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Man City Champions League blame GFXGetty/GOAL

De quem é a culpa? Os seis motivos para a campanha patética do Manchester City de Pep Guardiola na Champions League

Não era para ser assim. O Manchester City está acostumado a viver o meio de temporada como protagonista na Champions League, traçando o caminho até a final. Nas últimas quatro temporadas, os Cityzens chegaram à decisão duas vezes, conquistando enfim o cobiçado troféu em 2023, em Istambul. Após a dolorosa eliminação nas quartas de final contra o Real Madrid, nos pênaltis, na última temporada em Wembley, o foco da equipe estava na final deste ano, em Munique.

No entanto, o cenário agora é alarmante. O City corre o risco de assistir às emocionantes noites europeias não de um Etihad Stadium lotado ou das melhores arenas do continente, mas de sua sala de estar, pela televisão. Com apenas duas vitórias nas sete primeiras partidas da nova fase de liga da competição, e acumulando três derrotas – o mesmo número de reveses que sofreram nas últimas três edições combinadas –, o time de Pep Guardiola está na 25ª posição, fora da zona de classificação e vendo a competição de fora.

A derrota para o Paris Saint-Germain, na quarta-feira (22), foi mais um capítulo em uma campanha que desafia a lógica e deixou o City precisando de uma vitória contra o Club Brugge, no último jogo, para avançar aos play-offs.

Caso não superem os belgas – que já venceram Aston Villa, Sporting e empataram com a Juventus nesta edição –, Guardiola afirma que aceitará o desfecho. "Temos uma última chance contra o Brugge e, se não passarmos, é porque não merecemos", disse ele após o jogo em Paris.

Mas quem é o culpado? A GOAL analisa como os grandes da era atual da Liga dos Campeões chegaram a esse ponto em uma campanha tão conturbada.

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  • Kevin De Bruyne Man CityGetty

    Sorteio complicado

    A reestruturação da Champions League tem sido um verdadeiro choque para o sistema do Manchester City, especialmente considerando a forma dominante que a equipe tinha na fase de grupos anterior. Na temporada passada, venceram os seis jogos da fase de grupos e terminaram no topo de seu grupo por sete edições consecutivas, frequentemente garantindo a vaga para a fase de mata-mata com uma partida de antecedência – se não duas.

    De fato, a passagem do City pela fase de grupos era tão rotineira que até mesmo seus torcedores pareciam despreocupados em ir aos jogos. Em uma partida de 2021 contra o RB Leipzig, 16 mil assentos ficaram vazios no Etihad Stadium, o que levou Guardiola a repreender aqueles que não compareceram.

    Este ano, no entanto, o sorteio foi bem mais desafiador para o time de Guardiola. Eles foram colocados em um grupo com três gigantes europeus: PSG, Juventus e Inter de Milão, enfrentando os dois primeiros fora de casa. Em contraste, o Liverpool teve a chance de jogar dois de seus jogos mais difíceis, contra Bayer Leverkusen e Real Madrid, em Anfield.

    Além disso, o timing também não ajudou o City. Eles visitaram o Sporting quando a equipe estava em sua melhor fase sob o comando de Rúben Amorim, e sofreram uma dura derrota por 4 a 1 no segundo tempo. Por outro lado, o Arsenal foi a Lisboa algumas semanas depois, quando o desastroso João Pereira estava no comando, e venceu por 5 a 1.

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  • Ederson Man CityGetty

    Erros de Ederson

    Não há como negar que Ederson teve uma campanha terrível na Champions League. O único jogo em que se destacou foi no empate sem gols contra a Inter, enquanto esteve fora dos dois únicos jogos que o City venceu, contra o Slovan Bratislava e o Sparta Praga. Ele retornou à equipe contra o Sporting, onde sofreu quatro gols, incluindo um lance em que foi driblado por Viktor Gyokeres no gol do empate do Sporting e outro em que deixou o chute de Maximiliano Araujo passar entre suas pernas.

    Sua atuação contra o Feyenoord, três semanas depois, foi verdadeiramente catastrófica. Ele foi, em parte, responsável pelos três gols sofridos nos últimos 15 minutos, o que resultou em um empate de 3 a 3. Essa performance fez com que Ederson fosse deixado de fora dos três jogos seguintes na liga, embora tenha retornado na viagem para Turim para enfrentar a Juventus. No entanto, ele apenas reforçou os motivos pelos quais foi removido da escalação ao deixar a cabeçada de Dusan Vlahovic ultrapassar a linha do gol.

    Na quarta-feira (22), Ederson falhou nos segundo e terceiro gols do PSG, e agora Guardiola terá que decidir se mantém a confiança no goleiro para o jogo decisivo contra o Brugge ou se opta por Stefan Ortega, com quem teve uma discussão após o recente empate contra o Brentford.

