Por João Henrique Castro
Quarta-feira, 28 de Fevereiro de 2018. Um dia em que tudo deu errado para o Cruzeiro. Justamente o dia da estreia do clube na Copa Libertadores.
O torcedor que dormiu cedo no dia 27, ansioso pelo jogo contra o Racing no dia seguinte, antes de cair no sono viu passar pelos seus últimos pensamentos a escalação celeste para o confronto: Fábio; Edílson, Léo, Murilo, Edílson, Henrique, Cabral, Robinho, Rafinha, Arrascaeta e Fred.
Mas quando acordou de manhã, a situação começou a mudar.
Em virtude do falecimento do pai, Fábio havia retornado ao Brasil. Rafael faria sua estreia em Libertadores a partir de então. O dia seguiu, mas as baixas não pararam. Horas antes do jogo a notícia de que Léo e Edílson estavam suspensos por competições passadas. Edílson por acúmulo de três cartões amarelos na Libertadores de 2017! Manoel e Lucas Romero seriam os substitutos.
GettyFoto: Agustin Marcarian/Getty
Mesmo com três baixas, o Cruzeiro começou muito bem a partida em solo argentino. Mas com sete minutos de jogo, Fred sentiu a panturrilha e deixou o confronto. Quatro baixas em menos de 24 horas no time titular, uma substituição queimada antes dos primeiros dez minutos. Seria isso que a Raposa teria que superar a partir de então.
Ainda assim, o time seguiu bem em campo. No entanto, o jovem Lautaro Martínez começou a infernizar a vida cinco estrelas. O primeiro gol do Racing, contudo, não baixou a guarda cruzeirense. Poucos minutos após e o Cruzeiro deixou tudo igual com Arrascaeta.
O empate não acomodou o Cruzeiro e por muito pouco a Raposa não virou. Rafael Sobis finalizou em cima do goleiro, Arrascaeta na sobra acertou a trave e ao fim do primeiro tempo, em nova chegada isolada, Lautaro Martínez fez 2 a 1 Racing.
Na segunda etapa, a sorte não foi diferente. Livre e com o gol praticamente aberto, Rafinha acertou o travessão e desperdiçou a chance de novo empate. Como todo castigo parecia pouco, o Racing fez o terceiro na sequência.
Foto: JUAN MABROMATA/AFP/Getty
Quando Robinho descontou, a esperança de que a sorte podia mudar novamente acordou. Mas o quarto gol argentino sepultou as esperanças.
Ao fim do jogo, imprensa, comissão técnica, jogadores e muitos torcedores destacaram o caráter mentiroso do placar. Mas a tabela é cruel e passou a marcar o Cruzeiro na (provisória) lanterna do Grupo 5.
Com um mês até o próximo jogo, Mano Menezes terá muito tempo para ajustar a equipe para o confronto contra o Vasco. Neste período, o Mineiro seguirá até a grande final.
O gosto amargo da injusta derrota ficará na boca até lá, mas não podemos perder o foco. E aí sim, o dia 28 de Fevereiro não será nada mais que um dia ruim.
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João Henrique Castro é professor, historiador e, obviamente, cruzeirense. Daqueles que sabe que nada brilha mais no céu do que as cinco estrelas que traz no peito. |