Apesar de ter sido semana de ‘Clássico Vovô’ entre Botafogo e Fluminense, o técnico Abel Braga usou o seu espaço em entrevista coletiva anterior ao duelo para protestar pelo alto número de treinadores demitidos no Campeonato Brasileiro.
Antes do início da 13ª rodada do Brasileirão, foram nove treinadores que deixaram o comando de seus clubes. Ou seja: 75% de mudanças no somatório. Deste total, apenas três não foram efetivamente demitidos: Guto Ferreira escolheu trocar o Bahia pelo Inter, enquanto Petkovic e Paulo Autuori mudaram de cargo em determinada ocasião – deixaram de ser treinadores para ocuparem cargos de gerência.
Ou seja: em 12 rodadas do Brasileirão, foram seis demissões de treinadores. É como se a cada duas rodadas, algum clube considerasse o próprio comandante incompetente. Mas, em números, qual é o mínimo de vitórias que os técnicos precisam para não verem o cargo ameaçado?
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Dentre os demitidos, o fator estadual claramente se fez presente em dois casos específicos. Elogiado em 2016 pela campanha que levou o Atlético-GO a um surpreendente título da Série B, Marcelo Cabo não conseguiu levar o Dragão ao título goiano. Além disso, se desgastou em uma confusão extracampo que envolveu um sumiço. Após quatro rodadas de Brasileirão, não venceu nenhuma vez. Pior, perdeu todas e foi demitido após derrota por 3 a 0 para o Bahia.
Getty ImagesDorival no Santos: boa Libertadores, início fraco de Brasileirão (Foto: Alexandre Schneider/Getty Images)
O estadual também pesou para a saída de Dorival Júnior no Santos. A campanha desgastou a imagem do treinador na equipe da Vila Belmiro, mas embora as exibições não estivessem de acordo com as expectativas de torcedores e dirigentes a eliminação no Campeonato Paulista veio apenas nos pênaltis, para a Ponte Preta, ao passo que a missão principal na Libertadores foi cumprida com uma classificação sem sustos para as oitavas de final. No Brasileirão, Dorival caiu após quatro rodadas e teve 25% de aproveitamento. Foram quatro derrotas e apenas uma vitória.
No caso de Ney Franco, o vice-campeonato da Copa do Nordeste desgastou a sua imagem com a diretoria do clube pernambucano. Ou seja, Ney já começou o Brasileirão na beira do caos e após duas rodadas [1 empate e outra derrota] foi demitido.
Eduardo Baptista estabelece a nota de corte
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A 11ª e 12ª rodadas foram movimentadas nos RH’s dos clubes da elite. Rogério Ceni caiu com 27% de aproveitamento de vitórias [3 vitórias, 1 empate e 6 derrotas]; pouco depois, a Chapecoense surpreendeu ao anunciar a saída de Vagner Mancini, que teve aproveitamento de 36% [4 vitórias, 2 empates, 5 derrotas].
Demissão de Mancini surpreendeu muita gente (Foto: Chapecoense/Divulgação)
Mas o que surpreendeu de verdade foi a saída de Eduardo Baptista do Atlético-PR. Principalmente pela aposta no comandante – que já havia deixado o Palmeiras na atual temporada – ter sido tão recente. Em discordância com a diretoria, Paulo Autuori também ‘pediu o boné’ após a decisão. Baptista caiu com 40% de aproveitamento de vitórias [4 V, 3 E, 3 D] e foi o único que somava mais vitórias do que derrotas.
Treinadores empregados: Roger Machado correria risco?
Atlético-MGNo Brasileirão o aproveitamento de Roger é pequeno: 31% (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)
Dentre os técnicos que segue empregados nos principais times da Série A, aquele que vive o pior momento é Roger Machado. O comandante do Atlético-MG tem apenas 31% de aproveitamento em vitórias [foram 4 no total, junto com 5 empates e 4 derrotas] já contando aí a 13ª rodada – na última quarta (12) o Galo perdeu em casa para o Santos.
Embora o desempenho do Atlético no Brasileirão esteja longe do que se esperava, as campanhas na Copa do Brasil e Libertadores da América são o que sustentam, ao menos em resultados, o comandante.
