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Pure Barclays - Eidur GudjohnsenGOAL

Eidur Gudjohnsen: o "Maradona loiro" é um ícone da era Barclays da Premier League

A 'era Barclays'. A Premier League foi patrocinada pelo banco mencionado entre 2001 e 2016, em uma era que deu nome a um dos períodos mais 'nostálgicos' a uma grande parte dos fãs do futebol inglês.

Após seu surgimento em 1992, a elite do futebol inglês experimentou um segundo boom de popularidade no início dos anos 2000, impulsionado por acordos de transmissão internacionais e uma nova onda de estrelas estrangeiras, que deram à liga um apelo realmente global.

A Premier League foi palco de vários ícones modernos do futebol, como Cristiano Ronaldo, Thierry Henry e Didier Drogba. No entanto, quando os fãs falam da 'era Barclays', não estão se referindo a esses nomes de peso. Na verdade, falam de jogadores que não figuravam nas manchetes, mas eram considerados engrenagens essenciais na máquina da Premier League pelos torcedores mais fiéis, também capazes de produzir momentos de magia.

Esses jogadores passaram a ser conhecidos como 'Barclaysmen'. Mas o que os tornou tão queridos, e o que aconteceu com eles quando suas vidas na Barclays chegaram ao fim?

Abaixo, a GOAL inicia uma nova série de textos em homenagem a essas figuras no início do milênio. E o primeiro nome que trataremos a seguir é o de Eidur Gudjohnsen, máquina de gols islandesa que começou sua carreira na Barclays pelo Bolton Wanderers e também atuou por Chelsea – onde é, sem dúvida, mais lembrado com carinho – Tottenham e Stoke City.

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  • DE ONDE ELE VEIO

    Gudjohnsen não teve exatamente uma grande formação no futebol. Apesar de seu pai ser um jogador islandês famoso - Gudjohnsen, inclusive, estreou pela Islândia justamente como substituo de seu pai, em 1996 -, o atacante enfrentou um início de carreira tumultuado.

    Após atuar pelo Valur na temporada 1994/95, ele foi contratado pelo PSV Eindhoven, que planejava utilizá-lo ao lado de sua mais nova sensação: Ronaldo Fenômeno.

    No entanto, uma lesão no tornozelo interrompeu esse sonho, e Gudjohnsen foi obrigado a voltar ao seu país natal, jogando pelo KR Reykjavik, em 1998.

    Ele jogou apenas seis vezes pelo clube antes de ser contratado pelo ambicioso Bolton, que buscava retornar à Premier League. O então técnico Colin Todd convidou Gudjohnsen para um período de testes, durante o qual ele jogou em uma turnê pré-temporada pela República da Irlanda.

    Após impressionar, ele foi contratado e fez sua estreia oficial pelo Bolton em setembro de 1998, quando o clube ainda estava na Championship.

    Na temporada seguinte, ele marcou 21 gols, mas o Bolton acabou não conseguindo a promoção para a primeira divisão, caindo nos play-offs da Championship, e o Chelsea aproveitou para contratá-lo por apenas £4 milhões.

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  • Liverpool v ChelseaGetty Images Sport

    MELHORES MOMENTOS NA BARCLAYS

    Gudjohnsen encontrou sua alma gêmea no futebol no Chelsea, ao fazer parceria com outro Barclaysman - o brilhante holandês Jimmy Floyd Hasselbaink.

    Como ele mesmo já disse, "foi amor à primeira vista". Ele acrescenta: "Foi bastante romântico!"

    Em 2000/01, sua primeira temporada juntos, a dupla somou 33 gols na Premier League; em 2001/02, foram 37, e em 2002/03, outros 21. Sua última temporada juntos foi em 2003/04, quando combinaram novamente para 18 bolas na rede no Inglês.

    Enquanto Hasselbaink era mais um martelo, Gudjohnsen era como um chaveiro, e seu melhor gol, sem dúvida, aconteceu em uma partida contra o Leeds. Frank Lampard disparou pela direita e cruzou, e o islandês fez um golaço de bicicleta, batendo no cantinho do goleiro.

    Foi um gol que Gudjohnsen ainda relembra, dizendo que até Gianfranco Zola ficou impressionado com a finalização.

    “É o gol que me deu a maior euforia. Você sonha com essas coisas quando criança e pratica milhares de vezes no quintal ou no treino; fazer isso na Premier League contra um grande rival como o Leeds foi realmente muito especial".

    Seguiu: "Lembro de Zola me dizendo depois da partida: 'Eidur, você me fez algo especial hoje'. Isso significou tudo para mim".

