No último treino antes do jogo desta terça-feira (18) contra a Venezuela, Tite repetiu a escalação que entrou em campo na estreia da Copa América contra a Bolívia com uma única mudança: a volta de Arthur, titular na posição e recuperado de um problema no joelho, no lugar de Fernandinho. Entretanto, na entrevista coletiva concedida nesta segunda (17) dentro da Fonte Nova o treinador insistiu em fazer mistério sobre qual será o seu 11 inicial.
“Eu quero omitir, mas não mentir”, disse o técnico. “O sentido maior é não dar oportunidade de o adversário saber”, completou. Mas se apenas uma catástrofe pode evitar o retorno de Arthur no lugar de Fernandinho, o mistério feito pelo treinador pode estar concentrado na ponta-esquerda: a possível entrada de Everton Cebolinha, autor de um golaço que encerrou o 3 a 0 contra a Bolívia, no lugar de David Neres.
“A equipe vai se construindo. São vários aspectos. É botar a rivalidade de dois meninos, David Neres e Everton, que estão jogando bem. É dar essa confiança a eles, porque são jovens. Me remeto a quando eu era jovem. Fui para o Esportivo de Bento Gonçalves, e um diretor falava 'deixa esse menino jogar'. Eu tinha 21 anos. Esse aprendizado eu consegui fazer agora com os mais jovens”, disse.
Pedro Martins/MowaEm poucos jogos, Neres e Cebolinha somam um gol e uma assistência cada (Foto: Getty Images)
Tite citou o mistério para não dar pistas para o adversário, uma Venezuela que no empate sem gols contra o Peru, na primeira rodada, sofreu mais investidas justamente no lado direito de sua defesa [esquerdo do ataque adversário]. Ao longo dos cerca de 90 minutos, o caminho que os peruanos mais conseguiram explorar foi o flanco canhoto [42.5% de suas ações, segundo a Opta Spots].
Além disso, outros três fatores dariam a Tite motivos para apostar em Cebolinha - apesar de Neres também seguir com bom desempenho. O fato de ser o jogador que mais vezes o treinador usou como substituto a partir deste novo ciclo pós-Mundial é um: todos os sete jogos de Everton pelo Brasil foram entrando na vaga de alguém. O segundo fator é o aproveitamento espetacular em finalizações: no já citado período após a eliminação para a Bélgica, o gremista só não acerta mais as suas tentativas do que Coutinho, Richarlison, Firmino, Neymar e Gabriel Jesus. Mas o aproveitamento é ainda melhor: em cinco tentativas, o maior erro foi uma bola na trave em relação Às outras quatro na direção certa.
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O terceiro fator é o golaço em si contra a Bolívia e a confiança que isso traz. A frase “a equipe vai se construindo” reitera muito bem esta possibilidade de mudança na ponta-esquerda.