  • Rodri Manchester City Arsenal Premier League 2024-25Getty

    Sem substituto para Rodri

    Bola de Ouro de 2024 e pilar do meio-campo do City, Rodri jogou apenas uma partida na Champions League, a estreia contra a Inter. Ele sofreu uma lesão que encerrou sua temporada no jogo seguinte contra o Arsenal, um momento cruel, especialmente considerando que, na coletiva de imprensa antes do jogo contra a Inter, ele havia alertado sobre a ameaça que o aumento no número de partidas representava para o bem-estar dos jogadores.

    O City estava invicto nas duas temporadas anteriores da Champions quando Rodri estava em campo, mas, sem o eleito melhor jogador do mundo pela France Football, a equipe de repente parecia vulnerável, incapaz de controlar os jogos como antes. Faltava a visão de passe, o poder e a energia de Rodri, e todas as tentativas de compensar sua ausência, como jogar com Mateo Kovacic e Bernardo Silva em um duplo pivô ou ter Ilkay Gundogan como âncora do meio-campo sozinho, não funcionaram.

    A ausência de um volante adequado ficou dolorosamente evidente em Paris, quando o time de Luis Enrique superou o City pelo meio, permitindo que Bradley Barcola e Ousmane Dembélé causassem danos nas pontas.

  • Manchester City v Salford City - Emirates FA Cup Third RoundGetty Images Sport

    Lesões na defesa

    Rodri não foi o único jogador cuja ausência pesou nos momentos cruciais da campanha europeia do City. O líder da zaga Ruben Dias perdeu os jogos contra o Sporting e o Feyenoord e pediu para ser substituído no intervalo em Paris devido a uma lesão. Não é coincidência que, nesses 225 minutos sem o imponente português, o City tenha sofrido 11 gols.

    John Stones e Nathan Aké também estiveram ausentes por boa parte da temporada, forçando Guardiola a ajustar a formação e escalar Josko Gvardiol como zagueiro, Rico Lewis como lateral esquerdo e Matheus Nunes como lateral direito. Nenhum dos jogadores se saiu bem em posições fora de suas funções habituais, com Gvardiol e Nunes cometendo pênaltis em Lisboa.

    Essas lacunas forçaram o treinador a lançar o jovem de 19 anos Jahmai Simpson-Pusey contra o Sporting. O defensor parecia completamente perdido em campo. Dada a fragilidade da defesa improvisada, o City torcerá para que Dias se recupere a tempo de enfrentar o Brugge.

  • Jack Grealish Man CityGetty

    Tudo ao contrário dos últimos anos

    Gary Neville afirmou no ano passado que o City "não te dá reviravoltas", e, na época, ficou claro o que ele queria dizer. Quando o time de Guardiola assumia a liderança, seja em uma partida ou na corrida pelo título, raramente olhava para trás. No entanto, este City agora é sinônimo de colapsos, especialmente na Champions League.

    Eles cederam oito pontos quando estavam à frente no placar, sofrendo gols a uma taxa preocupante. Tomaram a liderança contra o Sporting, mas viram o jogo virar com três gols sofridos em apenas 12 minutos; desperdiçaram a vantagem de 3 a 0 em casa contra o Feyenoord nas fases finais; e, em Paris, nesta semana, levaram apenas 25 minutos para perder a vantagem por 2 a 0 para 3 a 2.

    "Isso aconteceu muitas vezes nesta temporada, quando marcamos um gol, até dois ou três à frente, como contra o Feyenoord, e não conseguimos controlar o jogo e mantê-lo", disse Jack Grealish na quarta-feira (22). "É estranho, porque em todas as outras temporadas fomos tão bons nesses momentos, controlando o jogo."

    "Não sei se é uma questão de confiança, porque sabemos que, na maior parte desta temporada, especialmente antes do Natal, não estávamos realmente nos níveis que sabemos que podemos atingir. Temos tantos jogadores em campo quando estamos 2 a 0 à frente que são tão bons com a bola em mantê-la. Mas não temos feito isso recentemente, e isso depende de nós mesmos."

  • Erling Haaland Champions LeagueGetty

    Linha de frente também é problema

    A defesa instável, o meio-campo lento e o goleiro Ederson não são os únicos culpados pela situação precária do Manchester City. O ataque da equipe também desperdiçou inúmeras chances de garantir vitórias em jogos cruciais. Como frequentemente acontece na Champions League, a falta de eficácia na frente do gol custou caro.

    Não se pode esquecer que o City parecia totalmente dominante na primeira meia hora do jogo contra o Sporting, encerrando o jogo com 72% de posse de bola e 20 finalizações. Porém, o Sporting igualou as seis tentativas a gol do City e foi muito mais eficiente. O time de Guardiola já deveria ter definido a vitória antes do empate de Viktor Gyokeres naquela noite, enquanto Erling Haaland desperdiçou a chance de reduzir a diferença de dois gols ao acertar a trave em uma cobrança de pênalti.

    Histórias semelhantes se repetiram contra o Feyenoord, quando o City finalizou 18 vezes, com nove chutes no alvo, e contra a Juventus, quando tiveram mais oportunidades que os italianos, mas não conseguiram balançar as redes.

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