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Victor Luis Botafogo Cruzeiro Brasileirão 2017 04 12 2017Buda Mendes/Getty Images

Botafogo sonhou em 2017, mas o despertador tocou para o clube acordar na sua triste rotina

Header Tauan Ambrosio

O ponto positivo do Botafogo em 2017 era a fantasia. Mas a ordem dos fatores, no futebol, altera o produto.

Carente de grandes títulos há mais de duas décadas, o torcedor alvinegro sonhou com o troféu da Libertadores graças a uma campanha espetacular de um elenco limitado.

Foi jogando 110% que o Botafogo virou o exterminador de campeões até cair para o Grêmio – jogando muito mal na ida das quartas de final, mas prejudicado por um pênalti não assinalado; e fazendo em Porto Alegre uma de suas melhores exibições, até Lucas Barrios tocar o despertador para a vida real.

Um time que, por estar sempre no limite, fazia mais do que o esperado. E ainda havia sofrido o duro golpe de uma eliminação para o Flamengo nas semifinais da Copa do Brasil: um embate sem força ofensiva alvinegra, que apostou tudo na solidez defensiva que vivia no momento e na eficácia de Gatito Fernández ao enfrentar os tiros da marca da cal. A estratégia acabou quando Berrío deixou Victor Luís na saudade, antes de servir Diego.

Rodrigo Pimpao Botafogo Nacional Montevideo Libertadores 10082017Com muita vontade... e só isso, o Botafogo fez o seu torcedor sonhar (Foto: Buda Mendes/ Getty Images)

Focar para voltar à Libertadores era o que restava. E o atestado do bom trabalho feito pelo departamento de futebol estava no fato de, mesmo com o quarto elenco menos valioso do Brasileirão [mais apenas do que Atlético-GO, Avaí e Ponte Preta, segundo o site especializado Transfermarkt] o Botafogo tenha passado 13 rodadas no G-6.

Ainda que a camisa alvinegra merecesse mais, a instituição - atolada em dívidas e que hoje é mais uma vitrine para mercado doméstico quando seus jogadores mostram valor – via na tabela de classificação um atestado de bom trabalho. Até mesmo porque no meio do caminho surgiram imprevistos previsíveis, como lesões e assédio de outros clubes.

GFX Botafogo Brasileirão 2017

Mas ainda que um elenco limitado, que teve os seus melhores momentos muito mais por causa da energia do que pela habilidade, tenha cumprido o objetivo primário de não cair, é impossível não tirar o carimbo de fracasso da campanha botafoguense no Brasileirão. Na reta final, foram cinco partidas sem vitórias nas últimas rodadas. De acordo com o site FutDados, o desempenho da equipe de Jair Ventura nos últimos seis compromissos foi superior apenas ao da rebaixada Ponte Preta: 27.78% de aproveitamento.

Gatito Thiago Neves Botafogo Cruzeiro Brasileirão 2017 04 12 2017Empate com o Cruzeiro não foi suficiente para o Bota (Foto: Buda mendes/Getty Images)

E se o Botafogo demonstrou não merecer uma vaga na Libertadores mesmo com a possibilidade de termos nove equipes no certame continental, a Chapecoense mostrou o seu poder e compromisso mesmo um ano após ter sofrido a maior tragédia esportiva da história: teve o melhor aproveitamento nos últimos seis jogos [77.78% de sucesso, com 14 de 18 pontos conquistados] e fez algo que o Botafogo nunca conseguiu: pelo segundo ano seguido, estará na Libertadores.

Chapecoense Brasileirão 2017 04 12 2017FlickrReconstruída, Chape foi o melhor time do 2º turno (Foto: Sirli Freitas/Chapecoense/Divulgação)

Ao acreditar que a fantasia era a sua realidade, o Botafogo levou um duro golpe e vai começar a próxima temporada já cercado de dúvidas. O torcedor, que acreditou e sonhou, sente, no mínimo, a frustração por não ver o time cumprir com a expectativa gerada. O contraponto é a própria Chape: pés no chão, sempre de acordo com o que podia fazer... e no final transformou uma dura realidade em fantasia: campeã do segundo turno e com presença certa na Libertadores.

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