O empresário André Cury entrou com pedido de penhora das cotas sociais da Arena MRV por causa do crédito que possui com o Atlético-MG, como soube a GOAL. Ele é credor do clube em mais de R$ 64 milhões. A reportagem teve acesso à petição, datada de 21 de março passado e assinada pelas advogadas Adriana Cury e Fernanda Saade. O documento foi entregue à 19ª Vara Cível da Comarca de São Paulo (SP) e pede também a penhora das cotas do fundo de investimentos que é proprietário do estádio atleticano.
As representantes do agente pedem o bloqueio para completar uma das hipotecas feitas na venda do shopping Diamond Mall para a Multiplan. A empresa depositou em juízo a importância de R$ 14.259.767,58. O valor que deveria ser depositado em uma das ações era de 14.580.024,32. As advogadas alegam que há saldo remanescente de R$ 320.256,74 em março de 2023, que será reajustado mensalmente até a conclusão da ação.
Com o intuito de garantir o recebimento integral do valor, André Cury pede a penhora das cotas sociais da empresa Vencer Complexo Esportivo Multiuso SPE LTDA — responsável pela gestão da Arena MRV, estádio que o clube constrói e prevê inauguração no segundo semestre de 2023 — e do Fundo de Investimento Imobiliário - AVM FII.
De acordo com a petição, o valor depositado pela Multiplan foi insuficiente para quitar o saldo devido. O documento alega ainda que o Atlético-MG adota uma estratégia para esvaziar o patrimônio e lesar credores. O clube recebeu o valor da venda de 50,1% do shopping Diamond Mall por meio da empresa Vencer Complexo Esportivo Multiuso SPE LTDA, que foi integralizada ao Fundo de Investimento Imobiliário - AVM FII. O valor integral foi utilizado na construção do estádio, conforme divulgado à época. A gestora da Arena MRV tem um dos mecenas — Renato Salvador — como administrador. Rafael Menin e Rubens Menin participam da administração por meio do Banco Inter. A reclamação do credor é justamente que o Atlético-MG colocou o valor da venda de 50,1% das ações do shopping nos cofres da empresa que gere a Arena MRV.
A petição pede ainda que a Multiplan seja intimada a reservar e depositar em juízo os valores correspondentes à atualização mensal (juros e correção monetária), o que deverá ser realizado mensalmente até a data que for deferido o levantamento, em decorrência da hipoteca judicial existente que concede a preferência no recebimento dos valores.
Cury pleiteia ainda que seja indeferida a baixa da hipoteca judicial até satisfação integral do valor devido de acordo com a sentença executada que se dará com o recebimento do valor pelo empresário.
O intermediário tem 28 ações por causa de pendências financeiras envolvendo 19 atletas que passaram pelo clube. Há dívidas por causa de Lucas Pratto, Luan, Rosinei, Frickson Erazo, Eduardo Vargas, Guilherme Arana e outros. O clube reconhece todos os débitos, mesmo os 26 que apresentou contestações.
Veja a antiga disposição da dívida cobrada por André Cury ao Atlético-MG (valores obtidos em setembro de 2022):
Atleta | Dívida |
Guilherme Arana | R$ 2,838 milhões |
Rafael Dudamel | R$ 1,113 milhão |
Dylan Borrero | R$ 2,450 milhões |
Leadrinho* | R$ 948 mil |
Léo Sena* | R$ 1,564 milhão |
Luan* | R$ 1,960 milhão |
Zé Welison* | R$ 4,764 milhões |
Maicosuel* | R$ 3,075 milhões |
Erazo* | R$ 11,660 milhões |
Terans* | R$ 3,827 milhões |
Rómulo Otero** | R$ 4,755 milhões |
Eduardo Vargas | R$ 5,653 milhões |
Denilson | R$ 2,972 milhões |
Vina | R$ 1,377 milhão |
Rosinei | R$ 322 mil |
Marcos Rocha | R$ 1,260 milhão |
Mansur | R$ 5,752 milhões |
Franco Di Santo | R$ 1,728 milhão |
Lucas Pratto | R$ 6,708 milhões |
TOTAL | R$ 64,287 milhões |
*Duas ações
**Três ações
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