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How Ancelotti should build Brazil's attack_2_1(C)GOAL

Neymar à parte, quais são as questões mais urgentes da seleção brasileira que Carlo Ancelotti precisa resolver para a Copa do Mundo de 2026

A seleção brasileira se despede de 2025 com muitas coisas a serem resolvidas até a Copa do Mundo do ano que vem – nos Estados Unidos, México e Canadá. Os amistosos contra Senegal e Tunísia, agora em novembro, servirão para o técnico Carlo Ancelotti fazer mais uma rodada de observações e experimentações.

O tempo corre contra a equipe brasileira, após um ciclo marcado por caos administrativo da CBF e falta de planejamento até a chegada, de última hora, de Ancelotti para ocupar o cargo. Com poucos meses e jogos de preparação até o pontapé inicial na América do Norte, o treinador do Brasil tem que usar este fechamento de ano para definir o seu primeiro grande corte para começar a desenhar efetivamente a seleção que veremos no Mundial.

Dentre todos os setores, a dupla de meio-campistas talvez seja a que mais pareça definida. Casemiro é o homem de confiança de Ancelotti desde os tempos de Real Madrid, e tem desempenhado bem (ao menos muito melhor do que no Manchester United) em seu retorno ao selecionado; Bruno Guimarães tem sido outro destaque desde a chegada do italiano ao comando da seleção. Jogadores como Vinícius Júnior, Lucas Paquetá e Estevão também parecem estar muito bem encaminhados... mas é preciso ligar o alerta, porque, enquanto outras seleções estão em estágio quase final de construção, o Brasil de 2026 ainda é um enorme esboço.

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  • Japan v Brazil - International FriendlyGetty Images Sport

    Os goleiros de Ancelotti

    A tendência natural é de que Alisson, do Liverpool, seja titular pela terceira Copa do Mundo seguida. Ele foi o titular de Ancelotti nos quatro primeiros jogos do técnico italiano, e só não voltou a aparecer nas listas por causa de uma lesão muscular sofrida por seu clube, contra o Galatasaray, em jogo pela Champions League.

    Bento, que jogou na goleada de 5 a 0 sobre a Coreia do Sul, e Hugo Souza, titular na derrota para o Japão, foram os outros arqueiros a terem atuado – e o jogador do Corinthians chama, em especial, atenção de Ancelotti por sua qualidade para defender pênaltis. John, ex-Botafogo e atualmente no Nottingham Forest, corre por fora para fechar as três vagas, sendo que Ederson (ex-Manchester City e hoje no Fenerbahce) também foi recentemente convocado.

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  • Brazil v Uruguay - FIFA World Cup 2026 QualifierGetty Images Sport

    O problema das laterais

    Lateral de elite é coisa rara no futebol mundial. Não é todo mundo que tem um, muito menos dois. E talvez seja o ponto mais em aberto na seleção brasileira, tanto na direita quanto na esquerda. Carlo Ancelotti usou oito laterais-direitos diferentes nos seis jogos em que esteve no comando do Brasil, e seis na esquerda.

    Vanderson, Wesley, Vitinho, Paulo Henrique e Danilo foram usados pela direita. Alex Sandro, Douglas Santos, Caio Henrique e Carlos Augusto foram os nomes testados pela esquerda. A falta de opções parece tanta, que até mesmo o experiente Danilo, que sequer tem sido titular absoluto no Flamengo, segue sendo lembrado. 

  • FBL-WC-2026-SAMERICA-QUALIFIERS-BRA-TRAININGAFP

    Boas opções na zaga, mas qual será a dupla?

    No miolo de zaga, a grande descoberta de Ancelotti foi Alexandro Ribeiro. O jogador do Lille, da França, era até então um desconhecido do público geral, mas causou uma boa impressão logo de cara. Lesionado, não foi chamado nas convocações mais recentes. Em seis jogos, Ancelotti escalou cinco duplas de zaga diferentes. Foram elas: Alexandro Ribeiro e Marquinhos (duas vezes); Marquinhos e Gabriel Magalhães; Alexandro Ribeiro e Fabrício Bruno; Gabriel Magalhães e Éder Militão; Lucas Beraldo e Fabrício Bruno.

    O destaque negativo até aqui ficou pela exibição de Fabrício Bruno contra o Japão, com erros individuais que custaram a vitória. Gabriel Magalhães é outro para se ficar de olho, uma vez que tem sido um dos melhores jogadores de um Arsenal forte na disputa pelo título inglês da temporada. No entanto, está claro que ainda não há uma dupla definida de zagueiros titulares para a seleção.

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  • FBL-WC-2026-SAMERICA-QUALIFIERS-BRA-CHIAFP

    Casemiro e Bruno Guimarães no meio

    As coisas na seleção brasileira tomaram um curso tão inesperado, que o meio-campo, tido antes como ponto mais vulnerável, parece ser o primeiro setor mais ajustado por Ancelotti. Casemiro tem feito boas atuações, assim como Bruno Guimarães. Se o time estiver atuando com dois volantes, a tendência é que sejam eles. Se a escalação pedir um meio-campista extra, Lucas Paquetá consegue preencher espaços defensivos e atacar como meia. Outros nomes chamados foram Andrey Santos, Andreas Pereira, Jean Lucas, André e Joelinton. As oportunidades dadas a Gerson parecem ter acabado após sua transferência para o futebol russo.

  • FBL-KOR-BRAAFP

    Atacar como?

    Já no ataque, os nomes certos parecem ser Estevão e Vinícius Júnior. Mas a montagem do sistema ofensivo ainda está muito em aberto, um esboço do qual ainda não se vê um desenho claro. Ancelotti claramente é fã de Richarlison, mesmo com o atacante do Tottenham vivendo altos e baixos. O papel de centroavante também já foi testado em João Pedro, Matheus Cunha, Igor Jesus e Kaio Jorge. Pedro, do Flamengo, embora ainda não tenha jogado sob o comando de Ancelotti, é um nome a se observar.

    Vini Júnior e Raphinha foram utilizados em mais de uma posição. Luiz Henrique encantou nas primeiras oportunidades, mas hoje parece ser uma escolha daquelas feitas para incendiar um jogo no segundo tempo. Matheus Cunha, Gabriel Martinelli, Rodrygo, Samuel Lino... vários nomes já foram testados. O Brasil chega na reta final de sua preparação para a Copa do Mundo sem saber exatamente qual é seu ataque, situação bastante incomum. E nada disso é culpa de Ancelotti, que não tem nem dez jogos completados no comando.

  • South Korea v Brazil - International FriendlyGetty Images Sport

    Muito longe de fazer ajustes

    Lógico que, muitas vezes, um time campeão do mundo acaba sendo formado durante a competição. No Penta, em 2002, Kléberson ganhou sua vaga durante o torneio; no Tetra, Raí – o camisa 10! – perdeu a titularidade para Mazinho.

    Em 1958, Pelé e Garrincha ganharam espaço durante a disputa na Suécia e, quatro anos depois, Amarildo precisou ser acionado após lesão de Pelé. Ou seja, em quatro dos cinco títulos brasileiros mudanças aconteceram entre a seleção que começou e a que acabou o torneio. A exceção foi o Tri de 1970.

    Um time pode ser vencedor sofrendo alterações de última hora, mas é preciso ter uma base estabelecida. O ciclo brasileiro para a Copa do Mundo de 2026 foi tão caótico que, na última Data Fifa do último ano antes do Mundial, o Brasil é uma enorme lista de dúvidas. E elas precisam ser respondidas o mais rápido possível. 

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