Neymar entrou em campo pela primeira vez após a polêmica causada depois que agrediu um torcedor do Rennes, no vice-campeonato do PSG na Copa da França. E a grande maioria dos presentes no Stade de la Mosson, nesta terça-feira (30), vaiou o brasileiro praticamente a cada um de seus 86 toques na bola e 62 passes.
Em meio a este cenário, o Paris Saint-Germain somou mais uma derrota para agravar ainda mais a crise recente de resultados (foram três revezes nos últimos cinco jogos, isso sem falar da eliminação nas oitavas de final da Champions League – na qual não fez valer uma vantagem de 2 a 0 construída no jogo de ida contra o Manchester United). De virada, o Montpellier venceu por 3 a 2 neste duelo válido pela 34ª rodada da Ligue 1, campeonato que o PSG já garantiu o título.
E para piorar o momento de Neymar, o camisa 10 fez uma de suas piores exibições com a camisa do PSG. Considerando as estatísticas da Opta Sports, sob o ponto de vista ofensivo, foi a partida mais inoperante do brasileiro desde a sua chegada à capital francesa, em 2017. Atuando da extrema esquerda para o centro, no 3-4-3 montado pelo técnico Thomas Tuchel, Neymar não conseguiu arriscar nenhum chute a gol e não criou chances para seus companheiros. Zero.
Uma exibição que mostra bem o momento que Neymar e o PSG vivem também fora das quatro linhas. Pois além de ter aparecido negativamente ao agredir um torcedor do time adversário no último sábado (27), o camisa 10 deixou claro que o elenco está rachado: “O balanço da temporada que faço é de ser mais homem dentro do vestiário, mais unido. Todo mundo correr. Pelo que vejo ali tem muito jovem que é um pouco, não digo perdido, mas faltam mais ouvidos do que a própria boca", afirmou na ocasião. De acordo com o UOL Esporte, o brasileiro estaria falando de Areola, Kimpembe, Kurzawa e Nkunku.
Após esta nova derrota, agora para o Montpellier, o zagueiro Marquinhos voltou a destacar que falta união dentro do vestiário – dando eco ao que foi falado por Neymar: "Precisamos ser mais maduros, nós não mudamos a nossa mentalidade para jogar como time, com ou sem a bola. Tem muita coisa para melhorar", afirmou para o Canal +. "Em tempos difíceis, você tem que saber ficar unido, ser mais forte. Está na cabeça", completou o capitão.
Apesar do título francês, que já foi conquistado em meio a um anticlímax, o PSG está rachado como poucas vezes pareceu nos últimos anos. E ver um Neymar sem conseguir fazer nada sob o ponto de vista ofensivo, deixa claro, também, o quanto essa parte psicológica pode atrapalhar tanto o craque do time quanto todo o time.