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Zé Ricardo Atlético-PR Flamengo Brasileirão 11122016Flamengo/Divulgação

Ninho do Urubu: A mentira sobre o Flamengo dos três volantes


Por Bruno Guedes

Uma mentira repetida acaba virando verdade. É o ditado. E isso se aplica quando dizem que o Flamengo joga com três volantes após a lesão do Diego. Zé Ricardo monta seu meio campo com apenas um cabeça de área, Márcio Araújo. Rômulo e Willian Arão jogam como meias, apoiando os laterais e os pontas. 

Gráfico I Flamengo I 01 05 17Bruno Guedes I Ninho do Urubu

O futebol mudou muito. Até a nossa imprensa não passou intacta à essa mudança. Muitos continuam com velhos costumes que acabam passando ideias erradas para a torcida. Uma delas é de que "joga com três volantes e tem um esquema defensivo". Flamengo joga num esquema que, com a bola, faz sua transição ofensiva num 4-3-3, onde Arão, pela direita, e Rômulo, pela esquerda, se tornam apoiadores que auxiliam Pará e Berrio ou Trauco e Éverton, respectivamente. Márcio Araújo, deste modo, joga atrás de ambos e como único volante de ofício. 

Gráfico I Flamengo I 01 05 17Bruno Guedes I Ninho do Urubu

Na transição defensiva, Zé Ricardo move seu time, agora sem o Diego, num 4-1-4-1, onde os pontas voltam e fazem a recomposição ao lado do Rômulo e Arão, na primeira linha de 4. Esta montagem tática era muito usada em 2016, quando o Flamengo teve sucesso no Brasileirão e fez boas partidas. Porém, neste ano, o técnico tentou buscar alternativas e não conseguiu tanta eficiência na criação. 

Por essas variações, Guerrero tem feito excelentes partidas, já que sai da área e ajuda nas triangulações ou abertura de espaços. Fazendo o pivô, o peruano é o melhor do time no ano. Espaços esses que os dois meias usam bastante, mais ainda William Arão, que tem como um dos pontos fortes essa penetração na área adversária.

Quando esse estilo de jogo dá certo, como na final do Campeonato Carioca, Zé Ricardo usa da sua maior arma desde os tempos de treinador do Sub-20: dá a bola para o adversário, recompõe o time e espera para sair jogando. Essa formatação tática está em alta na Europa, atualmente. Dos finalistas da Champions, três são os que menos tem a posse da bola. Já entre os possíveis campeões nacionais, Chelsea, Juventus e Real Madrid também são adeptos dessa prática quando estão vencendo.

Zé achou um jeito de jogar sem Diego. E isso é ótimo para o Flamengo durante o Campeonato Brasileiro, quando precisará de variações de estratégias. Mas principalmente para que parem de repetir que o time joga com três volantes.

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Bruno Guedes é músico, apaixonado por futebol e beisebol. Brasiliense por certidão e carioca de coração, acredita no futebol brasileiro e tem Romário como o maior jogador que viu dentro das quatro linhas.
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