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MLS Brasil: Sincero, Schweinsteinger fala verdades sobre o 'soccer' que os americanos evitam discutir

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Por Paulo Canova  - MLS Brasil


Bastian Schweinsteinger, 32 anos, foi mais um grande nome da Europa a desembarcar na MLS. Defendendo o Chicago Fire desde março, o meia concedeu entrevista ao alemão Suddeustsche Zeitung e foi sincero sobre suas expectativas ao chegar nos Estados Unidos e das diferenças entre o futebol europeu e norte-americano. No final, o que parecia ser apenas mais uma entrevista clichê de uma grande estrela acabou fazendo barulho na imprensa esportiva local.

Entre os temas questionados, o ex-capitão da seleção da Alemanha disse que ainda precisa de tempo para se adaptar ao estilo de jogo americano e destacou a “enorme” diferença de qualidade para a Europa.

Após não conseguir apresentar no Manchester United o que sempre mostrou no Bayern de Munique e não ser aproveitado pelo técnico José Mourinho, Schweinsteinger iniciou seis partidas como titular, marcou dois gols pela nova equipe e ajudou a franquia a se manter entre os seis primeiros colocados da Conferência Leste, algo que os torcedores do Fire torciam, mas seguramente não esperavam ver tão cedo após as duas últimas temporadas.

“O Chicago Fire terminou as duas últimas temporadas na última colocação e eu não esperava que ganharíamos todas as partidas ficando com folga na liderança. A influência de um jogador no futebol não é tão grande como em outros esportes. São onze contra onze”, declarou. “Nós não jogamos tão mal até agora e estamos no mesmo nível de Toronto e New York Red Bulls, que nos venceram. Mas ainda temos muito trabalho a fazer”, avaliou o jogador que minimizou sua chegada como fator determinante para os bons resultados do Fire.

Bastian Schweinsteiger Manchester United Premier League 20032016Getty

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Schweini, então, disse que se adaptar ao futebol jogado na MLS tem sido um pouco frustrante por conta da liga não estar no mesmo nível das outras que jogou anteriormente.

“Todos nós sabemos que a liga não é como a Premier League ou a Bundesliga, e isso pode ser frustrante dentro de campo quando as coisas discutidas no vestiário não são executadas durante o jogo. Quando um companheiro perde a bola ou não tem a visão de jogo necessária. Não culpo ninguém por isso, é um problema meu e preciso me adaptar à liga e a essas situações”.

A declaração, porém, irritou alguns torcedores que criticaram o jogador nas redes sociais pelo fato de Schweinsteinger não ter jogado bem na Premier League. O alemão não conseguiu ser titular na equipe de Mourinho que sofreu com um meio de campo desorganizado, não conseguindo atender as expectativas no início da temporada passada. Resumindo, para alguns fãs do soccer e críticos mais vorazes, Schweinsteinger reclamou sem ter credenciais para isso por não estar mais jogando bem na Europa.

Quando perguntado sobre as diferenças para o futebol europeu, o meia não economizou elogios para o seu ex-time: “Se comparar com o Bayern ou com a Seleção da Alemanha, a diferença é enorme. Mas eu sabia para onde estava vindo. A liga é interessante porque é evidente como qualquer um pode vencer qualquer equipe e alguns resultados são difíceis de entender. É diferente da Europa, mas é preciso aceitar as coisas como elas são”.

Bastian Schweinsteiger Chicago Fire 01042017GettyFotos: Getty

Schweinsteiger terminou sua entrevista fazendo uma observação interessante e disse que apesar de muito forte fisicamente, faltam outras características importantes na MLS.

 “Nem tudo que acontece no jogo é visto. Como situações que se desenvolvem ou onde um companheiro se posiciona no campo para executar as jogadas. Muitas bolas são perdidas, mas isso é normal. Ainda assim, se esse fosse o caso, as pessoas não jogariam nos Estados Unidos e iriam para a Bundesliga, Premier League ou La Liga. Mas não, o que mostra que a MLS tem potencial para crescer. Muito potencial”.

Schweinsteinger não foi exatamente carismático como a maioria das grandes estrelas que chegam na terra do Tio Sam e muito menos falou o que a crítica queria escutar. Mas verdade seja dita: ele não disse nenhuma mentira e sua última colocação foi muito importante. Mesmo pontuando pontos negativos da MLS, o meia destacou a procura de profissionais pelo mercado americano e a dificuldade de adaptação.

Por mais que ainda seja doloroso para nós, fãs da MLS, de que o futebol norte-americano ainda está longe tecnicamente do ideal, é muito importante ter um jogador renomado como ele reconhecendo essas falhas, mas ainda sim escolhendo jogar na MLS.

Melhor um jogador sincero e que contribui também fora de campo, do que mais uma estrela de discurso pronto.

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