Neymar jogando como centroavante? Foi momentaneamente centralizado no ataque, se infiltrando no meio da zaga do Real Alavés, na final da Copa do Rei de 2016/17, que o craque brasileiro recebeu o passe de Lionel Messi - após uma das muitas jogadas geniais do argentino. A ajeitada com a perna esquerda parecia lhe tirar o ângulo do arremate, mas o chute de pé direito, cruzado, foi certeiro e acabou selando o título catalão por 3 a 1. Foi a última taça conquistada por Neymar vestindo a camisa do Barça, em seu último jogo oficial pelo clube.
Foi, também, a sua melhor decisão futebolística até escolher retornar para o Santos, agora em 2025. Oito anos separam estes momentos. Quase uma década. Acreditar que Neymar não tomou boas decisões entre aquele final de maio e este fim de janeiro seria uma ilusão inocente e emocionada. Inclusive, naquela mesma final contra o Alavés o então camisa 11 chegou a criar uma outra boa oportunidade para sua equipe depois do terceiro gol.
O reducionismo exagerado, como quase todas as narrativas que envolvem grandes personagens do futebol, está balizado em um daqueles momentos gigantes que mudam completamente uma história. No caso de Neymar, quando escolheu deixar o Barcelona, em 2017, em busca do protagonismo supremo no Paris Saint-Germain. De lá para cá, não é que tudo tenha dado errado para o maior craque brasileiro de sua geração... mas nada mais deu certo como dava antes. Os grandes objetivos não foram mais concretizados. E Neymar acabou não sendo, por inúmeros fatores, tudo aquilo que imaginávamos que ele seria.