    Gudjohnsen também era capaz de finalizar de longa distância, como comprovado em outro belo gol contra o Fulham de cerca de 25 metros, além de toques sutis; em um gol contra o Manchester United, ele correu pelas costas da defesa e deu uma cavadinha sobre Fabian Barthez, com bastante categoria.

    Talvez sua melhor temporada tenha sido em 2004/05, jogando todos os jogos da Premier League na campanha que resultou no título inglês dos Blues sob o comando de José Mourinho, o primeiro troféu do clube em 50 anos. Ele marcou 12 gols e deu oito assistências, incluindo um hat-trick contra o Blackburn e um gol no penúltimo jogo da temporada, uma vitória por 3 a 1 sobre o United, rival direto pelo título.

  • 'O MARADONA LOIRO'

    Durante seu período com Mourinho e com a chegada tanto de capital quanto de novos jogadores ao Stamford Bridge, Gudjohnsen foi incumbido de uma função inusitada.

    Na final da Copa da Liga Inglesa de 2005, o Chelsea estava perdendo por 1 a 0 para o Liverpool e Mourinho colocou o atacante em campo no lugar de Jiri Jarosik, pedindo-lhe que jogasse no meio-campo pela primeira vez. Embora ele já tivesse atuado como segundo atacante em algumas ocasiões, essa posição mais recuada era nova para ele.

    Mateja Kezman também foi mandado ao gramado, e o Chelsea alterou sua formação para jogar com três zagueiros. E mudança tática deu certo - os Blues venceram por 3 a 2, na prorrogação.

    Reportagens após o jogo indicam que Mourinho chegou a comparar Gudjohnsen ao ícone argentino Diego Maradona, tamanha era sua técnica e criatividade no novo papel.

    Foi um momento que atraiu manchetes e, talvez, a última grande atuação de Gudjohnsen pelo Chelsea. O fato de ter ocorrido em um jogo decisivo foi uma prova da frieza do astro islandês, mesmo sob pressão; ele tinha "gelo nas veias".

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  • Bolton Wanderers v Wigan Athletic - FA Cup Third RoundGetty Images Sport

    SEGUINDO EM FRENTE

    Gudjohnsen perdeu espaço no Chelsea em 2005/06 devido à ascensão de Didier Drogba. Então, em 2006, ele buscou novos ares.

    Uma transferência para o Barcelona, como substituto de Henrik Larsson, o colocou ao lado de alguns dos maiores jogadores da história do Camp Nou, como Lionel Messi e Ronaldinho Gaúcho.

    Em 2008/09, ele conquistou tanto a LaLiga quanto a Champions League, na qual o Barça eliminou justamente o Chelsea nas semifinais, entrando em campo por apenas um minuto. Na final, contra o United, ficou no banco.

    Seus gols e jogos diminuíram antes de suas idas para Monaco e, depois, por empréstimo para o Tottenham, retornando à Inglaterra sob o comando de Harry Redknapp. Ele disputou 14 jogos e marcou dois gols - seu único gol na liga foi, ironicamente, contra o Stoke City, seu próximo clube em contrato definitivo.

    Um curto período nos Potters não resultou em gols, assim como sua eventual passagem pelo Fulham, sintoma do fato de que Gudjohnsen havia começado a ser utilizado mais como opção na rotação do que como titular.

  • A VIDA DEPOIS DA BARCLAYS

    Isso continuou em suas passagens após deixar a Premier League, em 2011.

    Ele se transferiu para a Grécia, onde jogou pelo AEK Atenas, antes de defender o Cercle Brugge e o Club Brugge, ambos da Bélgica.

    Na temporada 2014/15, ele fez uma breve volta à Inglaterra, encerrando sua carreira de forma romântica no Bolton. Ele marcou cinco gols na Segundona e, em seguida, se transferiu para a China, para o Cangzhou Mighty Lions. Ele encerrou sua carreira com outras passagens por Molde e pelo Pune City.

    Após encerrar sua carreira como jogador, ele trabalhou como assistente técnico na seleção da Islândia - como jogador, foram 88 convocações. Gudjohnsen também treinou o clube islandês FH em duas ocasiões.

  • GudjohnsenGetty Images

    SEU LEGADO

    Ele continua sendo reverenciado no Chelsea, como um dos poucos jogadores a atuar nas eras pré e pós-Roman Abramovich.

    Foi fundamental para a conquista do primeiro título dos Blues em meia década e também os ajudou a vencer a Copa da Liga, mesmo jogando fora de posição.

    Igualmente idolatrado no Bolton, o clube onde começou a chamar a atenção no futebol, Gudjohnsen foi um dos atacantes mais elegantes da Premier League.

    Apesar de uma carreira de vários clubes após deixar o Barcelona, ele permanece um verdadeiro 'Barclaysman' - assim como seu famoso parceiro de ataque Hasselbaink.

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