Lionel Messi é inevitável: retorno do astro deixa Inter Miami no caminho das taças

A saída de Messi após o jogo de 1º de junho, contra o St. Louis City, marcou o início de uma ausência de mais de três meses para o Miami. Ele deixou o clube inicialmente para defender a Argentina na Copa América, conquistando o título sobre a Colômbia, mas sofreu uma grave torção no tornozelo na grande decisão, que o deixou de fora até o último fim de semana.

Lionel perdeu o Jogo das Estrelas da MLS de 2024, a Leagues Cup e nove partidas da temporada regular durante esse período. E, surpreendentemente, o Miami quase não perdeu um ponto sequer. Pelo contrário, apesar de uma derrota, o time foi brilhante.

Os Herons venceram oito desses nove jogos, sofrendo uma dura derrota: os 6 a 1 contra Cincinnati, rival da Conferência Leste, pareceu, no entanto, mais uma anomalia e, no contexto geral, não passa de 'borrão' na campanha.

Na segunda edição da Leagues Cup, os atuais campeões tentaram reconquistar o título sem Messi, mas não conseguiram. A ausência do argentino, portanto, foi notada. Mas agora, nada disso importa.

Messi está de volta. E com tudo. Com seis jogos restantes na temporada regular, o time tem a chance de marcar seu nome de vez na história da MLS e Messi, claro, de conquistar seu 46° troféu na carreira.

Em 13 jogos nesta temporada, Messi marcou 14 gols e deu 14 assistências. Esse número é maior do que o de qualquer outro jogador em toda a liga. Ninguém demorou tão pouco para ser tão efetivo perto do gol -- quem mais tinha chegado perto disso havia sido o italiano Giovinco.

No entanto, ainda é preciso reconhecer que o argentino ainda não atingiu seu melhor nível nos Estados Unidos. O que, na verdade, só é motivo de temor para os adversários.

"Para ser honesto, estou um pouco cansado, a umidade e o calor de Miami não ajudam", disse Messi, logo após seu retorno. "Mas eu estava muito ansioso para voltar, já fazia muito tempo longe dos campos. Pouco a pouco comecei a treinar com o grupo, me senti bem, e por isso decidimos que eu começaria jogando. Estou muito feliz, muito satisfeito".

Antes da partida, Tata Martino compartilhou o quão empolgado estava por ter o argentino, oito vezes eleito como melhor jogador do mundo pela France Football, de volta: "Vamos ter novamente o melhor jogador do mundo na equipe, então todos estamos felizes com essa situação".

O técnico foi questionado por que manteve tanto Messi quanto Suárez, sem substituí-los, ao longo dos 90 minutos, e a resposta foi previsível.

"Veja quem participou do terceiro gol", argumentou. "É muito difícil tirar do jogo jogadores decisivos como eles, porque eles aparecem e decidem a qualquer momento".

Apesar de ter jogado em menos da metade das partidas do Inter Miami nesta campanha, o argentino tem 28 participações diretas em gol, empatado com Chicho Arango, destaque do Real Salt Lake. Apenas Evander, fenômeno do Portland Timbers, e Lucho Acosta, atual MVP da liga, têm números melhores - ambos com 29. Os três, entretanto, jogaram pelo menos nove partidas a mais.

A influência de Messi não pode passar despercebida. E este elenco do Miami, composto por estrelas como Messi, Suárez, Sergio Busquets e Jordi Alba, está destinado a vencer campeonatos nos EUA. A temporada regular é apenas um trampolim.

"Como dissemos no início, sabemos do elenco que temos, e [ganhar a temporada regular] é um objetivo. Somos realistas e assumimos a responsabilidade", disse Messi. "A verdade é que ao longo do ano tivemos muita má sorte com lesões. Nunca estivemos com força total, por uma razão ou outra, estávamos sempre sem jogadores, mas a equipe sempre foi em frente. Hoje, estamos em primeiro lugar com uma grande vantagem. E com justiça", opinou.

"Espero que possamos terminar no topo da tabela. Pelo que isso significa e também pelo que virá depois".

Na ponta da tabela, eles já estão. A questão é se conseguirão se manter lá. Mas, pelo menos na temporada regular, parece que o caminho já está traçado - o Miami precisa seguir fazendo o que já está fazendo.

O clube tem uma revanche contra o Columbus Crew no dia 2 de outubro, em jogo que pode servir como uma prévia para a final da Conferência Leste, nos playoffs. E é o único time realmente ameaçador em seu calendário.

Com seis partidas restantes e uma vaga nos playoffs já garantida, é hora dos Herons se firmarem e mostrarem por que devem ser considerados os melhores da MLS. O retorno de Messi apenas fortalece esta posição. E isso quem diz são seus próprios companheiros.

"Claro, dois meses é muito tempo para qualquer um, mas ele é o melhor jogador que existe", disse o atacante Robert Taylor. "Então, não acho que veremos um Messi muito diferente do que já vimos antes".

Com Messi de volta fazendo o que faz de melhor, não há razão para não acreditar no título da temporada regular da MLS, na melhor campanha geral nos playoffs e, finalmente, no título da Conferência Leste. Mas e depois?

Para este elenco, trata-se de vencer a MLS ou nada. Não é como se as estrelas da equipe ainda tivessem muitos anos de carreira pela frente, então não se pode esperar que eles mantenham a mesma intensidade ano após ano. No momento, o elenco é baseado na excelência, na liderança de veteranos, na experiência e em jovens promessas - como Diego Gómez e Benjamin Cremaschi. Com tudo isso combinado, Martino agora criou um time titular capaz de alcançar os mais altos feitos no futebol dos Estados Unidos.

Eles não podem, contudo, se dar ao luxo de cometer erros. O Miami precisa provar que a derrota de julho para o FC Cincinnati foi realmente um desvio de rota. Enfim, o peso sobre os ombros de Messi é grande.

Mas todos sabem disso. Inclusive, o próprio camisa 10. Você não se torna um vencedor de oito Bolas de Ouro ou ganha 45 troféus de carreira sem confiança. A única pergunta agora é: ele pode ganhar mais?