Manchester City é o grande vencedor do épico Arsenal x Liverpool em que Bukayo Saka e Mohamed Salah brilharam

Devido ao tempo que passou no Arsenal como lateral-direito, é fácil esquecer que Ben White era um excelente zagueiro quando chegou ao norte de Londres vindo do Brighton, em 2021. No entanto, com William Saliba suspenso, Arteta utilizou o jogador de 27 anos no meio - como nos velhos tempos.

Sem muito tempo para se readaptar ao seu antigo papel, ele voltou a se encaixar perfeitamente e foi, sem dúvida, o melhor jogador dos anfitriões no dia.

Sua parceria já bem formada com Saka também esteve em evidência, mesmo com um novo lateral-direito, Thomas Partey, em seu lugar. Apenas nove minutos se passaram quando White lançou uma baita bola para Saka pela direita. O ponta deixou Andy Robertson para trás e marcou o primeiro da tarde.

A recente ascensão de Jurrien Timber levantou a questão sobre se White não estaria 'sobrando' nesse sistema quando todos estivessem disponíveis, mas hoje foi um lembrete da qualidade que ele traz e por que não seria uma decisão simples deixá-lo de fora. Talvez o novo técnico da Inglaterra, Thomas Tuchel, deva considerar pegar o telefone e fazer as pazes entre White e a seleção nacional; seria um erro não sequer iniciar essa conversa.

Poxa, Gabriel. Estava tudo indo tão bem. Por pouco mais de um 45 minutos, o imponente brasileiro tinha Darwin Núñez completamente sob controle. E a trajetória da partida só aparentava lhe ajudar.

Mas aí ele caiu. Literalmente. Uma colisão fora da bola com Núñez fez o joelho de Gabriel se torcer de forma estranha. Ele tentou o máximo esquecer a lesão e seguir em frente, mas acabou caindo novamente, contorcendo-se de dor.

A defesa do Arsenal já era improvisada, mas isso os levou a um território ainda não explorado. Jakub Kiwior entrou no lugar de Gabriel e, na maior parte do tempo, até foi bem. No entanto, após um longo passe de Alexander-Arnold, a confiança do polonês desapareceu completamente.

Arteta deve estar torcendo para que a lesão de Gabriel não seja nada sério. O brasileiro foi visto com uma bolsa de gelo ao voltar para o banco.

Como Arsenal deve ter ficado feliz em ter seu "starboy" de volta! Saka foi o destaque do excelente primeiro tempo da equipe e, em um dia que teve manchetes dominadas por Cole Palmer, lembrou à Premier League por que ele ainda está entre os melhores do mundo.

Não foi apenas o fato de Saka ter marcado, mas a forma como o fez e o que isso significou no contexto de sua carreira até agora. Um veterano experiente e ex-campeão mundial como Robertson, que não está tão distante de seu auge, teve problemas.

Saka manteve o escocês na dúvida e o deixou no chão antes de finalizar forte contra Kelleher, marcando seu 50º gol pelo Arsenal apenas na Premier League, tornando-se o jogador mais jovem do clube a alcançar essa marca. Para o crédito de Saka, é um tanto surpreendente que ele ainda não esteja mais próximo do clube dos 100.

Arteta também foi muito mais liberal em suas exigências para Saka, permitindo que ele ficasse bem na linha de fundo e alongasse o jogo, algo necessário nesta tarde, considerando que Martin Odegard segue no departamento médico.

Para onde você pensa que está indo, Andy?

Pela segunda semana consecutiva, Robertson sofreu com os pontas velozes da Premier League. Noni Madueke o fez de gato e sapato há uma semana, e ficou claro que o Arsenal bolou um plano para isolar Saka também.

Robertson foi tirado de campo na segunda etapa, quando Arne Slot colocou Kostas Tsimikas em campo. Mas, a esse ritmo, o lateral-esquerdo grego pode ganhar algumas chances como titular no futuro próximo. Pode ser apenas uma queda de forma pontual, mas não é incomum vermos jogadores acima dos 30 anos perderem um pouco daquela agilidade e do atletismo que os destacavam.

Um jogador na casa dos 30 anos que não mostra sinais de desaceleração é Salah, companheiro de equipe de Robertson, que normalizou os grandes feitos, especialmente às custas do Arsenal - o gol de hoje foi o seu 11º em 15 partidas na Premier League contra os Gunners.

O instinto natural dos anfitriões de encher as áreas centrais deu ao Rei Egípcio poucas oportunidades. Isso até seu gol de empate, aos 36 da etapa complementar. Mas ele ainda foi uma dor de cabeça para o Arsenal durante todo o jogo. Salah se desvencilhou de Timber sempre que o holandês tentava marcá-lo.

O Liverpool tem uma decisão a tomar com o contrato de Salah prestes a expirar no final da temporada. Seria muito fácil apontar para sua idade de 32 anos e considerá-lo um ativo em declínio físico, mas ele simplesmente não está caindo de ritmo. Paguem o que ele quiser!

O empate de domingo significa que os verdadeiros vencedores do fim de semana são os atuais campeões - o Manchester City. Pep Guardiola e companhia desbancaram o Liverpool do 1° lugar e voltaram a assumir a liderança.

A equipe de Pep tem enfrentado sua própria crise de lesões nesta temporada e suas atuações não corresponderam exatamente às expectativas que se tinha, em consideração os últimos quatro anos, portanto, eles devem estar para lá de aliviados por terem conseguido voltar ao topo da tabela de novo.

E ainda melhor para o City, nem Arsenal, nem Liverpool, na realidade, fizeram o suficiente para garantir a vitória. O Arsenal, apesar de sua maturidade e comprometimento, não conseguiu manter o Liverpool sob controle. Slot, enquanto isso, talvez esteja sendo muito cauteloso, quando lembramos do 'rock n' rol' de Jurgen Klopp, nos últimos anos.

O City é o favorito ao título até que se prove o contrário. Ainda mais com seus rivais diretos deixando pontos preciosos pelo caminho como hoje.