Brasil não será sede da Copa do Mundo feminina: os candidatos e como funciona a escolha para 2023?

Faltando pouco mais de duas semanas para a escolha da sede da Copa do Mundo feminina de 2023, a CBF anunciou a retirada da candidatura do Brasil, o motivo foi a falta de garantias do governo federal. E três dias antes, foi a vez do Japão desistir da candidatura.

A Fifa, depois de adiar a data por causa da pandemia de coronavírus Covid-19, marcou para o 25 de junho o anúncio da sede da edição de 2023 do torneio de seleções femininas.

Sem a candidatura do Brasil e do Japaão, apenas Colômbia e o conjunto de Austrália e Nova Zelândia seguem na disputa para receber a competição.


QUAIS SÃO OS CANDIDATOS


  • Colômbia
  • Austrália + Nova Zelândia (em candidatura conjunta)

PROPOSTAS DOS CANDIDATOS


COLÔMBIA

Ingrid Vidal Colombia Women Kadeisha Buchanan Canada Women Pan Am Games 20150722Foto: OMAR TORRES/AFP/Getty Images

Além de destacar ter sido sede de alguns torneios internacionais (Copa do Mundo de Futsal, Copa do Mundo Sub-20, Copa do Mundo de Atletismo Infantil e os Jogos Centro-Americanos e do Caribe), a Colômbia aponta o crescimento significativo do futebol feminino no país. 

Cidades sede:  Bogotá, Cáli, Barranquilla, Medellín, Cartagena das Índias, Bucaramanga, Armênia, Pereira, Manizales e Cúcuta.

AUSTRÁLIA E NOVA ZELÂNDIA

Vietnam Women vs Australia Women | 2020 AFC Women's Olympic Qualifying TournamentFoto: VFF

Em uma candidatura conjunta, os dois países buscam o grande legado que futebol feminino levaria para lá, além de exaltar o crescimento da popularidade da modalidade em suas culturas. Os candidatos também destacam os grandes torneio que receberam recentemente, como Jogos Olímpicos e Copa do Mundo sub-20.

Cidades sede: Austrália -  Sydney, Melbourne, Brisbane, Perth, Adelaide, Newcastle e Launceston.

Nova Zelândia - Auckland, Wellington, Christchurch, Hamilton e Dunedin.


COMO FUNCIONA A ESCOLHA DA SEDE


Inicialmente, nove países declararam a intenção de se candidatar para ser sede do torneio, o que foi um número recorde na modalidade. No entanto, alguns desistiram, com a Fifa confirmando os quatro candidatos acima.

Todos os países que se candidataram passaram por uma vistoria da Fifa que leva em conta alguns tópicos que recebem percentuais de importância: a infraestrutura vale 70% (sendo 35% para a qualidade dos estádios, 15% para instalações de equipes e árbitros, 10% para acomodações, 5% para locais de transmissão e 5% para demais locais) e a previsão de desempenho comercial vale 30%.

Depois das vistorias feitas, os resultados de cada um dos candidatos é somado a outros critérios variados, para então ser feita a votação aberta pelos membros do Conselho da Fifa, que decidem a sede oficialmente.

No dia 10 de junho, a Fifa dilvulgou um relatória com avaliações dos candidatos, que mostra maior probabilidade para que Austrália e Nova Zelândia sediem o torneio. A pontuação dos países da Oceânia era de 4.1, quanto da Colôbia era 2.8, em uma escala de 0 a 5.


RETIRADA DA CANDIDATURA BRASILEIRA


Brazil Jamaica Women's World CupGettyFoto: Getty

Na segunda-feira (7), por meio de nota oficial, a CBF anunciou a retirada da candidatura do Brasil para ser país sede da Copa do Mundo feminina 2023. Segundo a eternidade, uma série de fatores os levou à decisão, principalmente a falta de garantias do governo federal, que é exigida pela Fifa.

A candidatura brasileira colocava oito possíveis cidades e exaltava o legado recente de grandes competições realizadas no país, como Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. Além disso, destacava a importância que o futebol feminino tem conquistado nos últimos anos. 

Confira a nota da CBF na íntegra:

"Após minuciosa avaliação, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu retirar a candidatura do Brasil à sede da Copa do Mundo Feminina FIFA 2023. Uma combinação de fatores levou a esta decisão, tomada com grande responsabilidade.

Análise da FIFA sobre a documentação da candidatura brasileira considerou que não foram apresentadas as garantias do Governo Federal e documentos de terceiras partes, públicas e privadas, envolvidas na realização do evento.

A CBF compreende a necessidade da FIFA de obter tais garantias e sabe que elas fazem parte do protocolo padrão da entidade internacional, sendo elemento fundamental para conferir a segurança necessária para efetiva realização de eventos deste porte.

O Governo Federal, por sua vez, elaborou para a FIFA uma carta de apoio institucional na qual garantiu que o país está absolutamente apto a receber o evento do ponto de vista estrutural, como já o fez em situações anteriores. No entanto, ressaltou que, por conta do cenário de austeridade econômica e fiscal, fomentado pelos impactos da pandemia da Covid-19, não seria recomendável, neste momento, a assinatura das garantias solicitadas pela FIFA.

Diante do momento excepcional vivido pelo país e pelo mundo, a CBF compreende a posição de cautela do Governo brasileiro, e de outros parceiros públicos e privados, que os impediu de formalizar os compromissos no prazo ou na forma exigidos.

Soma-se a isso a nossa percepção, construída durante o processo, de que o acúmulo de eventos esportivos de grande porte realizados em curto intervalo de tempo no Brasil - Copa das Confederações 2013, Copa do Mundo FIFA 2014, Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, CONMEBOL Copa América 2019 e Copa do Mundo FIFA Sub-17 2019 - poderia não favorecer a candidatura na votação do próximo dia 25 de junho, apesar de serem provas incontestáveis de capacidade de entrega.

Sendo assim, a CBF decidiu retirar a candidatura brasileira e apoiar a Colômbia na disputa para a sede da Copa do Mundo Feminina FIFA 2023. Desta forma, a CONMEBOL se apresenta com uma candidatura única, aumentando as chances sul-americanas na votação, além de reforçar a unidade que marca a atual gestão da entidade.

A CBF agradece a todas e todos que participaram da candidatura brasileira e reafirma seu compromisso com o desenvolvimento do futebol feminino no país. Um compromisso que vem sendo demonstrado tanto no fortalecimento das competições entre clubes, quanto das Seleções Nacionais. Seguimos com o objetivo de realizar uma edição da Copa do Mundo Feminina FIFA em gramados brasileiros e a trabalhar para que isso aconteça assim que possível."


RETIRADA DA CANDIDATURA DO JAPÃO


Japan Scotland Womens World Cup 06142019GettyImagesFoto: Getty

Na nota oficial divulgada, Associação de Futebol do Japão (JFA) afirmou que a decisão de desistir da proposta foi tomada após consideração cuidadosa e completa no Comitê de Proposta do Japão, bem como no Comitê Executivo da JFA.

Alguns fatores entram como motivos para a desistência, sendo um deles, apontado pelo presidente da JFA, Kozo Tajima, o fato de que eles estão focados nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, adiado para 2021 por conta da pandemia de coronavírus Covid-19. "Eu senti resistência para organizar dois eventos tão importantes no mesmo país em um curto espaço de tempo, algo que foi reforçado pelo impacto da pandemia do coronavírus", justificou o dirigente.

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