Vinicius Junior iniciou o ano com a certeza de que estava nos planos da seleção brasileira para disputar a Copa América. Estava, de fato. Foi observado com enorme atenção pela comissão técnica no Real Madrid, onde vinha sendo o principal destaque do time, e teve uma conversa particular com Tite antes de ser convocado para os amistosos contra Panamá e República Tcheca, no fim de março.
Uma grave lesão no tornozelo direito, no entanto, colocou tudo a perder. O ex-flamenguista, então, perdeu a vaga para David Neres, que, na ocasião, era uma das grandes sensações do Ajax. De quebra, o concorrente direto por uma vaga no ataque deixou uma boa impressão nos treinos, além de ter marcado um gol diante dos tchecos na vitória por 3 a 1.
Apesar do esforço diário para antecipar o retorno aos gramados em uma semana, Vinicius ficou fora de combate durante quase dois meses. Um período significativo tendo em vista a proximidade da convocação para a Copa América. De volta à ativa, no confronto com o Vilarreal, no último dia 5, atuou por apenas 15 minutos sob olhares do braço direito de Tite, o auxiliar Cléber Xavier.
Com um curtíssimo tempo para mostrar serviço e reconquistar o espaço perdido, o jovem atacante, sabe a Goal, alimentava poucas esperanças de fazer parte do grupo da Copa América. Num encontro com Xavier, sentiu que David Neres e também Everton, do Grêmio, estavam mais bem cotados para o ataque. Para piorar, não recebeu a garantia de Zidane que seria titular nas duas últimas partidas dos merengues na temporada, contra Real Sociedad e Betis.
A demora de Tite para "lembrar" de Vinicius Junior na seleção, vale lembrar, também jogou contra. No segundo semestre do ano passado, quando estava no auge no Real e figurava constantemente nas capas dos jornais espanhóis, o jogador de 18 anos acabou preterido pelos rodados Douglas Costa e Willian nos amistosos de novembro contra Uruguai e Camarões, o que, na altura, gerou muitas críticas de torcedores e jornalistas brasileiros.


