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Jean Schiavinatto - MirassolDivulgação

Especialista em comportamento humano atua para melhorar atuação de atletas e na busca por reforços

O futebol profissional tem exigido análises que transcendem as quatro linhas. As questões tática e física não ficam em segundo plano, mas veem complementos importantes na rotina do esporte. Ciente disso, Jean Schiavinatto se especializou na avaliação comportamental de profissionais. No futebol, atuou com o meio-campista Igor Gomes, quando ele ainda defendia o São Paulo, e com o técnico Ricardo Catalá, durante as duas passagens pelo Mirassol-SP. Em entrevista à GOAL, ele explica o trabalho feito em clubes de futebol.

"A análise que eu faço é para que você saiba como o atleta vai se comportar em campo. Eu tenho os atletas cautelosos, competidores, conciliadores e comunicadores, cada um dos quatro perfis apresenta aspectos distintos. Se eu coloco um atleta com característica comunicadora, eu posso esperar capacidade criativa. Porém, em momentos de desafio, ele é o primeiro a desorganizar o esquema tático. O atleta cauteloso segue o script da maneira como foi traçado pelo treinador. Porém, em momentos desafiadores, ele pode cair em um limbo e entrar num ciclo de pensamentos negativistas", explicou o especialista.

"Traço cada um dos perfis e entrego o que eles fazem de positivo e negativo. Os clubes de alto rendimento podem entregar isso de forma bem próxima do ideal, mas ainda não investem nesse aspecto. Do ponto de vista cognitivo, o futebol ainda está caminhando. Assim como existe o mapeamento do atleta em campo, a gente vai entender como o atleta vai se comportar", estendeu.

Formado em educação física e com uma carreira breve no futsal, Jean Schiavinatto atua também na área corporativa. Ele, contudo, levou o que é feito fora em grandes empresas para o futebol profissional.

"Eu analiso o perfil comportamental do atleta e, de acordo com o perfil comportamental, ajudo o treinador a entender como o jogador vai se comportar sob pressão. Isso eu ajudo do ponto de vista individual e do ponto de vista coletivo. Isso falando em perfil comportamental, outra análise que faço no esporte é no sentido de analisar a cultura de jogo que o treinador tem e definir quais atletas se encaixam mais com um treinador. Eu já faço esse trabalho no ambiente corporativo. Isso a gente réplica no futebol. Quanto um jogador bate com aquele treinador que está no clube naquele momento. A gente faz o que chama de análise cognitiva comportamental. Os clubes contratam de acordo com isso", comentou.

O especialista atua também na busca por contratações. "O processo de contratação, imagine o seguinte, a gente tem um treinador que foi campeão em uma equipe e, quando chega a outra equipe, ele não consegue performática. Talvez, seja a forma como o Corinthians está gerindo hoje a forma de contratar treinadores. São tiros no escuro. Quando uma empresa vai contratar um CEO, a empresa pede que eu veja como ele vai performar dentro da empresa".

"A mesma coisa pode ser feita com um jogador ou um treinador. O que faz um jogador deixar o Grêmio e não jogar bem no Corinthians. O que acontece é? Quais as características do clube e do treinador que não se apresentam mais no Corinthians e no Santos? Sabendo disso, você pode economizar muito dinheiro no futebol", concluiu Schiavinatto.

O trabalho mais duradourou feito por Jean Schiavinatto foi no Mirassol, a pedido de Ricardo Catalá. Nas duas passagens do treinador pelo clube do interior de São Paulo, ele fez análises do elenco e de potenciais reforços. Em entrevista à GOAL, o técnico que deixou a equipe do futebol paulista na última sexta-feira (28) explicou como era desenvolvido o projeto.

"Ele prestou serviço pra mim, ele é especialista em comportamento humano. Ele tem software para mapear perfil de colaborador e dos atletas. Com essa ferramenta, ele consegue monitorar o perfil dos atletas. Ele trabalhou comigo oferecendo ferramentas para que eu tivesse um diagnóstico do elenco, quem são os caras da personalidade para interagir. Eu pude extrair o melhor dos atletas em uma comunicação mais assertiva", afirmou o técnico, que ainda citou um exemplo prático:

"Tem muita coisa específica de atleta que é difícil abrir o nome. Quando eu voltei ao clube, tinha um atleta que tinha dificuldade de lidar com a pressão de alguns jogos e com as cobranças. Por meio do diagnóstico, a gente conseguiu uma comunicação com o atleta para administrar melhor nos jogos. Ele conseguiu interagir bem durante o campeonato todo após o desenvolvimento do trabalho".

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