O Atlético-MG conversa, por meio da BTG Pactual, com ao menos dez investidores visando a sua transformação em SAF (Sociedade Anônima do Futebol), como soube a GOAL.
A reportagem apurou que as conversas ainda não estão avançadas. Os interessados, todos do exterior, colhem informações sobre finanças, estrutura e elenco do clube antes de apresentarem uma proposta pela aquisição de um percentual da SAF.
O processo adotado nas conversas é natural, de acordo com fontes ligadas aos bastidores da Cidade do Galo. Só haverá um avanço nas tratativas a partir de dezembro, quando o clube deve concluir a transformação em empresa.
Próxima partida
Os interessados em adquirir a SAF do Atlético-MG são mantidos em sigilo, porque todas as conversas têm um pré-contrato com cláusulas de confidencialidade — o clube não confirma interesse do xeique que comanda o Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaïfi, conforme revelado pelo jornalista Jorge Nicola. No entanto, há desejo interno de que o novo investidor tenha 'know-how' (conhecimento de normas, métodos e procedimentos em atividades profissionais) no futebol.
O Galo chegou a procurar o Grupo City no início de 2022, mas a empresa já mantinha conversas com o Bahia desde aquela época — a negociação foi toda conduzida pelo agente Paulo Pitombeira, que receberá 6% do valor total da negociação.
Pool de investidores
O Atlético-MG avalia ainda a possibilidade de ter um pool de investidores em sua gestão a partir de 2023. A diretoria, a princípio, gostaria de ter apenas uma empresa gerenciando o clube, como acontece nos casos de Botafogo (John Textor), Bahia (Grupo City) e Cruzeiro (Ronaldo Fenômeno). No entanto, modificou o comportamento e está disposto a buscar mais de um parceiro.
A diretoria — o que inclui os mecenas — cogita uma gestão conjunta no Galo. Desta forma, poderia haver mais de um investidor buscando melhorias nos bastidores do clube.
Valores
O Atlético-MG ainda não fez uma avaliação do clube no mercado, o que é chamado de valuation. A diretoria, no entanto, já definiu que gostaria de receber cerca de R$ 1 bilhão por 51% das ações da SAF.
Ainda não foi definido o percentual que será negociado, mas existe a possibilidade de venda de uma fatia maior.
Os mecenas do clube — Rafael Menin, Renato Salvador, Ricardo Guimarães e Rubens Menin — também podem atuar como sócios, mas descartam a participação como majoritários.
Outro ponto que interfere diretamente no valor do clube ainda não foi discutido. O Atlético-MG tem patrimônios relevantes, como a Arena MRV, a Cidade do Galo, a sede social e clubes de lazer. A diretoria não definiu se eles entrarão em pauta com a transformação em SAF.