Por Paulo Madrid
Aleluia. Alívio define. A prioridade para 2016/17 era colocar ordem na casa, e assim foi feito. Ao rei, o trono, a coroa, o cetro e tudo mais que lhe é de direito. Evidentemente, uma hegemonia não se reafirma com reaparições esporádicas, um título aqui e outro ali. Demanda uma boa sequência para se impor e retomar o curso natural dos acontecimentos. O número ainda está em duas Ligas nos últimos nove anos. Dispensa dizer que é pífio e precisa aumentar consideravelmente.
Por ora, o objetivo foi cumprido. ¡A celebrar y nada más! O Madrid é justíssimo campeão. Foi o time mais consistente do torneio, tanto pelos resultados quanto pelo futebol apresentado. Ao mesmo tempo, é fato que poderia e deveria ter resolvido a situação com antecedência.
O campeonato só permaneceu indefinido até a última rodada por conta de tropeços completamente inesperados dos madrileños quando o cenário desenhava-se amplamente favorável. Foram algumas as chances de escapar na ponta, todas desperdiçadas. A vantagem que valeu foi a última que sobrou depois da derrota no clássico. Haja coração.
Seja como for, insisto, a taça está nas mãos de quem mais fez por onde conquistá-la, se considerarmos o desempenho dentro das quatro linhas. Enquanto o Barcelona se mostrou quase completamente dependente de seu trio de ataque, o Real Madrid aliou padrão tático e construção coletiva às suas igualmente talentosas individualidades.
(C)Getty ImagesOutro mérito gigantesco dos merengues foi a gestão do plantel. O banco do Barcelona foi uma nulidade. Já o time alternativo de Zizou rendeu às mil maravilhas e foi fundamental na campanha, muitas vezes com exibições até melhores que as dos titulares.
MVP de La Liga? Na humilde opinião do colunista, Isco foi quem fez as vezes de El Cid Campeador e guiou o esquadrão Real à Reconquista de España. Cristiano Ronaldo cresceu na parte final, na hora certa. Marcelo e Ramos arrebentaram. Mas Isco foi o mais regular de todos. Participou do time A e do time B, e quase sempre teve atuações superlativas, sendo o principal jogador da equipe.
No último ato da conquista, placar aberto antes de dois minutos, lançando mão de um roteiro que já vai se tornando clássico. Assistência magistral do pequeno gigante Francisco Alarcón e gol de CR. Com a vantagem, o time foi recuando aos poucos, dando mostras de que queria atrair o adversário para então matar no contra-ataque. O problema é que o Málaga alcançava as imediações da área merengue com muita facilidade. Criou várias chances, mas sempre que elas iam na direção do gol davam de cara com mais uma bela atuação de Keylor Navas.
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Aos dez da segunda etapa, Benzema ampliou, em mais um expediente muito bem trabalhado pela equipe de Zidane ao longo da temporada: a bola parada. Era para o gol ser de Sergio Ramos, o eterno herói das finais, mas Kameni atrapalhou. Karim Benzema, atento, não desperdiçou a sobra. A partir daí, o clima de festa tomou conta dos visitantes, que se desligaram da partida. O único que permaneceu concentrado foi o goleiro Navas, para evitar eventuais complicações. Mais algumas defesas e o título era Real.
Enfim campeão, o rei repetiu sua rotina das grandes noites e saiu às ruas para ser saudado por seus extasiados súditos. O empolgante passeio terminou com uma longa parada para encher de beijos e agradecimentos a Deusa Cibeles, seu grande e eterno amor. Agora, o madridismo torce com todas as suas forças para que um novo encontro aconteça em breve. Mais precisamente, em 3 de junho.
¡A por la Duodécima!
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Paulo Madrid. Não, não é uma licença poética. O nome vem de família mesmo. Sorte a minha. A coincidência gerou um interesse que, já desde muito cedo, desembocou em uma paixão. Madridista desde sempre, para sempre. ¡Hala Madrid y nada más! |