colete salva-vidas' para usar, que é a partida atrasada diante do Celta, fora de casa. Enquanto isso, Sandro pôs em evidência a fragilidade mental, sem falar na debilidade defensiva e a reincidente falta de criatividade no meio de campo de uma equipe que pode ter dito adeus ao sonho de La Liga.
O Barcelona terminou de forma lamentável. Neymar, em sua pior partida de 2017, sequer foi até o final depois de ver o cartão vermelho. Luis Suárez não teve a pontaria de outras vezes e Leo Messi se viu sozinho, e por vezes sem foco, em suas tentativas. No primeiro tempo, nem Denis Suárez e nem André Gomes conseguiram combinar com o argentino, ao ponto de Luis Enrique tentar uma correção com Iniesta. Mas já era tarde. Paco Alcácer, de forma desesperada, foi outra aposta que não redeu frutos.
Getty ImagesDesequilíbrio e ineficiência que custaram caro (Foto: Getty Images)
Desespero, aliás, que nunca combinou com o jeito Barcelona de jogar. É claro que há muitas outras maneiras de se ver o futebol, de se jogar com ofensividade. Mas não se pode esquecer que o adversário também joga e, mesmo que o Málaga pense defensivamente em primeiro lugar, conseguiu marcar duas vezes mais que o Barcelona do trio MSN. Faltam duas semanas para El Clásico, e até um tropeço foi um bom resultado para o Real Madrid. Graças ao Barcelona, claro.
Enquanto isso, os blaugranás seguem sofrendo de uma tremenda fragilidade defensiva, algo que, contra a Juventus, já deveria ser algo impensável. Se contra o Málaga se viu isso, e aqui estamos falando de um adversário que só havia vencido uma vez em casa nos últimos três meses, contra a Juventus o resultado pode ser ainda pior.
Pelo menos o time titular estará mais uma vez em campo, na única escalação que consegue fazer funcionar a inspiração do MSN com a herança dos tempos de Guardiola. Sem ela, estae quipe sequer sabe ao que aspira.




