“Devemos reconhecer que o Palmeiras foi o primeiro campeão mundial de clubes e ponto final”. Tal declaração foi feita por Joseph Blatter durante entrevista ao Uol Esporte, realizada em Zurique, na Suíça.
O ex-presidente da Fifa deixou o cargo em 2015 após se tornar o epicentro dos escândalos de corrupção que tomaram conta do futebol mundial naquele ano, acarretando na prisão de muitos cartolas.
Blatter foi o responsável por afirmar, antes da Copa do Mundo de 2014, que a equipe do Palmeiras foi o primeiro campeão mundial da história em 1951.
Depois da saída do suíço do cargo, a Fifa promoveu uma reviravolta e passou a considerar campeões as equipes que participaram de torneios oficiais disputados a partir de 1960.
Palmeiras/Divulgação
(Elenco campeão de 1951 - Foto: Palmeiras/Divulgação)
Além de comentar sobre o Mundial, Blatter também fez uma breve reflexão sobre a Copa do Mundo, mencionando principalmente as seleções sul-americanas.
“É um pouco diferente. A última vez que um sul-americano ganhou uma Copa foi em 2002, com o Brasil. Depois tivemos Itália, Espanha, Alemanha e França. São quatro seleções diferentes da Europa. Não foi uma só. Hoje, na América do Sul, temos duas federações com um futebol excepcional, que são Brasil e Argentina. O Uruguai também teve essa posição no passado. Mas onde estão os demais? Peru, Colômbia? Deviam estar presentes, mas não estão", e seguiu.
"A realidade é que, entre as seleções, existem apenas duas. E, claro, tem a matemática. O número de europeus na Copa é maior. Além disso, eu diria que, para os europeus, ter seus jogadores atuando em casa ajuda muito. Não acho que há um declínio do futebol sul-americano. Mas com a exceção do Brasil e Argentina, o restante está dormindo. Eles estão dormindo”, disse.
Por fim, o ex-presidente da Fifa atribuiu o jejum de títulos do Brasil na Copa do Mundo a má gestão na direção da CBF, investigada em casos de corrupção: "A última vez que o Brasil ganhou uma Copa foi sob sua presidência em 2002. Mas, em todos os negócios e no futebol, não se pode ser um ditador. Isso não é bom. Na política, em alguns países, você precisa de um ditador. Mas, aqui, no futebol, o exemplo da Alemanha é ainda mais relevante que os casos do Brasil e Argentina".