A habilidade de Diego é conhecida desde 2002, quando se tornou o mais jovem campeão brasileiro [17 anos e nove meses] pelo Santos. Depois passou por gigantes como Porto, Juventus e teve um sucesso maior principalmente no Werder Bremen. Foi importante no histórico título espanhol do Atlético de Madrid em 2014, além de ter vestido as camisas de Wolfsburg e Fenerbahce.
Pelo Flamengo, chegou como ídolo e mostrou, em 2016, que ainda pode decidir muitos jogos. O mérito e habilidade levaram o meia criativo mais uma vez para a Seleção Brasileira, mas recentemente a cada vez que o seu nome é citado nas listas de Tite a reação não é das melhores por parte dos críticos.
Isso porque o desempenho de Diego caiu bastante após uma lesão no joelho direito. Embora ainda seja o artilheiro do Flamengo no Brasileirão, com oito tentos em seu nome, não é o cérebro criativo por trás das armações de jogadas ofensivas, tampouco lidera a tabela de assistentes do clube da Gávea.
Everton Ribeiro é o jogador mais criativo do Flamengo neste Brasileirão. Com a bola em movimento, apenas Lucas Lima criou mais chances [43, uma a mais em relação ao camisa 7 do Fla]. Em passes para gols, os Evertons rubro-negros aparecem com grande vantagem [Éverton soma cinco passes, contra quatro do xará Ribeiro]. Diego assistiu somente dois companheiros.
Gilvan de Souza / Flamengo / Divulgação Contra o Vasco, Diego criou uma chance de gol e não acertou finalizações (Foto:Gilvan de Souza/Flamengo/Divulgação)
Nem mesmo em recuperações de bola, quesito importante dentro do papel imaginado para Diego dentro da Seleção – onde seria opção para Renato Augusto -, o camisa 35 lidera: está atrás de Márcio Araújo [138], Willian Arão [121] e Éverton [120]. O camisa 35 recuperou um total de 112 bolas.
A questão é: se não é nem mesmo o melhor jogador atual do Flamengo, por que Diego segue inabalável na lista de Tite? Experiência, saber lidar sob pressão e, claro, habilidade? Ora, um jogador que também conta com todos esses predicados vive uma fase muito melhor, e as comparações mostram isso com grande clareza.
Rubens Chiri/São Paulo FC/Divulgação Contra o Santos, Hernanes deu 2 passes para gol e acertou um chute (Foto:Rubens Chiri/São Paulo FC/Divulgação)
Desde que Hernanes, que tem os mesmos 32 anos de Diego, chegou ao São Paulo contribuiu diretamente para 11 dos 23 gols anotados pelo Tricolor desde então. Proveu segurança, habilidade e confiança para que a equipe do Morumbi deixasse o drama da zona de rebaixamento. Com 499 minutos a menos de jogo em relação ao meia-atacante do Flamengo, Hernanes o ultrapassou em número de assistências e gols [3 e 8, respectivamente].
Hernanes também cria lances de perigo e recupera mais bolas em média [cria 1.87 por jogo, e recupera 5.40 segundo dados da Opta; Diego tem 1.50 e 4.67 respectivamente]. Diego é um grande jogador, e se voltar a jogar o que sabe possui absolutas chances de ser nome inquestionável para a Copa do Mundo de 2018. Mas com Hernanes fazendo tudo isso pelo São Paulo, a impressão é de que o meio-campista do Tricolor mereceria muito mais estar na lista de Tite.
