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Freddy Adu: quem se lembra do "novo Pelé" dos EUA que estreou no futebol aos 14 anos?

É muito fácil esquecer - por esta geração, pelo menos - quão significativo foi Freddy Adu no cenário do futebol americano. Aqui estava um adolescente que estava sendo comparado a Pelé e era promovido como a próxima grande esperança da MLS e do futebol dos EUA.

O mundo esportivo não precisou esperar muito para que o momento chegasse. Adu fez sua estreia no primeiro jogo da temporada do D.C. United, entrando como substituto em uma vitória de 2-1 Black and Red.

E assim, um fenômeno ganhou vida, em um mundo antes de compilações no YouTube, olheiros do Twitter e até mesmo da acessibilidade mundial do esporte. Todos os olhos se voltaram para um garoto de 14 anos que não estava nem perto de estar pronto para a magnitude do momento que lhe foi imposto.

Ainda assim, foi um momento marcante no futebol americano, com os fãs do país tendo um primeiro vislumbre de um jogador que viria a definir o jogo na América do Norte. GOAL dá uma olhada naquele momento inesquecível de 20 anos atrás na mais recente edição do Throwback Thursday.

  • O que aconteceu?

    Aos 16 minutos do 2° tempo daquela vitória sobre o San José, no dia 3 de abril de 2004, em um RFK Field incomumente lotado, um garoto esguio de 14 anos, Adu, estava em pé à beira do campo. Alecko Eskandarian - que havia marcado o que viria a ser o gol da vitória, ainda no 1° empo - atravessou o campo e deu um grande abraço no jovem, em uma das substituições mais importantes da história dos EUA.

    Adu participou ativamente pela primeira vez cinco minutos depois. A torcida se levantou. E, em três toques, quase trouxe o estádio abaixo. O primeiro foi para dominar um passe, o segundo ajeitou a bola e o terceiro foi um belo cruzamento para o ponta Dema Kovalenko, em um lance que quase resultou em gol.

    O jovem, no mais, reclamou de um pênalti, aos 39 minutos, mas em vão. Foi uma estreia aceitável, mas sem um impacto direto no triunfo.

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  • Adu Pele

    Por que isso importava?

    Por onde começar? Aos 14 anos e 306 dias, Adu se tornou o jogador mais jovem da história, à época, a estrear em qualquer esporte profissional nos Estados Unidos. Ele se tornaria, mais tarde, ainda o mais jovem artilheiro da MLS e o mais jovem estreante da seleção americana.

    Mas, naquele dia, aquele jogo teve muito mais impacto para o futebol no país. Adu se tornou uma mina de ouro de marketing para a MLS e várias marcas às quais estava associado.

    Adu já tinha aparecido no "Late Night with David Letterman" e falou sobre suas ambições de jogar na Premier League. Isso ajudou no seu fracasso em corresponder às altíssimas expectativas? Isso é debatível. Mas, à época, todos tinham muita confiança em seu potencial.

  • Palavras de quem estava lá

    Ray Hudson, então treinador do D.C. United, relembrou a experiência de tentar manter Adu longe dos holofotes, em entrevista em fevereiro, ao The Guardian: "Ele era um sopro de ar fresco. Não era do tipo arrogante; ele era um pouco tímido, para ser sincero. Mas tinha uma personalidade maravilhosa. Ele tinha muita confiança com a bola no pé, uma habilidade realmente diferenciada. Seu primeiro toque e controle de bola eram muito bons. [Mas] não era como assistir ao 'novo Messi'. Ele não tentava passar por dois ou três jogadores".

    Adu, também em entrevista recente, à CBS, falou sobre a carreira: "O sonho sempre foi se tornar um jogador profissional de futebol. Eu consegui isso muito jovem. Estava vivendo um sonho, eu amava aquilo... Foi um período incrível".

  • Cavan Sullivan Philadelphia Union debutUSA Today Images

    O que veio a seguir

    Tudo começou a dar, contudo, errado a partir daí. As estatísticas de Adu em sua primeira temporada na MLS são boas; cinco gols e três assistências aos 15 anos não são algo a se ignorar.

    Mas então a mudança para a Europa aconteceu - uma transferência para o Benfica -, e com isso vieram os problemas. Adu admitiu que nunca se dedicou o suficiente, o que explica porque deixou de ser de uma grande promessa para um exemplo de como tudo pode dar errado quando um jogador chega a um patamar midiático tão alto sendo tão jovem.

    Adu jogou, ao todo, por 15 clubes e atuou por 17 partidas pela seleção nacional dos EUA. Ele sempre será lembrado como um dos maiores "e se?" na história do futebol no país.

    Ele, hoje, é tratado como um exemplo de alerta para jovens promessas que traçam um caminho semelhante. Cavan Sullivan parece ser a próxima delas. O produto da base do Philadelphia Union já quebrou o recorde de Adu de mais jovem estreante na MLS e está a caminho do Manchester City, daqui a três anos. Seria ele o próximo Pelé? Melhor falarmos disso depois. Por ora, seria bom aprender com as lições de Adu - mesmo que 20 anos depois de sua estreia.

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