
Quando Philippe Coutinho entrou em campo, pela primeira vez como jogador do Barcelona, a sua nova equipe já havia construído o resultado que precisava para avançar à semifinal da Copa do Rei. Luis Suárez e Messi já tinham estufado as redes para construir o resultado final de 2 a 0.
O Espanyol, clube que o novo camisa 14 já defendeu, em nenhum momento ameaçou realmente o rival de cidade. A alegria ficou no jogo de ida, com a vitória por 1 a 0. No Camp Nou, não chegaram a ter 30% de posse de bola e raras vezes conseguiam levar perigo para o goleiro Ter Stegen.
Um cenário ideal para o jogador, revelado pelo Vasco da Gama, fazer a sua estreia: pela ansiedade que, no final do embate, ele mesmo revelou ter nutrido e, principalmente, por vir de lesão. O Barça precisava manter o resultado, ameaçava o rival. E melhorou consideravelmente a partir do minuto 68’, quando Coutinho entrou em campo.
Em pouco mais de 20 minutos, Coutinho mostrou rápido entendimento com seus companheiros de time. Sempre pelo lado esquerdo de meio-campo, no 4-4-2 do treinador Ernesto Valverde, demonstrou ousadia para driblar e buscar passes difíceis. Buscou o jogo, e buscou criar espaços.
Getty imagesQualidade no passe, na criação de jogadas... estreia excelente de Coutinho (Foto: Getty Images)
Tamanha era a superioridade do Barça, que na comparação com todos os jogadores do Espanyol apenas o meio-campista Javi Fuego trocou mais passes do que Coutinho [33 a 29]. Tamanha parece ser a adaptação instantânea do carioca ao jogo barcelonista, que foram 86% de aproveitamento nos passes, sendo 81% de sucesso quando buscava os companheiros no campo de ataque. Ao final do encontro, o camisa 14 havia criado duas chances de gol – ninguém criou mais.
Coutinho entrou e, como afirmou o diretor de relações institucionais do Barça, Guillermo Amor, parecia jogar no clube há anos. Os números foram bons, mas o principal em sua estreia foi a forma como o brasileiro pisou no gramado pela primeira vez: uma verdadeira passagem de bastão. Andrés Iniesta caminhava para fora do campo. Encontrar um herdeiro para o gênio de 33 anos era um dos objetivos do Barcelona quando olhou para o brasileiro.
Getty ImagesPassado e futuro, juntos no presente (Foto: Getty Images)
Os aplausos e ovação a Iniesta se confundiram com o ânimo para recepcionar Coutinho, o seu substituto no jogo contra o Espanyol e no planejamento feito para o futuro do Barcelona. O reconhecimento e o prazer de ver um dos melhores meio-campistas da história, símbolo do clube, tabelaram com parceria junto da expectativa por um herdeiro que tem tudo para seguir o legado do espanhol.
Uma imagem emblemática, que pode ganhar um peso ainda maior se Philippe jogar o futebol que sabe no Camp Nou. Valeu até mais do que o resultado, já que de forma inédita em sua história o Barcelona chegou nas últimas oito semifinais de Copa do Rei. Domina o torneio. O que para muitos pode parecer uma alteração normal de um treinador, simboliza a esperança de que muitas outras vitórias serão comemoradas pelo torcedor barcelonista.


