Técnico que trabalhou com José Boto detalha perfil do novo diretor do Flamengo: “prioriza a parte técnica do jogador”

Nuno Campos destacou algumas características de José Boto. Os dois trabalham juntos no Shakhtar Donetsk. Na ocasião, Nuno era auxiliar do então treinador Paulo Fonseca e Boto o diretor esportivo. 

“Sem dúvida, podemos afirmar que ele prioriza a parte técnica do jogador. Há uma característica nele, para ele o importante é o jogador ser bom tecnicamente, tomar boas decisões, ser decisivo do ponto de vista técnico. Do ponto de vista físico, o que ele dizia e é verdade, é que existem muitos que são fisicamente fortes, o que existe menos são os que decidem bem tecnicamente. É por aí o ponto de vista dele”. 

“É uma pessoa que tem um currículo muito grande, dentro do scout e direção esportiva. Esteve muitos anos no Benfica, conhece muito bem o mercado brasileiro. Trabalhei com ele no Shakhtar, onde tínhamos muitos jogadores brasileiros. O Alan Patrick, que está dando as cartas neste campeonato fantástico. No Shakhtar, ia buscar jogadores mais jovens, nos ajudou muito a conhecer os jovens no mercado brasileiro. Ele nos trouxe muitos nomes de jovens. O Tetê, por exemplo, foi contratado com 19 anos, uma promessa”, disse Nuno Campos. 

Nuno acredita que o maior desafio de José Boto no Flamengo será a adaptação num primeiro momento. Para ele, este é o principal desafio quando há esse tipo de mudança na carreira de um profissional. 

“Numa fase inicial, quando chegamos num clube, a fase mais difícil, não por conta das pessoas, é há adaptação. Tem que haver uma adaptação dele com as pessoas, das pessoas com ele, da forma de pensar, essa adaptação tem que ser feita com alguma calma e com algum tempo. É normal, essa fase inicial será mais difícil um pouquinho, mas não será nada que ele já não esteja habituado. Mudou de clube recentemente, de país, já passou por esse processo outras vezes”. 

“O Zé pensa muito o futebol ofensivo e por isso ele pensa no jogador técnico, ele pensa muito no ter a bola, em ter a bola e como atacar. Claro, tem que defender bem, mas ele prioriza o futebol ofensivo, o jogador técnico, que faz a diferença”.