
Por Paulo Madrid
Seis de seis. Os dois primeiros compromissos da semana que decide La Liga foram resolvidos da melhor maneira possível. Não é nenhum excesso de confiança dizer que este Real Madrid parece pronto a finalmente reconquistar sua terra natal. A campanha fala por si. Tropeços, sobressaltos existiram — talvez até em demasia — mas, seja como for, não foram suficientes para tirar dos madridistas a condição de melhores do campeonato.
Evidentemente, o jogo é jogado. Se ainda falta um ponto para o título, significa que ele ainda precisa ser conquistado. Não que seja necessário dizer isso a mim, sempre precavido e nada afeito ao famoso oba-oba. Com esse primeiro parágrafo, não quero dizer que o Madrid já é campeão, mas sim que acumulou méritos para sê-lo.
O time chega bem ao final de temporada, fazendo boas apresentações. Por mais que o Málaga seja um adversário perigoso — derrubou o Barcelona em La Rosaleda não faz muito tempo — hoje a equipe merengue passa segurança suficiente para fazer o madridismo acreditar que conseguirá pelo menos um empate na última rodada, salvo circunstâncias bastante anormais.
Falando particularmente dos dois jogos disputados nesta semana, foram duelos abordados de maneiras distintas pelos Blancos. Contra o Sevilla, o Madrid teve a iniciativa, mas sofreu com os contragolpes adversários. Tanto é que Keylor Navas foi a principal figura da partida, ao lado de Cristiano Ronaldo. Depois que Jovetic finalmente conseguiu vazar o goleiro costarriquenho e colocar 2 a 1 no placar, o Bernabéu vivenciou certa tensão. Até que CR achou um petardo de esquerda e proporcionou alívio.
Foi com outra pancada de canhota que o português abriu os trabalhos em Balaídos, quando o relógio apontava dez minutos de confronto. Até ali, o Madrid havia exercido forte pressão. Com a vantagem, preferiu esperar pelas ações do adversário e ser reativo. O Celta não teve medo. Adiantou suas linhas e atacou de peito aberto. Até teve algum volume de finalizações, mas poucas levaram real perigo à meta madridista.
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Getty ImagesOs merengues souberam se defender sem a bola e esperar pacientemente por uma oportunidade. Porque, com essa postura, inevitavelmente, os donos da casa deixariam espaços para o melhor contra-ataque do mundo. Isco arrancou em alta velocidade, deixou três marcadores para trás e serviu Cristiano, que não perdoou.
O jogo deveria ter "terminado" com a expulsão — por certo, exagerada — de Iago Aspas. No entanto, mesmo com um homem a mais, o Real Madrid teve dificuldades para controlar a partida. Até levou um gol. A sorte é que Benzema respondeu de imediato. Fez mais um e afastou a possibilidade de um drama. Depois do cartão vermelho, os jogadores do Celta se descontrolaram emocionalmente e fizeram enorme pressão sobre a arbitragem.
O ambiente hostil, tanto no campo quanto nas arquibancadas, pedia que Casemiro e Cristiano Ronaldo fossem substituídos. O brasileiro já tinha sido amarelado pelo juiz. O gajo acumula quatro amarelos no torneio e, de levar mais um, seria suspenso. O volante saiu aos 72 minutos e CR aos 83. Sem maiores incidentes , e ambos estarão em campo na última rodada.
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Os placares foram dilatados e não refletem a dificuldade das partidas, mas o time merengue de fato mereceu as duas vitórias que conseguiu até agora na semana. Jogou bem, sabendo lidar com dois adversários complicados. Foi seguro e tranquilo, dando sempre a impressão de saber o que estava fazendo. Teve bom comportamento defensivo e, quando precisou, contou com boas intervenções de um Navas que está reencontrando sua melhor forma. No ataque, um show de qualidade e efetividade, com Cristiano Ronaldo no papel de protagonista.
Que o time consiga manter essa mesma consistência no domingo. Que o título venha sem sustos, sem confusão, sem sofrimento. Até porque, convenhamos, o Madrid já permitiu ao campeonato uma quantidade exacerbada de emoções desnecessárias.
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Paulo Madrid. Não, não é uma licença poética. O nome vem de família mesmo. Sorte a minha. A coincidência gerou um interesse que, já desde muito cedo, desembocou em uma paixão. Madridista desde sempre, para sempre. ¡Hala Madrid y nada más! |





