
Por Tauan Ambrosio

Goleiro e goleador. O mais clássico duelo do futebol, desde que um jogador fora designado a ficar na posição mais defensiva de todas. Ambos podem representar alívio para a sua torcida e terror para a outra.
A final da Champions League, que será disputada neste sábado (3) em Cardiff, conta com dois dos maiores expoentes de sempre neste duelo das mais antagônicas posições do futebol: Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, e Gianluigi Buffon, da Juventus.
Enquanto um é o símbolo maior da equipe que mais gols marcou, o outro é o rosto principal do conjunto que menos viu a sua meta ser vazada. Por isso, Cristiano Ronaldo e Buffon também são apontados como favoritos a serem finalistas das grandes premiações individuais: a Bola de Ouro e o FIFA The Best.
E com justiça!
Cristiano foi responsável direto por quase metade dos 32 gols anotados pelo Real Madrid no caminho até a grande decisão. Dos pés (e cabeça) do português saíram 10 gols [apenas um a menos em relação a Messi] e cinco assistências. O maior artilheiro da história da Champions League [104 gols] também voltou a se mostrar decisivo no mata-mata.

Nas oitavas de final não balançou as redes, mas deu uma assistência para Toni Kroos fazer um dos três gols que deram importante vantagem no jogo de ida contra o Napoli. Contra o Bayern de Munique, na sequência, foi decisivo. Ainda que a arbitragem tenha sido um desastre no jogo da volta é impossível tirar os méritos de um jogador que fez cinco gols na eliminatória entre gigantes [2 na ida e 3 na volta].
A vaga na grande decisão foi praticamente garantida no primeiro dos clássicos perante o Atlético de Madrid. E os três gols de CR7 no primeiro embate se mostraram decisivos para que os Blancos chegassem à sua 15ª grande final europeia. Nenhum outro jogador foi tão protagonista na parte ofensiva do jogo quanto o camisa 7.

Do outro lado, Buffon é o goleiro menos vazado dentre os que chegaram às oitavas de final. O italiano de 39 anos, que será o terceiro jogador mais velho a disputar uma final da prova, levou apenas três gols em 11 jogos dentre os 12 disputados pelo seu clube. Se a Juventus tem a melhor defesa do torneio, deve agradecer a uma série de fatores que começam a partir do momento em que o time perde a bola. Mas é impossível tirar o mérito do camisa 1, campeão mundial pela Itália em 2006.
A muralha defensiva construída pelo técnico Massimiliano Allegri evita a fadiga ao grande ídolo do alvinegro de Turim. Buffon está longe de ser o goleiro que mais trabalhou. Dentre os arqueiros que disputaram mais de cinco partidas nesta edição do torneio, é apenas o 25º que mais viu arremates adversários chegarem à sua meta.
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O oponente precisa passar por vários testes de fogo para estufar as redes juventinas, mas o maior desafio é o último estágio antes de correr para o abraço. Buffon é como se fosse aquele último ‘chefão’ dos jogos clássicos de videogame, e tem o melhor aproveitamento em defesas dentre os outros goleiros titulares das principais equipes que avançaram para o mata-mata do torneio de clubes mais forte do mundo: 86,96%.
Cristiano e Buffon também foram importantes nas conquistas nacionais de seus times na atual temporada, são vencedores e principais símbolos de conjuntos com características opostas. Por isso que, apesar de Real Madrid e Juventus contarem com outros tantos craques, são eles os apontados para a os famigerados e menos importantes prêmios individuais.
Mas o duelo entre Cristiano Ronaldo e Buffon não é apenas para o português chegar a quatro títulos de Champions League ou para o italiano conseguir o seu primeiro; muito menos para saber, neste esporte coletivo, quem é a maior individualidade. É o choque entre os maiores rivais da história do futebol, seja num campinho improvisado em qualquer lugar do mundo ou no gramado perfeito do estádio de Cardiff: o embate entre goleiro e goleador.
E neste sábado (3) poderemos ver dois dos maiores expoentes destes lados, em todos os tempos, frente a frente.




