Por João Henrique Castro
Domingo, enfim, termina a primeira fase do Campeonato Mineiro. Classificado, primeiro lugar mais que garantido, o Cruzeiro, enfim, se prepara para a sequência de jogos decisivos do primeiro semestre. Todavia, uma parcela significativa da torcida está atenta e preocupada com outro setor do clube. A gestão do esporte especializado.
Foi com espanto que o cruzeirense recebeu a notícia do fim da parceria com o BH Eagles no futebol americano. Campeão nacional logo em sua primeira temporada, um investimento sólido ao lado da empresa parceira no voleibol há uma década, o projeto teve o fim comunicado por parte dos gestores do Eagles na semana retrasada.
Até hoje, nenhum responsável pela diretoria celeste posicionou-se sobre a questão.
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Sada Cruzeiro/DivulgaçãoA avaliação de que o futebol americano não é rentável, o foco em outras modalidades ou algo neste sentido já seria uma notícia preocupante, mas mais estranho ainda foi ver o anúncio, por parte do Juiz de Fora Imperadores, de que o Cruzeiro era agora o novo parceiro da equipe da Zona da Mata. Ou seja, o Cruzeiro não iria abandonar a modalidade, mas sim a parceria com o Eagles e, por consequência, com a Sada.
Desde que os boatos do fim da parceria com o Eagles começaram, as manifestações da diretoria do então Sada Cruzeiro Futebol Americano caminhavam no sentido do interesse em manter o acordo. Embora a equipe tenha perdido jogadores para o exterior, parte significativa deles retornará para a disputa do Brasil Futebol Americano no segundo semestre.
Além disso, reforços já eram anunciados, mostrando a ambição do agora Sada Eagles em permanecer como potência na modalidade.
De forma estranha e não transparente, contudo, o Cruzeiro optou pela parceria com o Juiz de Fora Imperadores. Segundo o portal Cruzeiro.org, a Raposa teria um acordo firmado por três anos com o Instituto Educação, Saúde e Cidadania e neste convênio, por exemplo, estaria incluído o desenvolvimento do futebol americano. Oficialmente, porém, ninguém no Cruzeiro tratou publicamente da questão.

É difícil não especular que esta mudança se deva a uma possível crise entre a nova diretoria do Cruzeiro e as lideranças do grupo Sada. A exclusão de Alberto Medioli do conselho nas últimas eleições pode ter relação com este processo e deixa os mais desconfiados preocupados, inclusive, também com o futuro do voleibol.
Em respeito ao torcedor que acompanha o especializado e deseja ver o Cruzeiro forte também em tantas outras modalidades, estas situações precisavam ser conduzidas com mais transparência. A princípio, não há sentido em ver o clube romper com um parceiro de tantas glórias e uma empresa que auxiliou no desenvolvimento do voleibol e do futebol americano do clube.
Resta torcer para o melhor entendimento entre as parte e, principalmente, que o Cruzeiro siga forte nas quadras e com a bola oval.
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João Henrique Castro é professor, historiador e, obviamente, cruzeirense. Daqueles que sabe que nada brilha mais no céu do que as cinco estrelas que traz no peito. |



