Insatisfação, crise e futuro: os bastidores da saída de Cássio do Corinthians após 12 anos de idolatria

Cássio se tornou reserva do Corinthians em 28 de abril passado, na vitória por 3 a 0 sobre o Fluminense, pela quarta rodada do Brasileirão. Desde então, o time disputou seis partidas, todas com Carlos Miguel entre os prediletos do técnico António Oliveira.

No jogo anterior à ida para a reserva, a derrota por 1 a 0 para o Argentinos Juniors, da Argentina, pela Copa Sul-Americana, o goleiro tinha recebido críticas de torcedores e foi o único a falar com a imprensa em solo estrangeiro. A exposição incomodou bastante o jogador, que falou pela primeira vez sobre a possibilidade de saída.

Aquele revés — o quarto jogo consecutivo sem vitória — seria o último compromisso de Cássio com a camiseta do Corinthians. A partir dali, iniciou-se o processo de adeus do ídolo, que ficou no clube por 12 anos.

O empresário Pedro Lourenço tornou-se sócio majoritário da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Cruzeiro em 29 de abril passado. O escolhido para o cargo de executivo de futebol foi Alexandre Mattos. E o profissional teve a incumbência de costurar a contratação de Cássio. Ele propôs a ida do goleiro à Toca da Raposa II e o convenceu de que o ideal seria atuar no clube, especialmente pela possibilidade de retomar a sequência como titular e por ter um contrato mais longevo.

Cássio não teve dúvidas que o projeto era interessante. Diante de uma proposta vantajosa e com a insatisfação no Corinthians, restava escutar o presidente Augusto Melo sobre o futuro no Parque São Jorge.

O Corinthians fez a primeira proposta para a renovação de Cássio tentando uma extensão do contrato até dezembro de 2025, mas o goleiro recusou a ideia. O segundo projeto foi para uma renovação até o fim de 2026. Porém houve nova recusa do jogador.

A oferta mais recente era semelhante à do Cruzeiro, com manutenção do salário e duração até o fim de 2027. Entretanto, o incômodo com a situação no clube impediu o acordo para a permanência no Parque São Jorge. Sem acordo, ele negociou a rescisão e abriu mão de valores que deveria receber para ter a saída antecipada — o compromisso se encerraria em dezembro de 2024.

Cássio é esperado em Belo Horizonte na próxima segunda-feira (20). Na chegada à capital mineira, ele vai realizar exames médicos, assinar contrato e iniciar os trabalhos ao lado do elenco comandado por Fernando Seabra. O jogador só ficará à disposição do time a partir de 10 de julho, quando se inicia a janela de transferências do futebol brasileiro.

Na Toca da Raposa II, terá a mesma remuneração da época de Corinthians, com contrato até dezembro de 2027. Ele é tratado como o principal nome da posição no elenco.