Eduardo Bandeira de Mello Flamengo 2017

Ninho do Urubu: Com pendências financeiras, Flamengo faz "malabarismo" em 2018

O Flamengo sempre teve uma política de contratações baseadas em jogadores que chegavam por oportunidade ou com contrato livre. Vez ou outra, mesclava com promessas, onde fazia o investimento a longo prazo, financiado o pagamento e esperando retorno, como Mugni e Mancuello. Porém, nestes últimos dois anos, essa modalidade tem se invertido. Após Diego e Guerrero, que ficaram livres e se tornaram peças acessíveis, a diretoria passou a gastar investindo pesado. Só que a conta chegou em 2018.

Com um elenco caríssimo, a diretoria Rubro-Negra vem encontrando muitas dificuldades em conseguir atuar no mercado de contratações. Isto porque, no ano que passou, o Flamengo foi o segundo clube quem mais investiu no seu plantel, cerca de R$ 38 milhões só em atletas vindo de fora do Brasil.

E estes valores ainda sofrem grande reajustes devido a luvas e cláusulas que são negociadas ao longo dos meses.

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Para piorar, há ainda diversas outras pendências financeiras. Mesmo já estando longe do clube desde o início da temporada passada, Marcelo Cirino ainda causa despesas. No começo de 2018 começa o pagamento a Doyen pelo jogador, algo em torno de R$ 15 milhões, que foi investimento em 2015, quando contratado junto ao Atlético-PR. Os dois envolvidos tentam negociar tais valores.

Segundo balanços, o Flamengo terá que arcar com aproximadamente R$ 75 milhões nos próximos três anos com tais tipos de contratações, juntando pagamentos, salários, luvas e encargos. Isso vem refletindo no planejamento atual, onde há uma espécie de "malabarismo" para não se fazer mais altos gastos em valores e, assim, equilibrar a balança futura, algo que essa diretoria fez bem nos últimos anos.

Marcelo Cirino Flamengo Confiança-SE Copa do Brasil 20042016Gilvan de Souza/CR Flamengo/DivulgaçãoNomes como Marcelo Cirino continuam gerando gastos aos cofres do Fla (Foto: Gilvan de Souza/CR Flamengo/Divulgação)

Para isso, além de não empreender altas cifras, o clube tenta aliviar a folha salarial para encaixar novos atletas. Entretanto, há jogadores com vencimentos altíssimos e que não têm futuros definidos, ainda esbarrando para serem repassados a outros times pelo mesmo motivo. Casos de Mancuello e Muralha (R$ 300 mil), além de Vaz e Gabriel (R$ 200 mil).

Nem de longe o Flamengo vive uma crise financeira ou desordem nas contas, como aconteciam em gestões passadas que se investia e jogavam o problema para futuros gestores. Mas agora a cautela é a principal moeda para contratar. E internamente já se sabe o que na torcida é conhecimento desde 2016: o investimento foi feito, chegou a hora do retorno.

Bruno Guedes colunista torcedor Flamengo
Bruno Guedes é músico, apaixonado por futebol e beisebol. Brasiliense por certidão e carioca de coração, acredita no futebol brasileiro e tem Romário como o maior jogador que viu dentro das quatro linhas.
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