GettyÍdolo do Manchester United sai em defesa de Benjamin Sesko e faz comparação com outro atacante "esquecido"
Dificuldades de Sesko continuam
No dia 21 de dezembro, Sesko foi titular contra o Aston Villa pela primeira vez desde que voltou de lesão, mas desperdiçou duas boas chances de marcar em rápida sequência ainda no primeiro tempo. A reação dos críticos foi imediata, levantando a dúvida se o United havia apostado mais uma vez apenas em potencial, e não em um jogador já com rendimento comprovado. Em meio ao barulho, Rio Ferdinand, ex-zagueiro e ídolo do clube, saiu em defesa do atacante com a franqueza que lhe é característica. Ferdinand comparou a contribuição geral de Sesko à de seu antigo companheiro Louis Saha, um centroavante cujo valor ia além dos números brutos de gols. O francês, que atuou pelo United entre 2004 e 2008, marcou 28 gols na liga e deu 10 assistências em 86 jogos da Premier League pelo clube — estatísticas respeitáveis, embora longe de manchetes.
Getty Images“Sesko oferece mais do que apenas gols”
Falando em seu podcast no YouTube, o ídolo do United afirmou: “O Sesko oferece mais do que só gols. Sim, os atacantes são julgados pelos gols, mas internamente às vezes há coisas que eles trazem para o time que você pensa: ‘Isso é enorme’. Sabe quem era assim? Louis Saha. Ele nunca ia ganhar a Chuteira de Ouro no Manchester United.
“Mas, em termos de valor para a equipe, ele era um achado pelo que fazia para permitir que os outros jogassem melhor. Em alguns momentos, ele fazia o time avançar no campo; em outros, segurava a bola por três ou quatro segundos para nos dar um respiro.”
Ferdinand acredita que a presença de Sesko permite que jogadores criativos como Matheus Cunha e Bryan Mbeumo atuem nos espaços às suas costas. Ações simples, como proteger a bola sob pressão, desviar passes de primeira e ocupar os zagueiros, estiveram em falta no ataque do United nos últimos anos, e Sesko tem o perfil ideal para cumprir esse papel.
“Esqueçam os gols com ele”, disse. “O jogo completo dele… às vezes eu ficava pensando: ‘Meu Deus, que felicidade ele estar no nosso time’. Com o Sesko, claro que ainda queremos ver os gols. Mas já vi alguns aspectos do jogo dele que fazem pensar: ‘Os outros jogadores estão gostando disso’. Dá para perceber. O Manchester United não tinha, há muito tempo, um centroavante que conseguisse segurar a bola ou desviar de primeira. Coisas simples, mas muito eficazes.”
Amorim pede calma após retorno de lesão
Rúben Amorim, técnico do United, fez coro ao pedido por mais paciência após o jogo contra o Villa. Ele ressaltou que a atuação de Sesko precisa ser analisada à luz da recuperação, já que o atacante havia acabado de voltar aos jogos depois de um problema no joelho.
“Ele está voltando à competição muito rápido. Vai evoluir bastante. A ideia era atuar entre 70 e 75 minutos. Ele ficou um tempo parado, e estamos tentando ajudar os jogadores”, afirmou.
Por sua vez, Sesko não demonstra estar sentindo o peso da pressão. Em entrevista à mídia do clube no início do mês, o atacante de 21 anos adotou um tom de gratidão e determinação, destacando o quanto valoriza cada momento vestindo a camisa do United.
“Tenho aproveitado muito [o contato com os torcedores desde que cheguei ao clube]. A paixão que as pessoas têm por este clube é inacreditável, é muito legal ver isso. Eles respiram o mesmo que a gente, querem estar no nosso lugar, querem nos ajudar a ganhar os jogos. É incrível, eu adoro isso”, disse.
Getty ImagesEm busca de fechar o ano em alta
Agora, o United volta as atenções para o duelo contra o Wolves, lanterna da Premier League após não vencer nenhuma das 18 partidas disputadas na temporada e somar apenas dois pontos. Para o time de Amorim, o confronto representa uma chance de ganhar embalo depois da vitória apertada no Boxing Day sobre o Newcastle United, partida em que Sesko novamente teve dificuldades para ser decisivo. Para o ex-jogador do RB Leipzig, o jogo contra o Wolves é mais uma oportunidade, não apenas de aumentar sua contagem de gols, mas de seguir mostrando as qualidades mais sutis que, segundo Ferdinand, já começam a aparecer.


